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Alckmin defende o ajuste fiscal permanente, mas reduz o superávit

Ápice da hipocrisia: Alckmin reduz superávit primário e sabota Levy Por Francisco Luís, especial para o Viomundo O governo Dilma reduziu a meta do superávit primário e a imprensa voltou a mencionar a queda da nota de crédito do Brasil. Os tucanos e seus aliados no mercado financeiro vivem exigindo o aumento do superávit primário […]

21 comentários
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Ápice da hipocrisia: Alckmin reduz superávit primário e sabota Levy

Por Francisco Luís, especial para o Viomundo

O governo Dilma reduziu a meta do superávit primário e a imprensa voltou a mencionar a queda da nota de crédito do Brasil.

Os tucanos e seus aliados no mercado financeiro vivem exigindo o aumento do superávit primário do governo federal, mas não estão fazendo a sua parte. Em consequência, até 2018 podem fazer com que o governo federal tenha de fazer um superávit primário de R$ 7 bilhões a mais para cobrir o que não será feito pelo governo de Geraldo Alckmin. Isso obrigará o governo federal a economizar, mas o governo do Estado de São Paulo poderá ampliar a despesa nos próximos anos, especialmente com investimentos. Na campanha eleitoral, mostrarão as obras deles feitas às custas do esforço fiscal do governo federal.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Estadual 2016 contém uma reprogramação das projeções de receitas e despesas estaduais para 2015, baseados na redução das expectativas de crescimento do PIB. Nesta reprogramação, o governo estadual reduziu as receitas previstas em R$ 4,47 bilhões (-2,39%) e as despesas em R$ 2,33 bilhões (- 1,27%).

O ritmo menor de redução das despesas em relação às receitas levará a uma queda de quase 64% do superávit primário, que cairá de R$ 3,34 bilhões para R$ 1,23 bilhão. Este resultado obrigará o governo federal a fazer um esforço fiscal maior para cobrir esta redução do superávit do governo Alckmin, que representava 30% do resultado esperado para as demais unidades da federação, excluído o governo federal.

Isso ocorre porque a LDO Federal 2015 (Lei 13.080, 02/01/2015) prevê, em seu parágrafo 4º, que:

“§ 4o A meta de superávit primário estimada para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios é de R$ 11.046.000.000,00 (onze bilhões e quarenta e seis milhões de reais) e, para efeitos de cumprimento do estabelecido no caput, o Governo Central compensará o eventual valor não atingido por esses entes”.

Em síntese, apesar dos tucanos serem defensores intransigentes de uma política de “ajuste fiscal permanente” – buscando produzir superávits primários elevados para o pagamento dos juros da dívida pública -, neste ano de esforço fiscal federal, o governo Alckmin pretende contribuir menos com o ajuste, atuando na contramão.

Outra questão que deve ser ressaltada é que estas novas projeções podem ser excessivamente pessimistas quando analisamos o impacto dos novos indicadores macroeconômicos sobre as receitas estaduais.

Considerando que a inflação prevista para 2015 era de 5,7% e o governo federal já prevê inflação de 8,2%, esta variação impactará a receita positivamente em R$ 6,54 bilhões. Já a projeção de queda do PIB para 2015 (de 2,5% para -0,9%) produziria uma redução de R$ 7,29 bilhões na projeção de arrecadação estadual. Portanto, o impacto líquido sobre as receitas primárias estaduais seria de uma queda de, aproximadamente, R$ 750 milhões.

O superávit primário representa, em linhas gerais, a economia que o governo se compromete realizar para o pagamento da dívida pública.

A meta para o superávit primário estadual previsto no PPA 2012/2015 era de R$ 26,4 bilhões para os quatro anos, mas o governo Alckmin deverá entregar apenas R$ 18,7 bilhões. Esta projeção leva em consideração os valores já alcançados em 2012, 2013 e 2014, bem como o valor previsto para 2015 no orçamento.

Em resumo, o governo Alckmin deixará de economizar a quantia de R$ 7,7 bilhões para o pagamento da dívida pública em relação às previsões iniciais do PPA. Cumpre registrar que, com a reprogramação prevista para 2015, o governo paulista poderá deixar de economizar a quantia de aproximadamente R$ 9,8 bilhões em relação às previsões iniciais.

Outra forma de analisarmos a redução do compromisso do governo estadual com o ajuste fiscal nos últimos anos pode ser obtido através da evolução do superávit primário alcançado de 2011 até 2014, bem como as projeções de 2015 até 2018.

De 2011 a 2014, o governo Alckmin obteve um superávit primário 26% menor, uma queda de quase R$ 1,6 bilhão. Quando analisamos os valores do superávit em 2011 em comparação com o superávit primário previsto para 2018, a queda será de 72%. Também podemos fazer tal análise através do peso do superávit primário obtido ou previsto em relação à receita primária. Esta relação vem caindo de 2011 (4,45%) a 2014 (2,6%), mantendo esta tendência para as projeções até 2018 (0,94%).

Mantendo o discurso de “defensor do ajuste fiscal permanente” e reduzindo, na prática, os valores do superávit primário, o governo Alckmin planeja repassar o custo político do ajuste para o governo federal, enquanto disponibiliza recursos extras para investimentos e outras despesas até 2018.

Como vemos, Geraldo Alckmin segue à risca o falar uma coisa e fazer outra. E, como sempre, conta com blindagem da mídia que se recusa a mostrar como o governador paulista sabota o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e os fundamentos da política econômica que dizem seguir: a do choque de gestão.

PS1: Em tempo. Vejam dois achados em documentos oficiais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, que confirmam o que Paulo Copacabana disse aqui no Viomundo sobre a pauliceia desvairada.

