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Pinguela de Temer se agarra ao arrocho, e ao PSDB que o povo rejeita

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Espiando o poder: análise diária da grande imprensa Foto: Michel Filho/Globo Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho O desespero com cara de últimos dias de governo bate à porta do Palácio do Planalto e “para conter crise, Temer aposta em saída econômica”, diz a manchete do Globo de hoje. No […]

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Espiando o poder: análise diária da grande imprensa

Foto: Michel Filho/Globo

Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho

O desespero com cara de últimos dias de governo bate à porta do Palácio do Planalto e “para conter crise, Temer aposta em saída econômica”, diz a manchete do Globo de hoje. No subtítulo, o jornal informa que “Planalto quer pressa em votações no Congresso e pacote de medidas”, e que “a prioridade de Michel Temer é garantir a aprovação rápida das medidas mais relevantes no Congresso, como a LDO e a PEC do Teto de gastos”. Apesar da foto aí de cima, que ilustra a última informação do texto sobre o assunto na capa, de que “Temer pode nomear hoje o deputado tucano Antonio Imbassahy para a Secretaria de Governo”, o Globo não faz qualquer menção ao PSDB nos títulos de sua primeira página, ao contrário da Folha de São Paulo. “Plano de Temer pós-Odebrecht inclui elo mais forte com PSDB”, afirma a chamada do jornal paulista bem embaixo da manchete que, de novo, faz malabarismo usando o Datafolha para esconder o fato de que, se a aposta no arrocho econômico é obviamente impopular, o aceno aos tucanos também é.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem subindo constantemente nas pesquisas visando as eleições presidenciais de 2018, se é que elas ocorrerão. Em relação ao último levantamento do Datafolha, em julho, Lula subiu em todos os cenários possíveis e ainda teve sua alta taxa de rejeição reduzida de 46% para 44%, enquanto Michel Temer saltou de 29% para 45%, assumindo a liderança nesse quesito em virada que só o caos instaurado no País desde a consumação do golpe pode justificar. Nenhuma dessas informações, porém, é destacada na primeira página do jornal, que, para não ter de expor essas informações assim tão na cara do leitor, apela para Marina Silva.

“Marina é líder em todos os cenários de 2o turno”, afirma a manchete da Folha sobre o subtítulo em que, se “Lula sobe no primeiro turno em relação à pesquisa de julho,” “mantém alta rejeição”. O curioso é que não há na matéria, nem nas páginas internas, qualquer informação sobre o índice de rejeição a Lula em julho. O leitor até fica sabendo, se for até o fim do texto, lá dentro, que “o presidente Michel Temer passou a ocupar o primeiro lugar no ranking de rejeição”. Mas para saber se a rejeição a Lula caiu ou cresceu, só mesmo pesquisando fora das páginas do jornal paulista.

No texto da manchete, na capa, a Folha informa ainda, no último parágrafo, que “foi testado também um cenário de primeiro turno com Lula, Marina e o juiz federal Sergio Moro. Nele, o petista alcança 24% e Marina e Moro empatam com 11%”. Não há espaço na primeira página, no entanto, para a informação que vai só no texto da página interna, de que “nenhum dos três tucanos (Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra) obteve elevação nas intenções de voto, tanto em cenários de primeiro como de segundo turno”.

Talvez seja esse o motivo de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aparecer na manchete do Estado de São Paulo dizendo “não sou candidato e especulações só atrapalham o país”. “A rua é importante, mas também tem a lei. Num momento de ânimos acirrados, as pessoas não pensam”, afirma FHC na entrevista ao Estadão, sem convencer, por exemplo, seu ex-correligionário Ciro Gomes. Ao Brasil 247, Ciro não descarta o “golpe dentro do golpe”. “Como não há mais tempo para recuperar o estrago econômico causado pelo golpe contra Dilma, FHC pode tentar anular as eleições presidenciais de 2018, ficando por mais tempo no cargo”, afirma Ciro.

O mesmo Brasil 247, porém, reproduz informação da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, de que “o nome do ex-ministro Nelson Jobim voltou a circular como alternativa a Michel Temer caso a crise política se agrave a ponto de inviabilizar o atual governo. Uma das características que favoreceria Jobim seria o bom trânsito que ele teria entre militares e a cúpula do Judiciário, além do Congresso. E a capacidade de endurecer caso a situação, nas ruas, com a recessão, fique perto de sair do controle.”

