Bolsonaro ama Temer que ama Trump que não ama ninguém

De Estocolmo — Wellington Calasans, colunista internacional do Cafezinho

Depois da humilhante derrota da velha imprensa brasileira, que na política internacional nada mais é do que uma caixa de ressonância da propaganda da CNN, com a derrota de Hillary Clinton para Donald Trump, era preciso trazer um novo ovo de serpente para chocar.

Os primeiros sinais de que a canalhice é um poço sem fim foram dados com o apoio ao assanhamento de Jair Bolsonaro. Para alguns chocadores do fascismo, a vitória de Trump seria uma boa para Bolsonaro. Só que não!

Aqui na Europa a imprensa tradicional, que também mergulhou de cabeça na piscina sem água das pesquisas de opinião pública, dava a vitória de Clinton como certa. Após o revés, esta mesma imprensa começou a “chocar ovos de serpente” em diferentes países europeus para que o público não tivesse tempo de refletir sobre o vexame que representa essa derrota do “jornalismo” em parceria com os institutos de pesquisa, quando atuam em conluio na fabricação de resultados eleitorais.

Até aqui na Suécia, Jimmy Åkesson, um fascista de quinta categoria, que surfa na xenofobia dos suecos em relação aos refugiados sírios, acredita que vai tirar proveito da chegada de Trump ao poder. Mais um enganado.

Ocorre que Trump não é Bolsonaro, que não é Marine Le Pen, que não é Jimmy Åkesson, que não é nenhum outro candidato a fascista de qualquer país.

Trump cresceu nos erros e covardia de Obama. Aproveitou cada passo em falso do ainda presidente dos EUA para despertar a verdadeira alma da maioria dos norte-americanos. Bolsonaro não é mais “a novidade” no fascismo brasileiro, pois já trabalhou e trabalha pelo e para o golpe do ilegítimo Temer.

O cenário de destruição contra o Estado Social que Temer produz diariamente tem as digitais de Bolsonaro, pois o dublê de Trump (versão tupiniquim) vota em qualquer coisa que seja apresentada pela turma do golpe. A aproximação entre Temer e Bolsonaro é mais que uma parceria, um casamento. Eles se amam e nunca irão ser separados, pois uma vez golpista, sempre golpista.

O rompimento da democracia ocorrido no Brasil é algo que já produziu a catarse dos fascistas brasileiros. Decorrente da vingança contra as sucessivas derrotas nas urnas, plantada pelo PIG e Aécio Neves, através do ódio, vimos crescer de forma intensa a criminalização de partidos progressistas, organizações que defendem interesses sociais e coletivos, jornalistas independentes, etc. Tudo isso foi construído através de concessões públicas de rádio e TV, instituições públicas, justiça e tantas outras frentes.

Muitas pessoas que foram enganadas pelo discurso do “combate à corrupção” já dão sinais de arrependimento. Por isso, no Brasil o fascismo já está posto.

Temer já faz o que Bolsonaro faria se estivesse no poder e, por isso, andam de mãos dadas no espancamento de alunos nas ocupações, na impunidade dos assassinos de negros favelados, na aprovação de pautas que massacram trabalhadores, na ausência de mulheres nos cargos relevantes, na perseguição aos homossexuais, no falso nacionalismo, na PEC que retira do povo a saúde, a educação e até a dignidade.

A imprensa perdeu o controle sobre as serpentes que criou. Nos EUA quando tentaram barrar Trump, o estrago já estava feito.

No Brasil, tentam legitimar um presidente golpista que, pela absoluta rejeição popular, precisa ser substituído por Bolsonaro, mas também é tarde. O povo percebeu que a turma do golpe é uma quadrilha fascista que tenta saquear o Estado e salvar a própria pele. De nada vai adiantar chocar novos fascistas, pois não haverá um novo Trump em cada país. Além disso, no caso do Brasil, o povo já sabe que Bolsonaro ama Temer que ama Trump que não ama ninguém.

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