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Intimidado pela mídia STF não parece disposto a barrar o golpe

Foto: Pedro França/Agência Senado Aliados de Dilma e defensores da democracia atuam em duas frentes contra impeachment Possibilidade de que a votação no Senado impeça cassação de Dilma “é real”, diz senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) na Rede Brasil Atual Na reta final do processo do impeachment, as expectativas mais positivas, no contexto da luta travada […]

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Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Roussefff por suposto crime de responsabilidade. (E/D): senador Magno Malta (PR-ES); presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski; senador Raimundo Lira (PMDB-PB); senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Foto: Pedro França/Agência Senado

Foto: Pedro França/Agência Senado

Aliados de Dilma e defensores da democracia atuam em duas frentes contra impeachment

Possibilidade de que a votação no Senado impeça cassação de Dilma “é real”, diz senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

na Rede Brasil Atual

Na reta final do processo do impeachment, as expectativas mais positivas, no contexto da luta travada no Judiciário e no Legislativo pelos aliados e defensores da legalidade e do mandato de Dilma Rousseff, parecem pender hoje para o Parlamento. Algumas informações dão conta de ser real a possibilidade de que a votação no Senado, na semana que vem, reverta a cassação do mandato de Dilma.

Em reunião conjunta da Câmara e do Senado na terça (23), parlamentares aliados de Dilma demonstraram esperança. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) diz que essa informação é correta, e que a expectativa não é recente. “A possibilidade de reversão existe, e isso a gente não manifestou ontem. Temos manifestado no cotidiano. Discutimos com vários senadores. A possibilidade é real”, afirma.

Segundo ela, há um conjunto de elementos que podem levar à mudança de vários votos. “Um deles é a projeção de que o governo de Michel Temer, se continuar, vai ser desastroso ao país. Os senadores falam isso, sabem do momento delicado, e que a crise econômica não vai acabar tão cedo”, conta. “Temer vai precisar começar a descumprir acordos, até para poder aplicar essa política de austeridade extrema. Isso está gerando um bocado de descontentamento”, acrescenta.

Temer tenta se calçar. Acena, segundo o noticiário, a senadores do Maranhão com a criação de uma zona de exportação no Porto do Itaqui, na capital São Luís, na tentativa óbvia  de garantir os votos dos senadores do estado, Edison Lobão (PMDB), João Alberto Souza (PMDB) e Roberto Rocha (PSB). Lobão e Rocha já haviam votado a favor do impeachment no dia 12 de maio. Souza, que votou contra, mudou de posição e foi a favor do relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG) este mês.

Judiciário

Na frente jurídica, a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, ontem (23), de rejeitar o pedido pelo qual a defesa de Dilma questionava as regras no processo, parece indicar que o tribunal não vai se posicionar nem mesmo contra o mérito no impeachment, mesmo com todas as ilegalidades inerentes a ele.

No contexto judicial, e diante da decisão de Lewandowski, a tentativa de intelectuais e jornalistas de pedir a nulidade do processo com uma petição remedium iuris não deve ter sucesso. “Mesmo que fosse a melhor peça jurídica do mundo, neste momento não vai exercer qualquer tipo de influência no sentido de suspender julgamento”, avalia o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro. “O julgamento vai acontecer.”

Para o jurista Pedro Serrano, a possibilidade de o STF acolher o pedido de nulidade protocolado pelo escritor Fernando Morais, junto com os professores Laymert Garcia dos Santos e Stella Senra e os jornalistas José Trajano e Alípio Freire, é remota. “Acho que o Supremo não vai acolher de jeito nenhum. O Supremo me parece intimidado pela onda de opinião, pela mídia e pelo próprio Legislativo”, diz Serrano.

Segundo ele, o processo no Brasil se assemelha muito ao que tem sido visto em outros países do continente. “O que se vê na América latina é que o Judiciário acaba, como em Honduras e Paraguai, coonestando com as ilegalidades do Legislativo. O Judiciário ajudou a desconstruir a imagem dos governantes de esquerda, anteriormente ao afastamento dos chefes de governo em Honduras e Paraguai, o que no Brasil foi exercido muito por operações da Polícia Federal, Ministério Público e Lava Jato, que tiveram o papel de desconstrução do governo da Dilma”, analisa Serrano.

