O trem de bateria de 700 kW da Hitachi reduz os custos de combustível em até 50% e oferece uma viagem sem emissões
Em uma iniciativa pioneira para o transporte sustentável, a Hitachi Rail, a Angel Trains e a TransPennine Express concluíram recentemente um teste “inédito no Reino Unido” de um trem intermunicipal movido a bateria.
Realizado no norte da Inglaterra, o teste demonstrou que um sistema de bateria único pode superar motores a diesel tanto em impacto ambiental quanto em economia de custos.
Uma solução verde poderosa para o transporte ferroviário
Os trens movidos a bateria da Hitachi, incluindo o trem híbrido Masaccio na Itália, já foram introduzidos para serviços de passageiros no Japão e em partes da Europa.
Este recente teste no Reino Unido demonstrou o desempenho de uma bateria de 700 kW, capaz de atingir velocidades acima de 120 km/h e de fornecer energia ao trem por até 70 quilômetros.
Notavelmente, esta bateria pesa o mesmo que um motor a diesel convencional, permitindo que seja instalada no sistema de tração do trem sem comprometer o equilíbrio estrutural e proporcionando uma experiência suave aos passageiros, sem aumentar o desgaste nos trilhos.
Durante os testes, o trem movido a bateria superou expectativas, alcançando até 50% de economia de combustível.
Um dos principais avanços deste sistema é o “modo Eco”, que permite que a bateria forneça energia total em determinadas partes da rota, reduzindo a dependência de diesel e as emissões.
Os resultados sugerem que a tecnologia de baterias está pronta para uso mais amplo na rede ferroviária do Reino Unido.
Visão da Hitachi: Ampliar o alcance dos trens movidos a bateria
Com o sucesso deste teste, a Hitachi Rail planeja seguir com o desenvolvimento de trens elétricos a bateria de maior alcance, com autonomia entre 100 e 150 quilômetros.
A expansão de rotas para trens movidos a bateria pode reduzir significativamente os custos e a complexidade da eletrificação da rede.
O Ministro das Ferrovias do Reino Unido, Lord Hendy, manifestou entusiasmo pelo impacto ambiental do projeto e pelo potencial de expansão da rede ferroviária de forma econômica.
“O trem já é a forma mais ecologicamente correta de transporte público”, observou ele. “O sucesso deste teste abrirá caminho para viagens ainda mais ecológicas e confiáveis para milhões de passageiros”.
“Esta tecnologia desempenhará um papel vital à medida que implementamos nossos planos ambiciosos para transformar e descarbonizar as ferrovias, podendo também abrir portas para uma expansão mais acessível da rede em comunidades em todo o país”, acrescentou o ministro.
Essa capacidade permitirá que trens operem em rotas não eletrificadas sem a necessidade de infraestrutura cara, como fios aéreos, particularmente em locais como túneis e estações.
Avanço com tecnologia de baterias produzida no Reino Unido
A Hitachi Rail é a única fabricante de trens que colabora com a cadeia de fornecimento de baterias do Reino Unido para desenvolver uma solução específica para o sistema ferroviário do país.
Em parceria com a Innovate UK e a University of Birmingham, a Hitachi está avançando na tecnologia de baterias de próxima geração, adaptada para aplicações de larga escala, como trens intermunicipais. Os parceiros buscam aprimorar a eficiência e a durabilidade das baterias para aumentar o desempenho e a sustentabilidade.
Este último teste pode marcar o início de uma nova era para a indústria ferroviária britânica, estabelecendo um modelo para trens mais eficientes e de baixa emissão em todo o país. Trens a bateria fornecem uma alternativa mais limpa e silenciosa aos motores a diesel tradicionais, oferecendo uma transição promissora para sistemas ferroviários mais verdes e econômicos no Reino Unido.
Notavelmente, o sucesso dos trens a bateria no Reino Unido ocorre em meio a uma tendência global em direção à energia alternativa para o transporte ferroviário. A Suíça, por exemplo, recentemente estabeleceu um recorde mundial com um trem movido a hidrogênio, que percorreu impressionantes 1.741 milhas em uma única viagem. Esses avanços ressaltam as novas direções sendo exploradas para alcançar soluções ferroviárias sustentáveis e de baixa emissão.
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