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Falha em linha da Eletrobras no Ceará causou a queda de energia em todo o país

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Empresa subsidiária da Eletrobras, foi a responsável pelo apagão que atingiu todo o Brasil nesta terça-feira (15). A afirmação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta (16). “Esse evento foi considerado, a princípio, de pequena magnitude e, isoladamente, não era suficiente para […]

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Ministro Alexandre Silveira. Foto: Sérgio Lima/Poder360

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Empresa subsidiária da Eletrobras, foi a responsável pelo apagão que atingiu todo o Brasil nesta terça-feira (15). A afirmação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta (16).

“Esse evento foi considerado, a princípio, de pequena magnitude e, isoladamente, não era suficiente para causar colapso do sistema como um todo. Ou seja, a partir desse evento, que ocorreu em uma linha de Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação, o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas do sistema a partir daí, que serão apuradas pelo ONS”, explicou.

A companhia do Ceará entrou em contato com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para admitir o erro e confirmar a falha sistêmica responsável pelo episódio que deixou 25 estados brasileiros e o Distrito Federal sem energia. Roraima, o único estado que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SNI), não foi afetada.

O ministro indicou que o problema teve início na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza, no Ceará. No entanto, ainda não é possível indicar o teor do erro: a companhia não sabe se a ocorrência foi falha humana ou sistêmica. 

“Essa linha da Chesf abriu (parou de funcionar) através do não acionamento de uma proteção que estaria programada. Esse evento de abertura de linha não é raro, é até corriqueiro, como forma de proteção para evitar sobrecarga. Mas essa abertura foi feita indevidamente, por uma falha dessa proteção. Ou seja, a linha não precisaria abrir, estava operando normalmente, mas acabou abrindo”, afirmou o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

Silveira ressalta que o ONS não foi capaz de identificar os eventos que aconteceram depois da primeira falha. “Nosso sistema é tão robusto que, um evento em si, não seria capaz de derrubar o sistema como um todo. Ou seja, foi uma série de eventos que serão agora detalhados pelo ONS”.

O diretor da ONS indicou que o problema na linha da Eletrobras foi o único ponto original da queda, mas que, consequentemente, atingiu todo o Brasil. Estes, por sua vez, ainda estão sendo analisados e não foram completamente esclarecidos.

“Isso ocasionou uma sequência, uma onda assim como peças de dominó, que foi muito grande, afetando várias linhas da região Nordeste. Então foram vários eventos que aconteceram depois propagando isso”, disse Ciocchi.

O que se sabe é que o sistema não se protegeu como deveria, mas o ministro explicou as medidas padronizadas após episódios como esse. “O procedimento é aumentar o volume de segurança do sistema, por isso tomou procedimentos para suspender, no caso específico, a questão intermitente e garantir maior resiliência do sistema”, disse Silveira. “Não tem correlação direta com incidente.”

O diretor da entidade já negou que o problema tenha relação com a alta concentração de energias eólica e solar na região. 

“Alguns especialistas lembraram que, na Europa, há dois anos, houve um apagão ocasionado pela queda sucessiva de energias eólica. Tudo isso já foi aproveitado aqui no Brasil. Nossos equipamentos, hoje, já têm normas mais seguras, os procedimentos e operação também”, disse Ciocchi.

A investigação, no entanto, irá continuar. O ONS informou a continuidade da análise da sequência de eventos para evitar futuros episódios como esse, que afetou milhares de brasileiros. Em alguns pontos da região Nordeste, por exemplo, os moradores ficaram até 6 horas sem luz.

“Não é só a abertura dessa linha que deveria explicar tudo o que ocorreu. É essa a intriga e o que nós vamos avaliar. O sistema é robusto para aguentar isso. A gente vai buscar identificar o porque um evento que não deveria ocasionar toda essa queda fez isso”, afirmou o diretor.

Neste âmbito, o ministro defendeu “mais do que nunca” a participação da Polícia Federal na apuração do caso, uma vez que o ONS não identificou sozinho a falha que levou à paralisação da energia no país. Silveira solicitou ao Ministério da Justiça o acionamento da PF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para contribuir com as investigações. O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, se reuniu com o ministro na tarde desta quarta.

“Temos que trabalhar com todas as hipóteses, até porque eu gostaria muito de ter recebido por parte do ONS hoje (quarta) um apontamento exclusivamente técnico que fundamentasse o ocorrido ontem, mas infelizmente não foi essa posição do ONS”, continuou o ministro.

Para Silveira, a participação das autoridades nas investigações é para tranquilizar a população quanto ao esclarecimento dos fatos. “Não podemos errar por omissão”, completou.

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