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Paulo Pimenta e a Casa Civil

Não é segredo para ninguém em Brasília que o atual ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), não se dão bem. Segundo interlocutores de Lira, o deputado também não mantém boas relações com outro ministro, Rui Costa (PT-BA), que está no comando […]

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Ricardo Stuckert/PR

Não é segredo para ninguém em Brasília que o atual ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), não se dão bem. Segundo interlocutores de Lira, o deputado também não mantém boas relações com outro ministro, Rui Costa (PT-BA), que está no comando da Casa Civil. O motivo seria o mesmo atribuído a Padilha: Costa não cumpriria acordos combinados com ele. Mesmo que a relação entre Padilha e Costa não seja das melhores, isso não ajudou na relação do chefe da Casa Civil com Lira.

Ainda em abril, em um acesso de fúria, Lira chamou Padilha de desafeto pessoal e incompetente, negando-se a falar com ele e com Rui Costa por tabela. Com os principais nomes da articulação política sendo alvos da fúria de Lira, restou a um ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) o inusitado posto de “articulador político de plantão”.

Paulo Pimenta (PT-RS), que atualmente comanda a Secretaria de Comunicação Social (SECOM), ficou encarregado de cuidar da articulação política do governo e fazer a interlocução para a liberação de emendas. Foram liberados R$2,4 bilhões em emendas ao Congresso Nacional, com prioridade para os parlamentares mais alinhados ao governo. Como Lira não falava com ninguém no Palácio do Planalto, restou ao chefe da SECOM receber ligações do próprio Lira para tratar da articulação política.

O episódio acabou por valorizar ainda mais Pimenta, que, por um breve período, voltou a ter seu nome especulado para novos cargos no governo. No início de abril, ele recebeu um convite para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, atualmente comandada por Márcio Macêdo (PT-SE), mas recusou prontamente, manifestando interesse na Casa Civil.

Macêdo, desde o início do ano é um dos ministros do Planalto cuja saída é dada como certa, caso uma reforma ministerial ocorra. O chefe da Secretaria-Geral, inclusive, voltou a ser alvo do presidente após fazer com que Lula fosse para um evento de primeiro de maio esvaziado em São Paulo. A insatisfação chegou a ser vocalizada publicamente por Lula que durante o ato disse que o evento foi “mal convocado” pelo ministro. O comentário fez com que Macêdo voltasse a ser alvo de críticas no PT e também no governo.

Interlocutores do Ministro afirmaram que, com a participação de Pimenta nos diálogos com Lira durante a crise, o nome do atual ministro-chefe da SECOM chegou a ser cogitado para a pasta em uma possível reforma ministerial. A tentativa de movimentação também mostra um interesse do presidente e aliados próximos em mudar também a chefia na SECOM, que também é alvo constante de críticas.

Diante desse episódio e da demissão de Jean Paul Prates (PT) da presidência da Petrobras, as especulações e boatos no Palácio do Planalto sobre uma possível reforma ministerial voltaram a ganhar força. A nomeação do ministro-chefe da SECOM como autoridade federal no Rio Grande do Sul também deu ainda mais carga para os boatos de que o governo estaria buscando alternativas para Paulo Pimenta e “abrir terreno” para uma possível substituição na chefia da pasta hoje comandada por ele.

Além disso, desde o início do ano, o nome do atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT-SP), voltou a ser cogitado para ocupar a SECOM até o final do ano. Edinho já está em seu segundo mandato e, por isso, não poderia se reeleger para o cargo.

Não seria a primeira vez de Edinho na SECOM, já que o prefeito ocupou a posição na reta final do governo Dilma Rousseff, em 2015. Além disso, ele foi o coordenador de comunicação da campanha do presidente Lula em 2022.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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