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Depois de sucateamento com FHC, empregos no setor de petróleo cresceram 68% a partir de 2003

Foto: CNM/CUT Emprego no setor de petróleo e construção naval no país cresce 68% de 2002 a 2015 Na Rede Brasil Atual Uma comparação entre o último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, e o balanço fechado em 2015, mostra que o emprego no setor de petróleo e na construção naval brasileira […]

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Foto: CNM/CUT

Emprego no setor de petróleo e construção naval no país cresce 68% de 2002 a 2015

Na Rede Brasil Atual

Uma comparação entre o último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, e o balanço fechado em 2015, mostra que o emprego no setor de petróleo e na construção naval brasileira registrou enorme crescimento no período. No total, incluindo os trabalhadores do sistema Petrobras, terceirizados e construção naval, os empregos eram de 174.243 em 2002, crescendo para 293.594 em 2015, o que representa expansão de 68,4%.

Em 2002, considerando o sistema Petrobras (trabalhadores próprios) empregava, segundo dados da Federação Única dos Petroleiros, 46.743 trabalhadores. Treze anos depois, os contratados eram 78.470, o que representa expansão de 67,8%.

Em relação aos terceirizados da estatal, envolvendo atividades que vão de hotelaria a construção civil, o aumento do número de empregados saltou 30,6%, de 121.000 para 158.076.

Já na construção naval, o número de trabalhadores em 2002 e 2015 revela que o setor praticamente inexistia no país e passou a ter importância significativa, principalmente pela valorização do mercado de trabalho nacional. Ao final do mandato de FHC, havia 6.500 trabalhadores no setor. Treze anos depois, o número havia chegado a 57.048, representando aumento de nada menos do que 777%.

Os dados revelam que tanto a construção naval como o sistema Petrobras e os terceirizados foram atingidos em cheio pela crise e as consequências da operação Lava Jato. Entre 2014 e 2015, os empregos na Petrobras caíram 3%, de 80.908 para 78.470. Na área de terceirizados, a redução foi muito mais significativa, de 46%, reduzindo-se de 291.074 para 158.076. A queda no setor de construção naval, de 82.472 para 57.048, foi de 30,8%.

A queda no emprego já vinha ocorrendo no sistema Petrobras e entre terceirizados desde o período anterior. Em 2013, os empregados da estatal eram 86.108 (contra 80.908 no ano seguinte). Entre os terceirizados, a redução foi de 360.180 para 291.074 em 2014. Em sentido contrário, os números da construção naval revelam que o setor permanecia expandindo o emprego de 2013, quando havia 78.136 trabalhadores, para 2014, quando atingiu 82.472, só registrando abrupta queda em 2015, para 57.048.

O coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, diz que o país partiu, do fim do período FHC, de uma realidade em que praticamente não existia política de Estado relacionada à Petrobras, a engenharia do setor estava em crise e as refinarias sucateadas. “Na época, o país abriu mão de construir refinarias. Quando Lula assumiu, em 2003, a Petrobras tinha uma série de campos que iam ser devolvidos à ANP (Agência Nacional do Petróleo), porque não tínhamos investimento”, afirma.

A partir de Lula, diz o sindicalista, voltou o investimento, as perfurações recomeçaram no Brasil todo e o trabalhador nacional passou a ser valorizado.  “A crise que veio com a Lava Jato trouxe como grande saldo a quebra das principais indústrias da construção, levando ao desemprego e ao desânimo. A Lava Jato desmontou a indústria. Se era para combater a corrupção, que se punissem as pessoas, não as empresas.”

Apesar da crise, o governo Dilma Rousseff tem feito esforços para manter as indústrias da construção naval e petrolífera em andamento. Há um mês, por exemplo, ela entregou o navio Doca Multipropósito Bahia à Marinha brasileira, em Salvador. O navio foi incorporado a partir de negociações com a França, por 80 milhões de euros.

Em maio do ano passado, Dilma “batizou”, no Porto de Suape, em Pernambuco, o navio Marcílio Dias e participou da viagem inaugural do petroleiro André Rebouças. Cada uma das embarcações tem capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo, segundo a companhia.

Por sua vez, a Petrobras teria R$ 756 milhões para investir na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco, no Complexo Industrial Portuário de Suape, a 45 km de Recife. Suas obras foram paralisadas em decorrência da Lava Jato. O montante está previsto no Orçamento Federal de 2016 e a expectativa era de que o investimento poderia criar 2 mil empregos. Com a crise e a tentativa de depor a presidenta, não se pode prever o que acontecerá com a tentativa de retomar as obras da refinaria Abreu e Lima.

Ela entrou em operação em dezembro de 2014, 34 anos depois da construção da última refinaria do país. O primeiro conjunto (trem) de refino está em operação. O segundo foi prejudicado pela crise. De acordo com a Petrobras, a previsão é de que o segundo trem iniciará suas atividades em 2018.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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