Líder em pesquisas para presidência da Argentina diz que não fará negocios com Lula, China e outros “comunistas”

Reuters/Agustin Marcarian

Javier Milei, líder em pesquisas para a presidência da Argentina em 2023, causou polêmica ao chamar o ex-presidente brasileiro Lula de “comunista” e afirmar que, se eleito, não fará negócios com a China nem com o Brasil.

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Milei é conhecido por suas posições políticas de extrema-direita, ultraconservadoras e libertárias de direita. Ele se opõe ao aborto, rejeita a inclusão de educação sexual nas escolas, expressou ceticismo sobre vacinas contra a COVID-19, apoia a venda e distribuição de armas de fogo para a população civil, favorece a legalização do comércio de órgãos e nega o aquecimento global.

Além disso, Milei defende uma redução rápida nos gastos do governo para alcançar um orçamento equilibrado, alinhando-se com a Escola Austríaca e afirmando que a Argentina é um “inferno fiscal”. No entanto, suas políticas econômicas e sociais conservadoras radicais levaram à sua caracterização como um populista de direita.

A Argentina vive uma ambígua relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), buscando o pagamento de uma dívida que o próprio presidente Alberto Fernández disse que deveria ser investigada. Enquanto paga altos juros, o país atravessa uma severa crise econômica, com 39,2% da população abaixo da linha da pobreza. O acordo foi fechado durante os governos de Donald Trump, nos Estados Unidos, e Mauricio Macri, na Argentina. Com pouca margem de negociação, a Argentina recebe propostas profundamente assimétricas por parte do país de maior peso no FMI, os EUA.

Durante uma recente visita aos EUA, o presidente e o ministro da Economia argentinos pediram que os EUA intercedam no FMI para flexibilizar as condições que o órgão exige. Em troca, Joe Biden pediu que a Argentina freie os projetos estratégicos com a China, como a construção de represas no sul, uma central atômica, um porto na Tierra del Fuego e o sistema 5G. No entanto, especialistas afirmam que o apoio norte-americano é muito pouco importante neste momento de terrível emergência que o país está atravessando e que a Argentina deveria renegociar completamente o acordo com o FMI.

Matheus Winck:
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