Artigo de opinião: Em defesa da soberania brasileira e das instituições democráticas frente à ingerência dos EUA
O Brasil vive um momento delicado no tabuleiro das relações internacionais. Diante da retomada do julgamento sobre a responsabilização das redes sociais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), vemos uma tentativa descarada de interferência externa, liderada por setores mais reacionários do governo norte-americano sob o comando de Donald Trump. Essas ameaças de sanções — como a suspensão de vistos para autoridades brasileiras acusadas de “censurar americanos” — não apenas violam a soberania nacional como também evidenciam uma estratégia coordenada entre grandes corporações tecnológicas e grupos políticos ultraliberais que buscam desestabilizar as instituições brasileiras.
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É preciso ser claro: estamos diante de uma ofensiva imperialista travestida de defesa da liberdade de expressão. O discurso dos Estados Unidos, encabeçado por figuras como o secretário de Estado Marco Rubio, mascara interesses corporativos e ideológicos. Afinal, quem realmente está por trás dessa pressão? Não são movimentos espontâneos ou meras divergências diplomáticas. Há indícios fortes de que gigantes da tecnologia, como Meta, Google, e especialmente a rede X (antiga Twitter) de Elon Musk, estão financiando e articulando esse confronto, aproveitando-se de canais informais e políticos alinhados com suas agendas, como é o caso do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.
Essas empresas têm interesse direto em manter um ambiente digital sem supervisão regulatória efetiva, onde possam operar com liberdade absoluta, enquanto externalizam os custos sociais de seus algoritmos vorazes — algoritmos que disseminam ódio, desinformação e extremismo político. Quando o STF discute a possibilidade de responsabilizar essas plataformas por conteúdos ilegais, está defendendo a sociedade brasileira, não restringindo liberdades. Está colocando limites ao poder privado que, nos últimos anos, tem se comportado como verdadeiros estados paralelos, ditando normas e valores sem qualquer mandato democrático.
As instituições brasileiras precisam ser protegidas
Nesse contexto, é fundamental defender as instituições brasileiras, especialmente o Supremo Tribunal Federal, que cumpre seu papel constitucional ao buscar equilibrar o direito à livre manifestação com a necessidade de combater a desinformação e o discurso de ódio nas redes. É absurdo que ministros do STF, como Alexandre de Moraes, estejam sendo atacados internacionalmente por fazer cumprir a lei no Brasil. Se há algo que aprendemos com a história recente é que a fragilização das instituições democráticas abre espaço para extremismos e golpes de Estado. Defender o STF é defender a própria democracia brasileira.
A posição do governo Trump, que parece cada vez mais alinhada a uma extrema direita global, demonstra um desprezo pela autodeterminação dos povos. Os EUA insistem em impor sua visão unilateral de mundo, como se tivessem o direito divino de ditar regras para outras nações. Mas o Brasil não é uma república de bananas. Temos uma Constituição, um Judiciário independente e um povo que sabe lutar por sua autonomia. Não vamos aceitar chantagens nem ameaças vindas de Washington.
O papel do Estado na regulação das plataformas digitais
Além do aspecto geopolítico, é preciso reconhecer que a regulação das redes sociais é uma demanda urgente. Vivemos em uma era em que conteúdos falsos podem derrubar governos, influenciar eleições e até incitar massacres. A omissão estatal diante desse cenário seria criminosa. O Marco Civil da Internet foi um avanço importante, mas precisa evoluir. As plataformas não podem continuar agindo como guardiãs livres e neutras do discurso público, quando na verdade são empresas multinacionais que lucram bilhões exatamente com o engajamento gerado pela polarização e pela emoção intensa.
Se o STF decidir que as redes sociais devem adotar medidas preventivas contra conteúdo ilegal, estará dando um passo corajoso rumo a uma internet mais justa e responsável. Isso não é censura. É responsabilidade. E isso não é invenção brasileira: países como França, Alemanha e Canadá já adotaram medidas semelhantes, cobrando das plataformas maior compromisso com o bem-comum.
Contra a submissão, a resistência
Diante desse quadro, cabe a nós, cidadãos e cidadãs comprometidos com a justiça social e a soberania nacional, denunciar essa nova onda de ingerência estrangeira. Precisamos apoiar nossas instituições, fortalecer nosso Estado e exigir que o Brasil continue a ocupar seu lugar no mundo com dignidade e independência.
Não somos território de influência norte-americana. Somos um país rico, diverso e soberano. E não vamos permitir que interesses corporativos ou ideologias ultraliberais nos imponham uma agenda antidemocrática. Que o STF siga firme em sua missão, e que o Brasil continue a mostrar ao mundo que é possível construir um modelo próprio de regulação digital, justo, legítimo e profundamente democrático.
Viva o Brasil!
Viva a soberania popular!
Viva as instituições democráticas!
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