Única testemunha vai dizer que mensalão não existiu

A confissão de Jefferson: mensalão foi coação ao PT

No Brasil 247

NA SUA DEFESA, ROBERTO JEFFERSON PREPARA UMA GRANDE SURPRESA: A CONFISSÃO DE QUE SEUS R$ 4 MILHÕES ERAM CAIXA DOIS E DE QUE A PALAVRA MENSALÃO FOI CRIADA PARA COAGIR O PT, QUE PRETENDIA DERRUBÁ-LO NO INÍCIO DO GOVERNO LULA

12 de Agosto de 2012 às 11:42

247 – Nesta segunda-feira, com a retomada da apresentação das defesas na Ação Penal 470, haverá uma grande surpresa. O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson, dirá que os recursos entregues pelo PT ao PTB, R$ 4 milhões ao todo, diziam respeito a um acordo para financiamento de campanhas municipais em 2004. Ou seja: ele negará a tese do mensalão e da compra de votos de parlamentares, que havia sido denunciada pelo próprio Jefferson.

O ponto mais surpreendente foi antecipado pelo advogado de Jefferson, numa entrevista ao portal iG. Corrêa Barbosa afirmou que existem dois conceitos de mensalão. A mesada, supostamente paga a parlamentares, foi, segundo ele, um “objeto de coação”. Ou seja: Jefferson, que se dizia pressionado pelo partido, criou a palavra como figura retórica para se vingar de seus algozes. O segundo conceito é o caixa dois, como já admitido por réus, como Delúbio Soares.

Na semana passada, o presidente do PTB já fez essa revelação ao dizer “José Dirceu me derrubou, mas livrei o Brasil dele”. Essa “vingança” mobiliza o debate político no Brasil há sete anos e boa parte da acusação de compra de votos está ancorada no testemunho de um personagem que, agora, desdiz tudo o que havia dito.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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