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A eleição de 2016 preparou as bases para 2018 no Rio de Janeiro?

Theo Rodrigues, colunista do Cafezinho   A ser verdade que as eleições municipais preparam as bases para as eleições estaduais seguintes, então teremos no estado do Rio de Janeiro uma disputa apertada em 2018 com um cenário de alta fragmentação. A observação do resultado eleitoral nas 14 cidades mais populosas do estado, que conformam cerca […]

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Theo Rodrigues, colunista do Cafezinho

 

A ser verdade que as eleições municipais preparam as bases para as eleições estaduais seguintes, então teremos no estado do Rio de Janeiro uma disputa apertada em 2018 com um cenário de alta fragmentação.

A observação do resultado eleitoral nas 14 cidades mais populosas do estado, que conformam cerca de 75% do eleitorado fluminense, indica uma divisão principal em três grandes blocos políticos.

O bloco PR e PRB que se formou no segundo turno da eleição estadual de 2014, e que se manteve nessas eleições municipais de 2016, chegará em 2018 com um alicerce invejável: o PRB de Marcelo Crivella estará dirigindo o Rio de Janeiro e o PR de Anthony Garotinho Nova Iguaçu e São João do Meriti, respectivamente a primeira, a quarta e a oitava cidade mais populosa do estado.

O campo REDE, PPS e PV também saiu dessa eleição muito fortalecido para a disputa de 2018. Enquanto o PPS venceu em São Gonçalo (2º. mais populosa do estado), Campos dos Goytacazes (6º.) e Magé (11º.), o PV conquistou Niterói (5º.) e Volta Redonda (10º.) e a REDE Cabo Frio (14º.).

Apesar da derrota na capital, manteve-se o PMDB como o partido que mais prefeituras conquistou no estado, 21 no total. Entre elas estão Duque de Caxias (3º.), Belford Roxo (7º.), Petrópolis (9º.) e Macaé (12º.). O principal aliado do PMDB é o PP, segundo partido que mais elegeu prefeituras no estado, 16 no total, embora nenhuma de grande porte.

Além desses três campos, outros devem ser considerados para a disputa no Rio em 2018.

Não obstante tenha perdido sua única prefeitura em Itaocara, o PSOL saiu fortalecido com a ida de Marcelo Freixo ao segundo turno da capital. Tudo indica que em 2018 seu candidato ao governo será o bem votado vereador carioca Tarcísio Mota, enquanto Freixo disputará de forma mais segura uma das duas vagas ao senado.

O senador Romário (PSB) é outro que tem pretensões ao governo do estado em 2018. Seu partido elegeu 6 prefeituras, embora nenhuma de grande porte. Sua proximidade com Crivella e Clarissa Garotinho pode indicar que seja o seu nome o indicado do bloco PR-PRB para a disputa estadual.

Não há dúvidas de que o campo da esquerda tradicional foi o maior derrotado no Rio de Janeiro. O PCdoB saiu de 3 prefeitos eleitos em 2012 para nenhum em 2016, enquanto o PT saiu de 10 para apenas um em Maricá.

Em 2018, o PT provavelmente abrirá mão da reeleição do senador Lindbergh Farias que deverá concorrer a uma vaga de deputado federal para fortalecer a chapa do partido. Vale lembrar que a chapa do PT perdeu seu principal nome, Alessandro Molon, que migrou no ano passado para a Rede.

Essa esquerda tradicional formada por PT e PCdoB parece ter dois caminhos possíveis pela frente:

O primeiro caminho possível, ainda que mais difícil, seria o apoio ao candidato do PSOL. A aliança constituída no segundo turno dessa eleição municipal poderia ser mantida para 2018. Contudo, essa via esbarra na dificuldade do PSOL em realizar alianças políticas com outros partidos que não o PCB. Além de certo constrangimento da política nacional.

Outra possibilidade mais plausível seria a aliança com o PDT, partido que neste ano elegeu 6 prefeituras no interior do Rio. Neste cenário, o PT e o PCdoB fariam parte de uma aliança nacional em torno da candidatura de Ciro Gomes para a presidência da república. Essa chapa não possui ainda nenhum nome natural para disputar o governo do estado.

Muita água passará por esse rio ainda. Seja como for, as bases para a consolidação das futuras alianças sairão desse cenário que aí está.

 

Theo Rodrigues é cientista político

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Theo Rodrigues

Theo Rodrigues é sociólogo e cientista político.

