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“Washington não aceita perder a hegemonia”, diz Zakharova sobre sanções contra Moscou

Diante da crescente pressão econômica dos Estados Unidos, a Rússia intensificou sua aproximação com os países do BRICS e parceiros do Sul Global, numa tentativa de liderar uma nova configuração geopolítica. O objetivo, segundo o governo russo, é consolidar uma ordem mundial multipolar, resistente à coerção econômica imposta pelo Ocidente. Em declaração nesta segunda-feira (4), […]

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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, participa da coletiva de imprensa anual de fim de ano do chanceler Sergei Lavrov na sede do Ministério das Relações Exteriores em Moscou, em 14 de janeiro de 2025. Foto: AFP

Diante da crescente pressão econômica dos Estados Unidos, a Rússia intensificou sua aproximação com os países do BRICS e parceiros do Sul Global, numa tentativa de liderar uma nova configuração geopolítica. O objetivo, segundo o governo russo, é consolidar uma ordem mundial multipolar, resistente à coerção econômica imposta pelo Ocidente.

Em declaração nesta segunda-feira (4), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Moscou seguirá firme contra as sanções unilaterais aplicadas por Washington. “A trajetória da política global não será revertida por tarifas ou medidas punitivas”, declarou.

Zakharova ressaltou que a Rússia mantém uma “vasta rede de parceiros e aliados” no Sul Global (especialmente entre os países do BRICS) que compartilham da visão de um mundo mais justo e equilibrado. “Estamos prontos para intensificar a cooperação com esses países, combater as sanções ilegais e construir uma ordem global verdadeiramente multilateral e equitativa”, disse.

Para o governo russo, as sanções norte-americanas são um instrumento de interferência e violação da soberania de outras nações. Zakharova acusou os EUA de conduzirem uma “política neocolonial” na tentativa de preservar sua hegemonia diante de um cenário internacional em transformação.

“Washington não aceita perder sua posição dominante no mundo. Por isso, recorre a pressões econômicas politizadas contra todos que resistem à sua agenda”, declarou.

Desde 2022, a Rússia tem redirecionado grande parte de seu comércio para regiões como Ásia, África e América Latina. O país tem utilizado estratégias como exportação de petróleo com desconto, acordos de alimentos e fertilizantes e projetos de infraestrutura para reforçar suas relações bilaterais.

Além disso, vem expandindo sua chamada “frota paralela” para contornar restrições marítimas, enquanto estimula o uso de moedas nacionais em transações comerciais para reduzir a dependência do dólar.

No campo diplomático, Moscou tem defendido reformas na governança global por meio do BRICS e de fóruns Sul-Sul, sugerindo alternativas às instituições lideradas pelo Ocidente, como o FMI e o Banco Mundial. A Rússia também tem se alinhado com países como China, Irã e Índia em pautas estratégicas sobre comércio, energia e política externa.

Segundo autoridades russas, a construção dessa rede de cooperação mostra que é possível resistir às imposições do Ocidente. “Este é um caminho realista para as nações que se recusam a aceitar ditados externos”, concluiu Zakharova.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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