Braga Netto mobilizou forças de elite para tomar o estado e se eternizar no poder com Bolsonaro

MAURO PIMENTEL/AFP

Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e divulgada pela Reuters nesta segunda-feira, 25, aponta que o general Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), esteve envolvido na articulação de um plano que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023.

Segundo a reportagem, Braga Netto planejou a convocação de forças de elite do Exército para Brasília, em um esforço para sustentar uma tentativa de golpe.

Documentos obtidos pela Reuters, além de depoimentos de fontes anônimas próximas à investigação, indicam que Braga Netto teria sido peça-chave na organização da trama, atuando como mentor e mobilizador tanto de tropas especiais quanto de lideranças militares.

O general é acusado de ter discutido planos para financiar a viagem e estadia desses militares na capital federal, bem como de apoiadores civis de Bolsonaro acampados próximo ao Quartel-General do Exército.

As fontes citadas pela agência afirmam que o plano incluía estratégias de guerrilha urbana, visando criar um cenário de caos que justificasse uma intervenção militar e a consequente anulação do resultado eleitoral.

Entre as medidas contempladas estava o estabelecimento de um “estado de sítio”. A conspiração, no entanto, teria sido frustrada pela recusa dos então comandantes do Exército e da Marinha em participar do esquema.

Uma reunião para arrecadar fundos para o plano teria ocorrido no apartamento de Braga Netto em Brasília, pouco depois da derrota eleitoral de Bolsonaro.

Os valores discutidos para financiar a operação giravam em torno de R$ 100 mil. Confrontado pela Polícia Federal sobre essas alegações, Braga Netto optou pelo silêncio.

O envolvimento de Braga Netto no esquema coloca em evidência a gravidade das tentativas de subversão do processo democrático no Brasil.

Até o momento, o advogado do ex-ministro não respondeu às solicitações de comentário feitas pela Reuters. A investigação segue em andamento, com as autoridades judiciárias analisando os próximos passos no caso.

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