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Projeto aprovado na Câmara autoriza desmatamento indiscriminado em todos os biomas

Em uma votação realizada nesta quarta-feira, 20, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que flexibiliza o desmatamento de vegetações nativas não florestais em todos os biomas do Brasil. O texto, que agora segue para o Senado, a menos que haja recurso para análise no plenário […]

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Agência Câmara

Em uma votação realizada nesta quarta-feira, 20, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que flexibiliza o desmatamento de vegetações nativas não florestais em todos os biomas do Brasil.

O texto, que agora segue para o Senado, a menos que haja recurso para análise no plenário da Câmara, poderia resultar na perda de aproximadamente 48 milhões de hectares de vegetação.

A proposta, de autoria do deputado Alceu Moreira (MDB-RS), visa modificar o Código Florestal brasileiro para reclassificar áreas de vegetação nativa predominantemente não florestais – incluindo campos gerais, campos de altitude e campos nativos – como áreas rurais consolidadas, permitindo assim sua exploração.

O projeto inicialmente focava apenas na Mata Atlântica, mas foi expandido para abranger todos os biomas nacionais após pressão da Bancada Ruralista. Isso implicaria em mudanças significativas para diversos ecossistemas, incluindo:

  • 50% do Pantanal, equivalentes a 7,4 milhões de hectares;
  • 32% dos Pampas, somando 6,3 milhões de hectares;
  • 7% do Cerrado, ou seja, 13,9 milhões de hectares;
  • Quase 15 milhões de hectares na Amazônia.

A decisão gerou reações contrárias de parlamentares ligados a partidos de esquerda e organizações ambientalistas.

O deputado federal Bacelar (PV-BA) criticou a medida por facilitar a exploração madeireira e por representar uma ameaça aos biomas brasileiros.

A organização SOS Mata Atlântica expressou repúdio ao projeto, argumentando que ele compromete a proteção dos campos nativos em todo o país.

Mauricio Guetta, consultor jurídico do Instituto Socioambiental (ISA), destacou os impactos “abissais” em biomas como Pantanal, Cerrado, Caatinga e Pampa, além de áreas não florestais na Amazônia e Mata Atlântica.

O projeto também estabelece um marco temporal em 22 de julho de 2008, buscando isentar de responsabilidade o desmatamento ilegal realizado antes dessa data.

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Rudá

21/03/2024 - 12h52

A bancada ruralista quer, de fato, transformar o Brasil em um grande deserto.


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