Copacabana revelou com brilhantismo como São Paulo se tornou hoje dependente da política econômica federal, perdendo sua relativa autonomia.

Isto mostra que o saudoso Mário Covas tinha razão em não querer a venda do Banespa e a perda de instrumentos de fomento de crédito promovida pelo Governo Fernando Henrique Cardoso.

PS2: Outro texto referência é o de Antonio de Souza, também aqui no Viomundo. Ele mostrou o desequilíbrio fiscal do governo paulista e colocou por terra o famoso choque de gestão.

Como se vê, o governo Geraldo Alckmin confirma essas análises para desespero da direita raivosa.

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Comentários

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surreal

28/07/2015 - 12h21

A pátria dos traidores é o dinheiro sujo, não importa de onde vem, é dinheiro manchado com o sangue do povo brasileiro.
https://www.youtube.com/watch?v=Bi15bR4GXo0
https://www.youtube.com/watch?v=1phd2VxUnW4
https://www.youtube.com/watch?v=L3VTSxWTvjI

Monopólio da Informação – combata isto.

28/07/2015 - 15h01

E ENTÃO, QUEM É QUEM NESTA HISTÓRIA DAS “MARCHAS DA CBF”…

Era escândalo de corrupção que não acabava mais, um atrás do outro, mas como os governos do PSDB contavam com um Ministério Público dominado por um Procurador Geral que entrou para a história como o “Engavetador Geral da República” (por abafar todos os escândalos e deixá-los prescreverem, isto é, perder os prazos legais para aplicar penas) e com uma Polícia Federal cujo Diretor-Geral foi filiado ao PSDB e a corporação tinha um orçamento miserável, nada andou.

Enquanto isso a massa bovina grita: “vem, vem pra marcha dos corruptos, vem”

http://consciencia.net/o-brasil-nao-esquecera-45-escandalos-governo-fhc/

Cidinha Pamplona

28/07/2015 - 04h05

PSDB NUNCA MAIS- GOLPE NUNCA MAIS–DILMA ESTAMOS COM VC. — LULA 2018 !!!!PSDB NUNCA MAIS- GOLPE NUNCA MAIS–DILMA ESTAMOS COM VC. — LULA 2018 !!!!PSDB NUNCA MAIS- GOLPE NUNCA MAIS–DILMA ESTAMOS COM VC. — LULA 2018 !!!!

Jose Celio Martini Martini

27/07/2015 - 23h27

Por favor Paulo Henrique Amorim, posta uma matéria do Blog do Cardosinho sobre a Ponte Férrea sobre Rio Grande divisa de Minas Gerais e São Paulo ( Norte/Sul) vale apena prestigiar o único que foi entrevistador ainda a mídia não saiu, esta no dia 25-07-2015

Marieta Jorge

27/07/2015 - 23h09

vai aumentar mais o nariz Pinochio!!??

Renildo

27/07/2015 - 18h26

Eu tambem votei na Dilma. Ela tem lugar garantido lá no céu. O ódio estampado na cara do aecio é visível. Na cara de Merval e no focinho do villas também. Eu já me decidir… votarei no LULA em 2018.

Marilene Ponte

27/07/2015 - 21h05

Mas quem acredita num narigão desses….? Pior que a madrasta da Branca de Neve. Cara de Pau, Fingido e Traiçoeiro.

Vera Lucia C. Soares

27/07/2015 - 19h46

Presidenta Dilma,não confie. Não dê IBOPE P ele.

Vera Lucia C. Soares

27/07/2015 - 19h46

Presidenta Dilma,não confie. Não dê IBOPE P ele.

Wilson Santos

27/07/2015 - 18h41

Espelho! Espelho meu, existe um cara mais cara de pau, do que eu!!!!!

Marcelo Rossi

27/07/2015 - 18h19

Espelho, espelho meu, existe tucano mais cara de pau do que eu…? Sim ! O Serra e o Aecim !

    Marcelo Rossi

    28/07/2015 - 01h29

    So no universo paralelo do jn e da veja. Ja confuncio e pitagoras estao se revirando em suas tumbas.

André Pais

27/07/2015 - 16h18

Ué Levy não deveria se posicionar e falar? Cadê a comunicação?

Claudinei Divino Flavio

27/07/2015 - 15h51

Estefânia Camp

27/07/2015 - 15h49

hahahhahahhahahaa.. psdb é o partido mais incoerente.

    Estefânia Camp

    27/07/2015 - 17h39

    Marcelo vai pra lá com seu discurso copia/cola da veja, folha e globo.

    O Cafezinho

    27/07/2015 - 17h55

    Contas secretas… Bndes só dando lucro, ao invés de como era no passado, financiando privatização

      Vitor

      27/07/2015 - 18h44

      Parae Miguel. BNDES só dá lucro pq pega dinheiro do Tesouro! O resultado final é que o BNDES custa $$$ para o Governo. E tudo bem, já que o objetivo dele não é o lucro e sim ajudar no desenvolvimento do país! Só não dê uma de Veja, que vc é mais inteligente que isso!

    O Cafezinho

    27/07/2015 - 17h57

    Globo tem conta secreta. Todas as grandes empresas têm conta secreta e agora querem impor essa narrativa que o tio sam mandou pra pegar negócios brasileiros nesses mesmos países

    Estefânia Camp

    27/07/2015 - 17h59

    Engraçado que além das pedaladas terem sido feitas tb no governo do FHC e nem sequer o TCU notificou o governo na época. Aécio fez o mesmo em Minas. Olha, o pete é ruim mas o psdb é o pior. É muita má fé!!

Dannty Sá

27/07/2015 - 15h45

Cade o panelaço? Ou é tudo culpa da Dilma?


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