Ele avalia que, nesse contexto latino-americano, reproduzido no Brasil com outra estrutura e de maneira mais sofisticada, o Judiciário “acaba tendo dois papéis: da desconstrução simbólica, realizada antes do impeachment, e depois a confirmação da validade do impeachment, obviamente inconstitucional, depois de ele ter sido produzido”.

Em Honduras, lembra Serrano, aconteceu algo semelhante. Lá, o próprio Judiciário se responsabilizou por retirar o presidente Manuel Zelaya do poder. “Não foi nem impeachment, houve uma decisão sem processo. E no Paraguai houve um processo de impeachment (o presidente Fernando Lugo) muito viciado, cuja validade o Judiciário confirmou, mesmo o processo contrariando a Constituição. Em ambos os países houve atuações dos órgãos de apuração e investigação desconstruindo a imagem do presidente. Isso tende a se reproduzir no Brasil.”

Os intelectuais e jornalistas que foram ao Supremo tentar a nulidade do processo afirmam estar cumprindo sua obrigação. “Estamos entrando com uma iniciativa que registra e recenseia as irregularidades cometidas durante o processo de impedimento de Dilma no Senado. Tudo o que puder fazer para tentar ajudar a legalidade a gente tem que fazer. É um dever cívico”, diz o sociólogo Laymert Garcia dos Santos.

Fernando Morais vai na mesma linha. “Nossa função, como democratas e cidadãos, é derrubar o golpe com as armas que a gente tem. Eu tenho esperança de que o Supremo acate”, diz. Ele se diz muito preocupado com o que vê acontecer no Brasil nos últimos anos. “É uma espécie de ditadura togada. Nós, de minha geração, que penou e sofreu tanto nas mãos de uma ditadura fardada, estamos vivendo uma ditadura togada capitaneada de um lado pelo Ministério Público, e de outro por setores dos meios de comunicação. Cada um que faça sua obrigação. A minha, do Trajano, do Laymert, do Alipio e da Stella é tentar derrubar o golpe com os instrumentos que a gente tem.”

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Comentários

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Joselito. Araujo

26/08/2016 - 15h24

Este país só será sério quando houver um rio de sangue.

Flavio

26/08/2016 - 11h36

Cartas marcadas de um jogo sujo…

Alexandre Abreu

26/08/2016 - 11h09

DU-VI-DO que revertam. Golpe é golpe

Claudio

26/08/2016 - 10h47

https://www.youtube.com/watch?v=nM35keNiic8

    Claudio

    26/08/2016 - 11h02

    A pergunta que paira é que diante de tantas evidencias, os nobres jornalistas têm medo de falar a real para o pessoal. Seria medo ou simplesmente ordem da maçonaria?

      Dilson Magno

      26/08/2016 - 13h54

      Maçonaria – Grande Oriente de São Paulo e Forças Armadas.
      Nossa guerra não é contra os irmãos ainda que midiotizados. Nosso principal alvo deveria ser a maçonaria que foi a mentora do golpe e agora encabeça, dirige, controla todas as ações; eles são os verdadeiros inimigos do povo brasileiro… Se não enxergarmos isto corremos o risco de jogar veneno demais e prejudicar os animais e plantas ao redor… E tem mais: Os verdadeiros responsáveis estão nos mais altos graus…os de baixo são somente idiotas úteis, Um fato quer não podemos deixar de considerar como muito importante é que eles são extremamente diligentes e articulados e não têm qualquer pudor….usam qualquer arma ao alcance pára destruir o inimigo….
      https://www.youtube.com/watch?v=nM35keNiic8
      O plano maligno está se revelando, primeiro os Illuminatis comandados, no Brasil, pelo maçom Aécio, retira a Dilma do poder, depois eles governam, escravizando a população, pois servimos apenas de caixa dois. Vale lembrar que a crise atual, foi causada por eles, infiltrada nos partidos. Dilma e a parte boa do PT não têm culpa. Quem está a fim de dominar o Brasil são os Illuminatis, com sede nos Estados Unidos. A Maçonaria é liderada no Brasil pelo PSDB, O Aécio é o líder no Brasil. A Dilma é vitima de militantes dos Illuminatis, comprados pelos Estados Unidos. Vejam os vídeos: Governo sob ataque – https://www.youtube.com/watch?v=tkYATwjAwJk
      AÉCIO MAÇONARIA – https://www.youtube.com/watch?v=wlUrtQ14Hdo
      REUNIÃO DOS ILLUMINATIS E SEU LÍDER – https://www.youtube.com/watch?v=1nuh3kbGYU0
      O QUE SÃO OS ILLUMINATIS – https://www.youtube.com/watch?v=LBz69H2l84E
      https://www.youtube.com/watch?v=BjeRcPdsanI

