Relatórios do COAF mostram que esquema das joias pode ser muito maior

Alan Santos / PR

Um relatório de inteligência financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) obtido pelo O Cafezinho mostra que o escândalo das joias sauditas pode ser ainda maior do que se pensava. O relatório referente ao sargento Luís Marcos dos Reis listou 257 pessoas físicas e mais 94 pessoas jurídicas citadas, onde 40 aparecem como beneficiárias das transações financeiras ali relatadas.

Entre as ocorrências listadas no relatório estão “movimentações de recursos incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira” e “movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992”.

De acordo com um levantamento feito pela Globo News, entre janeiro de 2022 e março de 2023, militares envolvidos no esquema movimentaram R$ 11.877.755. Entre os nomes que aparecem na relação de pessoas citadas no relatório de transações atípicas do COAF estão parentes de militares, como a avó do tenente-coronel Mauro Cid, Lisieoux Lourena Cid, e o segundo tenente do Exército Cleiton Henrique Holzschuk, ex-integrante da ajudância de ordens da Presidência que participou da operação para tentar liberar joias.

O escândalo das joias sauditas começou em 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu um presente de joias do governo da Arábia Saudita. As joias foram avaliadas em R$ 10 milhões, mas o governo Bolsonaro negou-se a pagar as taxas por elas. Em seguida, os militares supostamente envolvidos no esquema começaram a movimentar dinheiro de forma atípica.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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