Durante um encontro com o presidente argentino Javier Milei, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o Brasil e disse ter tido uma “boa conversa” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Trump, os dois se encontraram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e voltaram a conversar por telefone no início de outubro. O líder norte-americano afirmou que países da América do Sul estão “indo para o lado” dos Estados Unidos, citando o Brasil como exemplo.
A reunião entre Trump e Milei ocorreu em meio às negociações de um pacote de ajuda financeira de US$ 20 bilhões à Argentina, intermediado pelo Departamento do Tesouro americano. Ao comentar o apoio, Trump declarou que decidiu ajudar o país “porque é importante para o continente” e que a prosperidade argentina pode servir de modelo para outras nações da região. Ele também aproveitou para criticar o grupo dos BRICS, dizendo que o bloco buscava “enfraquecer o dólar” e que, após ameaças de tarifas americanas, “ninguém mais fala disso”.
A conversa entre Lula e Trump por telefone, em 6 de outubro, durou cerca de 30 minutos e tratou das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O presidente brasileiro pediu a revisão das medidas e o fim das sanções a autoridades do país ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após o diálogo, Trump chamou Lula de “bom homem”, disse que pretende visitar o Brasil em breve e afirmou que os dois “devem fazer negócios juntos”.
A reaproximação marca uma mudança de tom nas relações entre os dois países, que vinham tensas desde o anúncio das tarifas. Lula havia criticado o que chamou de “ataques à soberania” e sugerido que Trump “quer ser o imperador do mundo”. Agora, com o novo diálogo, há expectativa de um encontro presencial entre os dois líderes nas próximas semanas.


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