O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, republicou na última quinta-feira (7) um vídeo na rede social X em que pastores cristãos afirmam que mulheres não devem ter o direito de votar.
Doug Wilson, o pastor principal do vídeo, já declarou que apoiaria a revogação da 19ª Emenda da Constituição — a mesma que garante às mulheres o direito de votar —, embora tente minimizar o tema dizendo que não é prioridade. Defende ainda a proibição total do aborto e a criminalização da homossexualidade. Dentro de sua igreja, mulheres são impedidas de ocupar cargos de liderança, sob a justificativa de que “a Bíblia diz que isso não deve acontecer”.
O discurso também é replicado por outros líderes da congregação. O pastor Toby Sumpter, por exemplo, afirma que o voto deveria ser “em família” e sob o comando do homem, reforçando a ideia de submissão feminina. Em um dos trechos, uma fiel chega a declarar que seu marido “é o chefe da casa” e que ela “é submissa a ele”.
O alcance da influência de Wilson ficou evidente no último domingo (3), quando uma filial de sua igreja foi inaugurada em Washington, capital dos EUA, com a presença do apresentador e comentarista político Pete Hegseth, acompanhado da família. O evento marcou mais um passo da aproximação entre religião e Estado, já que Hegseth é aliado de Wilson e figura próxima de integrantes do governo.
Hegseth, que nega acusações de abuso sexual, consumo excessivo de álcool e múltiplas infidelidades conjugais, recebeu de Wilson um “selo de reabilitação espiritual”: segundo o pastor, ele agora “vive como um homem cristão deveria viver”.
A influência religiosa no governo não para por aí. Um Escritório de Fé foi criado recentemente na Casa Branca, e Hegseth passou a promover cultos mensais dentro do próprio Pentágono. O movimento que reforça a crescente presença de uma agenda religiosa ultraconservadora no centro do poder político americano.
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