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Haddad critica relator do PL Antifacção e diz que Derrite “não entende de inteligência de investigação”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta quarta-feira (12/11) a tramitação do Projeto de Lei nº 5.582/2025, conhecido como PL Antifacção, e questionou a condução do relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Segundo o ministro, o parlamentar “não é, propriamente, uma pessoa que entenda de inteligência de investigação”. “Nós acabamos de dar uma […]

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Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta quarta-feira (12/11) a tramitação do Projeto de Lei nº 5.582/2025, conhecido como PL Antifacção, e questionou a condução do relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Segundo o ministro, o parlamentar “não é, propriamente, uma pessoa que entenda de inteligência de investigação”.

“Nós acabamos de dar uma demonstração de integração para asfixiar financeiramente o crime organizado há dois, três meses. Você vai colocar isso a perder em função do açodamento de um relator que, com todo respeito, não é, propriamente, uma pessoa que entenda de inteligência de investigação. Não é uma pessoa versada em investigação e inteligência contra o crime organizado”, afirmou Haddad.

O ministro também criticou a forma como o texto tem avançado na Câmara, afirmando que a Polícia Federal e a Receita Federal não foram ouvidas durante o processo de discussão. Segundo ele, as instituições vinham atuando de forma integrada em investigações que resultaram, recentemente, em operações contra o braço financeiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Durante sua fala, Haddad sugeriu que a tramitação apressada pode esconder outros interesses:

“Tudo sendo feito de forma atabalhoada. Por trás disso aí, tem algum interesse que não resiste à luz do dia. Por que isso? Esse projeto é bom? Vamos todo mundo celebrar”, declarou.

Na terça-feira (11), Haddad já havia afirmado que o relatório de Derrite “protege o andar de cima do crime organizado”, ao restringir a atuação da PF e da Receita no rastreamento de recursos de facções. O texto previa que a Polícia Federal só poderia atuar em conjunto com polícias estaduais mediante solicitação dos governadores, o que, segundo o ministro, limitaria as operações de combate às estruturas financeiras das organizações criminosas.

Em resposta, Derrite publicou um vídeo defendendo seu parecer:

“Meu texto não alterava em nada a lógica. Apenas deixava claro que tudo seria mantido como hoje, ou seja, a Polícia Federal ia atuar em conjunto com os estados, de forma integrativa”, afirmou o relator.

Com o aumento da tensão entre o governo e o relator, governadores de diferentes partidos pediram ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o adiamento da votação. O pedido foi feito pelos governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG), conforme revelou a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.

Derrite, que é aliado de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar o projeto, foi indicado para a função pelo próprio presidente da Câmara.

O PL Antifacção é uma das principais pautas de segurança pública em discussão no Congresso, mas enfrenta resistências tanto do governo federal quanto de parte dos governadores, que pedem mais tempo para avaliar os impactos do texto sobre as competências da Polícia Federal e a cooperação entre estados e União.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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