E se no Estadão os colunistas Marcelo de Moraes e Vera Magalhães mostram os movimentos do governo Temer na tentativa de sobreviver, no mesmo jornal José Roberto Toledo diz que “Michel Temer caminha para a queda e só um milagre o salva”. “Reforçar a pinguela” é o título da coluna de Vera. Segundo ela, “a despeito do agravamento da crise política e da pesquisa Datafolha que mostra a queda vertiginosa da aprovação a Michel Temer, com apoio à sua renúncia e a realização de eleições diretas, a ordem no governo é se segurar até 2018”.

A solução exposta pela colunista é a mesma apresentada por Moraes na coluna sob o título, “reagir para sobreviver”. “Paralisia aumentaria tese de que o governo acabou”, diz a chamada de capa para o texto em que “como um pugilista grogue, depois de receber um golpe violento, o governo tenta se recuperar do forte impacto sofrido com o vazamento das primeiras informações vindas das delações da Odebrecht”.

De acordo com Moraes, “o plano, elaborado de forma emergencial por Temer e assessores, tem um ponto central: acelerar a agenda econômica para demonstrar que o governo não parou, apesar das gravíssimas acusações que seus integrantes sofrem. Há um consenso no Planalto de que uma paralisia nas ações alimentaria a tese de que o governo Temer acabou e o presidente deveria renunciar. A pesquisa divulgada neste domingo, 11, pelo Datafolha, com a maioria dos entrevistados apoiando a saída do presidente, aumentou ainda mais essa preocupação”.

Para José Roberto Toledo, só um milagre leva Temer até o fim de seu mandato tampão. “A avalanche de más notícias para o governo nos próximos dias e semanas pode acelerar o ritmo de perda de popularidade do presidente e antecipar o cruzamento do Rubicão dos 60% de impopularidade. Alternativamente, algum milagre natalino poderia sustar ou mesmo inverter a tendência. Mas só mesmo um milagre”, afirma o colunista do Estadão.

No Uol, Josias de Souza, “o governo Temer começou a terminar neste domingo, 11 de dezembro de 2016, quando o presidente da República esboçou sua reação à delação coletiva da Odebrecht. De saída, concluiu que nada justifica a demissão de auxiliares como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Não se deu conta de que nada, neste caso, é uma palavra que ultrapassa tudo. De resto, Temer estimulou aliados a questionarem o vazamento de delação ainda não homologada pela Justiça. Ficou entendido que, incapaz de curar a doença, opera para esconder a radiografia”.

Segundo Josias, “Temer está diante de uma adversidade que lhe sonega o único papel que desempenhou nos seis meses de sua gestão. Não pode mais culpar a herança de Dilma Rousseff por tudo. O apodrecimento do PMDB é culpa dos políticos que o controlam. Temer preside a legenda há 15 anos. Não demite padilhas e moreiras porque eles não fizeram nada que não estivesse combinado. Não se afasta de renans e jucás porque todos os gatunos ficaram pardos depois que o PMDB virou apenas mais uma organização partidária com fins lucrativos.”

O colunista conclui afirmando que “em política, não adianta brigar com o inevitável. Diante de um pé d’água, a primeira coisa a fazer é encontrar um guardachuva. A segunda, é abrir o guardachuva. A terceira, é tentar se molhar o mínimo possível. Alcançado por um temporal, Temer está ensopado. Começou a se molhar quando ainda era vice-presidente. Convidou Marcelo Odebrecht para jantar no Jaburu. Antes que fosse servida a sobremesa, mordeu o comensal em R$ 10 milhões. Ao liberar a grana para os destinatários combinados, o príncipe das empreiteiras transformou o guardachuva de Temer numa armação sem pano.”

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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CARLOS C

12/12/2016 - 15h15

A corda e a caçamba P$DB/PMDB ambos umbilicalmente ligados, um se origina do outro. O que realmente importa para a quadrilha de bandidos que está no poder é a aprovação das medidas que garantirão a entrega de nosso patrimônio do pré sal as petroleiras estrangeiras, o desmonte do estado social e a manutenção das garantias ao rentismo predador de muitos lucros sem nenhum trabalho.


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