A Quantinuum anunciou o Helios, descrito pela companhia como o computador quântico comercial de uso geral mais preciso do mundo, marcando um avanço para a aplicação corporativa de inteligência artificial quântica generativa.
Segundo a empresa, a tecnologia permite programar o sistema de forma semelhante aos computadores tradicionais, graças à nova linguagem Guppy, baseada em Python e projetada para integrar computação clássica e quântica em um único programa.
“Pela primeira vez, empresas podem acessar um computador quântico de uso geral altamente preciso para gerar impacto no mundo real, transformando a maneira como as indústrias inovam – da descoberta de medicamentos às finanças e aos materiais avançados”, afirmou o presidente-executivo da Quantinuum, Rajeeb Hazra.
Aplicações e parceria com a Nvidia
O Helios foi desenvolvido para incorporar dados gerados por computação quântica em modelos de inteligência artificial, ampliando o potencial de aplicações em áreas como análise de dados, química, design de materiais e otimização. Para reforçar esse processo, a Quantinuum expandirá sua parceria com a Nvidia, integrando o processador GB200 ao Helios por meio do sistema NVQLink, voltado a aplicações específicas de IA quântica.
Nos testes conduzidos nos últimos meses, empresas selecionadas avaliaram diferentes aplicações do sistema:
BMW Group: pesquisa de materiais para catalisadores de células a combustível;
JPMorgan Chase: estudos sobre capacidades para análises financeiras avançadas;
SoftBank Corp: exploração de materiais orgânicos para baterias, interruptores ópticos e células solares;
Amgen: uso de aprendizado híbrido quântico-clássico para descoberta de biológicos;
BlueQubit: reconhecimento de imagens com IA usando vídeos reais de direção.
A Quantinuum também informou que construirá um centro de pesquisa e desenvolvimento em Singapura, em parceria com o Escritório Nacional de Computação Quântica (NQO) e o Centro Nacional de Computação Quântica (NQCH). O objetivo é acelerar projetos comerciais nas áreas de biologia computacional, modelagem financeira, materiais avançados, química e otimização combinatória.Arquitetura e desempenho do Helios
O computador opera com 98 qubits totalmente conectados, permitindo processar cálculos complexos com taxa de erro muito inferior à de sistemas concorrentes. De acordo com a Quantinuum, a precisão se aproxima de 100% em determinados processos.
“Seria necessário coletar energia de todas as estrelas do universo para alimentar uma máquina clássica capaz de realizar os mesmos cálculos que fizemos com o Helios”, afirmou Anthony Ransford, arquiteto líder do projeto. Segundo ele, o sistema operou utilizando apenas a energia de um rack de data center.
Uma das inovações da máquina é a estrutura interna semelhante a um “cruzamento”, que permite mover qubits de forma coordenada e confiável, reduzindo a complexidade física do computador. Esse arranjo prepara o caminho para máquinas com centenas de cruzamentos, formando redes internas mais densas.
Outra mudança relevante foi a substituição dos qubits de itérbio por qubits de bário, que simplificam o uso de lasers no sistema, aprimoram a detecção de erros e aumentam a estabilidade atômica dos cálculos.
Com a nova geração de hardware e linguagem de programação integrada, a Quantinuum afirma que empresas já podem explorar aplicações de IA quântica generativa em escala comercial, entrando em uma nova fase de competitividade no setor.


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