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Na Argentina, fascistas provocam escassez de combustível

Na reta final das eleições, empresários ligados a Javier Milei buscam gerar um desabastecimento artificial no país, para tentar criar um golpe de mercado, provocando instabilidade econômica, com o objetivo de ganhar votos. Sergio Massa, ministro da Economia, reage e dá ultimato. Bruno Falci, de Buenos Aires, para O Cafezinho O secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), […]

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Massa e Milei disputam segundo turno nas eleições da Argentina. Foto: Reprodução

Na reta final das eleições, empresários ligados a Javier Milei buscam gerar um desabastecimento artificial no país, para tentar criar um golpe de mercado, provocando instabilidade econômica, com o objetivo de ganhar votos. Sergio Massa, ministro da Economia, reage e dá ultimato.

Bruno Falci, de Buenos Aires, para O Cafezinho

O secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), Rodolfo Aguiar, denunciou setores políticos e empresários ligados ao partido La Libertad Avanza, do candidato presidencial, Javier Milei, por terem afirmado que há um “caos geral” devido à falta de combustível em diferentes partes do país. Neste quadro, o dirigente sindical alertou que esta situação tem “uma clara intenção política, que responde aos empresários ligados ao candidato de extrema-direita”.

Em depoimento ao jornal La Voz del Interior, nesta segunda-feira (30|10), o líder sindicalista enfatizou:

“Os mesmos setores que estão por trás da corrida cambial criaram excesso de demanda, gerando uma falsa expectativa de escassez de gasolina. É uma nova tentativa de golpe de mercado que vai acabar afetando os trabalhadores e os setores populares”.

Explicou que “não há mais de dez multinacionais que incentivam uma desvalorização e colocam em xeque um país inteiro”, e destacou que “à escassez de combustível é preciso somar a taxa de câmbio disparada há algumas semanas e a subida permanente dos preços dos alimentos.”

“A transferência de recursos dos trabalhadores e dos setores populares para grupos econômicos concentrados cresce a cada dia. Tentar obter lucro político e económico à custa do sofrimento das pessoas é criminoso”, concluiu o dirigente sindical.

Durante uma recente coletiva de imprensa, o ministro da Economia e candidato peronista à presidência, Sergio Massa, questionado sobre a escassez de combustíveis, respondeu: “Quero dizer aos argentinos que o setor argentino está batendo recordes históricos de produção. O setor petrolífero argentino é um dos que mais cresce no mercado global, tem um câmbio diferenciado para liquidar, tem redução de impostos congelados”.

Em reunião com os diretores das quatro principais petrolíferas, YPF, Raízen, Trafigura e Axion Energy, Massa foi incisivo e alertou que se o abastecimento não for resolvido até a meia-noite de terça-feira (31|10), elas serão proibidas de exportar óleo bruto, medida que poderá ter impacto significativo no setor. Várias cidades do norte e do sul da Argentina, bem como a capital, Buenos Aires, registraram recentemente longas filas para reabastecer gasolina enquanto vários postos de combustível estavam fechados. Para reverter esse número, a Secretaria de Energia, Flavia Royon negociou, no sexta-feira (27/10), com as principais operadoras petrolíferas do país a importação de dez navios combustíveis, na esperança de acabar com as longas filas.

Congelamento de preços

Um dia após as eleições presidenciais de domingo, (22|10), os preços da gasolina e do diesel nas bombas da empresa estatal YPF aumentaram 3%, apesar de um acordo de congelamento de preços que as petroleiras têm com o governo. A expectativa é de que as empresas Axion, Shell e Puma Energy também aumentem seus preços em breve, seguindo outros dois aumentos que já haviam feito desde agosto. Justamente para conter este temor e uma corrida antecipada aos postos, o Ministério de Energia — com aval do Ministério da Economia de Sergio Massa— celebrou um acordo com as empresas petrolíferas em 18 de agosto, limitando o preço dos combustíveis até 31 de outubro. Mesmo assim, as empresas promoveram aumentos, ainda que muito abaixo da inflação.

Após a reunião deste sábado com representantes das petrolíferas, Flavia Royon, anunciou na rede social X (antigo Twitter), que “dentro de dois ou três dias” o abastecimento de combustíveis será normalizado. Nesse contexto, confirmou que foram iniciadas conversações com as petrolíferas “para chegar a acordo sobre um caminho razoável e escalonado”, o que implica que “não haverá aumentos abruptos de preços nem haverá uma desvalorização que incentive manobras especulativas”. Ela explicou que a escassez foi registrada devido a “um fim de semana prolongado com muita atividade, muito movimento turístico que pressiona a procura”. Alertou ainda que em pleno calendário eleitoral, “houve um barulho de desvalorização e aumento de preços que fez quem pudesse ir abastecer e pressionar a procura”. As quatro petrolíferas emitiram um comunicado conjunto no qual confirmaram que o sistema de combustíveis “será normalizado nos próximos dias”, e onde afirmaram que “a infraestrutura de produção e abastecimento de combustíveis na Argentina é robusta”.

Esta situação está intimamente relacionada com as atitudes predatórias de Javier Milei, que foi visto num posto de gasolina, em campanha eleitoral, fazendo ataques às empresas estatais com seu agressivo discurso privatista que propõe a destruição dos benefícios sociais. Flavia Royon referiu-se às declarações do candidato de extrema-direita, que sustenta que o Gasoduto Presidente Néstor Kirchner (GPNK) está inacabado. “O gasoduto em sua primeira etapa está funcionando, está transportando e é um absurdo tentar afirmar isso. Avançamos com a licitação de reversão e foram aprovadas as especificações das tubulações da segunda etapa do gasoduto Néstor Kicrchner.”

Royon destacou a importância do Estado dentro do setor em oposição às políticas propostas pelo candidato de La Libertad Avanza: “No setor energético, que é um setor estratégico, é necessário um Estado que planeje, ordene, controle e gere políticas. assuntos públicos necessários”. Quanto à justificação da falta de combustível nos últimos dias, ela sustentou que uma série de acontecimentos ultrapassaram “o limite” da sua capacidade de oferta, como os “níveis extraordinários de procura, especialmente nos últimos 15 dias, devido ao fim da longa semana e as eleições, onde houve um pico na mobilidade das pessoas”.

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Dudu

31/10/2023 - 14h44

Não é de hoje que falta gasolina na Argentina.

Quase 2 décadas de Peronismo acabaram com um país que com o Chile era uma ilha no deserto da América Latrina.

Esse Bruno Falci é normal ou tem algum retardo mental ?


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