Dilson Magno

26/08/2016 - 10h02

No Brasil o nosso congresso e nosso senado condenara a administração de Dilma por pura antipatia a sua pessoa alegando que os gastos foram acima do orçamento, com isso aplicaram a tal improbidade administrativa, agora veja como estão ás coisas nos USA será que vão pedir impeachment de Barak Obama também, com certeza não, sabe por que lá não tem coxinha Mané do jeito que tem no Brasil, aqui nosso políticos são mais sujos que pau de galinheiro.

Mais uma vez, o déficit do orçamento federal cresce a ritmos mais rápidos do que estava previsto. O Escritório de Orçamento teve de rever o prognóstico: dos 540 bilhões previstos em março para 590 bilhões na versão atualizada. Assim, em 2016, o déficit vai subir 150 bilhões de dólares, ou seja, 35%, em comparação com 2015. Este valor constitui o maior aumento desde 2009. Segundo as estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso, já em 2024 o déficit vai alcançar um trilhão de dólares.
Durante a presidência de Barak Obama, a dívida soberana dos EUA dobrou. No final de fevereiro, o Ministério das Finanças americano relatou que a dívida superou o nível de 19 trilhões de dólares (R$ 60 trilhões).
Para compreender a escala destas cifras é preciso olhar para o passado:
Em 1980 a dívida foi de 0,9 trilhões de dólares (que equivalem a 33,4% do PIB americano);
Em 1990 foi de 3,2 trilhões de dólares (que equivalem a 55,9% do PIB americano);
Em 2000 foi de 5,6 trilhões de dólares (que equivalem a 58,0% do PIB americano, graças a uma redução realizada por Bill Clinton nos anos 90);
Em 2010 foi de 13,8 trilhões de dólares (que equivalem a 96,5% do PIB americano);
Em 2016 a dívida já superou 19 trilhões de dólares (que equivalem a mais de 103,7% do PIB americano).
Economia americana está no pior período desde a Grande Depressão Falando sobre os créditos dos estudantes americanos, oficialmente foi relatado que o valor de créditos para formação é aproximadamente de 1,25 trilhões de dólares (R$ 3,95 trilhões) – e esta cifra não é final. Ao mesmo tempo, 11,5% destes créditos estão em estado de falência. Isto significa que cada décimo crédito para formação nos EUA está atrasado pelo menos 60 dias. A dívida está garantida, mas não está garantido um emprego para conseguir pagá-la. Segundo as previsões de economistas, a bolha das dívidas para estudos vai rebentar em um futuro próximo. O mercado de trabalho oferece cada vez menos vagas e os salários estão diminuindo. Há apenas uma pergunta: se os estudantes não consigam pagar seus créditos, o governo obrigará os contribuintes americanos a pagar todos os 19 trilhões de dólares?
http://br.sputniknews.com/mundo/20160808/5974212/divida-soberana-eua.html
Dívida pública norte-americana que, como se espera, vai subir para 28 trilhões de dólares, daqui a 10 anos, vai atingir 86% do PIB norte-americano.

O Problema não foi ás metas de o orçamento terem estourado da forma como foi alegado, más a chance de roubar mais esse pais usurpando o poder.

Claudio

26/08/2016 - 09h55

É o seguinte: não é a mídia que intimida alguém lá em cima, mas sim a grande loja que eles vão cheirar a coca para fazer amor com o Baphomet.

Apolônio

25/08/2016 - 21h08

Temos que continuar resistindo ! Não podemos desanimar.

Maria Thereza G. de Freitas

25/08/2016 - 18h42

Não sei o intimado do título foi proposital ou não, mas caiu como uma luva. E em que mundo vivem os golpistas do stf, pra considerarem que há uma onda de opinião, da mídia e do pp legislativo? Juízes tem que levar isso em consideração? Se for assim, não assistiram nadica da olimpíada, sem ser na globo? não leem nenhum blog extra pig? não escutam todo o congresso? Ou tem contrato pra usar antolhos e só enxergar o que querem que eles enxerguem?

Ruy Marcondes Garcia

25/08/2016 - 18h23

O título correto não seria: “Intimidado pela mídia….”?


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