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Comentários

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Claudio

31/10/2016 - 18h19

Parece que Theo Rodrigues se formou em ciência política em outro planeta e nunca ouviu falar em Luiz Inácio da Silva, Lula para os íntimos, que são muitos pelo Brasil. As eleições municipais recém findas não dão base sustentável pra 2018 por dois motivos: os desdobramentos da Lava jato, que certamente atingirão todos os partidos e não só o PT e esses dois próximos anos de administração municipal num quadro de grande retração de investimentos em áreas básicas, o que poderá tornar os vencedores de 30/10, nos bodes expiatórios de 2018. A conferir, lembrando que a MIssa de Sétimo Dia do PT pode ser transformar em o Renascer da Fênix face à retirada de direitos trabalhistas e previdenciários pelo governo #ForaTemer.

Aliança Nacional Libertadora

31/10/2016 - 17h26

Que pressa em rezar a missa de sétimo dia do PT…….leram na Folha a entrevista do presidente do PSOL? Como um partido que perde sua única prefeitura sai fortalecido de alguma eleição? Depois dessas eleições acho difícil a esquerda apoiar qualquer partido apoiado pela Globo…..por um vício de ideologia apoiou a candidatura de Freixo mesmo sendo atacado por Jean Willys e Luciana Genro…..desnecessário dizer não esperar reciprocidade……Caso Jandira tivesse passado….não teria apoio do Freixo ( na verdade foi sabotada pelo PSOL) e nem da Globo… O esforço em forçar a barra é nítido……O Lula ainda é primeiro apesar das jornadas de junho……Querem uma oposição pequena………estilo PT dos anos 80…..que não era votado……e nem ouvido…..Tipo o PSOL dos anos 10….

Hilario Muylaert

31/10/2016 - 17h01

Ainda é cedo. Estamos vivendo uma quadra de alta volatilidade política e social. O baque sócio-econômico nas classes C e D acabará por chegar até 2018, e aí, o coerente cenário acima pode se alterar profundamente. Lula poderá se fortalecer ainda mais ( vide pesquisas ), e comandar uma grande aliança de centro-esquerda ( sem o Psol, claro ).
Enfim, o desgaste de PMDB ( Temer e cia … é iminente ). O PSDB apostará todas as fichas em Alkimin ( Globo, etc ).
Por isso, temos que apoiar e defender Lula da Silva, pois o Psol com Genro, HHelena, Freixo……não iremos longe..

    Pinheiro –

    31/10/2016 - 17h12

    Apoiar e defender Lula….quem apoia bandido, bandido é?

      Neto Carvalho

      31/10/2016 - 18h02

      É bom informar-se para conhecer os verdadeiros bandidos deste país, pois pega mal ficar repetindo apenas os interesses da família Marinho. Há golpistas que ainda não viram, outros que não querem ver a quadrilha que botaram no poder, e há ainda aqueles que defendem o governo Temer porque são da mesma laia, vendilhões da pátria. Deixa de tolices, ô cara pálida . Acorda.

        Pinheiro –

        31/10/2016 - 18h07

        Seguindo este seu critério, se a lava jato “pegar” o Cunha(ja foi) , Renan, Aécio…entre outros Tucanos(leia-se corruptos), valerá? Ou ainda será um golpe da Globo/Sérgio Moro?

          João Luiz Brandão Costa

          31/10/2016 - 18h20

          Serra, o Alamim, o Temer, e demais corruptos conhecidos. Se botarem em cana, mudo de opinião. A propósito, tem, ou já teve, algum tucano em cana, entre trocentos outros que estão lá em Curitiba?

          Pinheiro –

          31/10/2016 - 18h24

          Vale o Cunha, o tão mal falado por vocês? Alias, não vi nenhuma manifestação a favor do Cunha na internet, veja bem quem defende os ladrões no Brasil…

          João Luiz Brandão Costa

          31/10/2016 - 18h57

          Não vale não. É do teu time de golpistas.

      Claudio

      31/10/2016 - 18h21

      Pinheiro, desliga da Globo, discussão política por “chavão” é tipo discussão de futebol no balcão do bar.

Pinheiro –

31/10/2016 - 15h58

Imagina só o desserviço ao estado que seria o Freixo na Prefeitura. Apesar de tudo o Rio contou com a sorte, ow estado pra ter servidor publico assim la longe heim. Quero ver o dia em que eles precisar trabalhar a correria que vai ser heim…choram de barriga cheia


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