“Ter dinheiro não é delito!” alega Tintori ao ser indiciada pela justiça venezuelana

(Crédito imagem: www.ejecentral.com.mx)

Diante do tribunal 48 do distrito de Caracas, Lilian Adriana Tintori Parra, esposa do líder da oposição Leopoldo López, explicará sua operação milionária. Nesta terça, as nove da manhã diante da justiça, ela pode desvendar uma história que os 30 milhões de venezuelanos necessitam conhecer.

No seu veículo Toyota Fortune, placa AA967YM, foram encontrados 200 milhões de bolívares,que equivale 171 anos de trabalho para um operário que receba o soldo mínimo de 97 mil bolívares,ou duzentos milhões litros de gasolina ou 20 milhões de dólares no câmbio oficial chamado DIPRO (www.bcv.org.ve).Já é difícil justificar malas de dinheiro, imagine caixas com milhões.

A título de manipulação, Tintori divulgou um vídeo na sua conta twitter dizendo¨não é delito possuir dinheiro no carro ou em casa. No que tange às despesas “familiares” a que se referiu no dia 29 de agosto, ela se transformou numa só, especificamente a de um hospital, onde sua avó se internou a poucos dias. Não respondeu porque o montante elevado de saque pra quitar este débito, ou qual a razão de não fazer uma transferência bancária, ou mesmo sendo uma das família mais ricas da capital, não pagar um plano de saúde a um ente tão querido.

O fato apresenta outras questões. O montante nunca foi declarado a receita, nem na conta pessoal nem das empresas, a remessa não tem uma origem declarada. O partido e sua coligação política negam conhecimento.

Dentro do contexto venezuelano, podemos apontar mais dois delitos.

Desde que os doleiros começaram sumir com papel-moeda, o governo limitou o saque diário em 30 mil bolívares, portanto uma pessoa física não poder ter o privilégio de sacar milhões onde o trabalhador pode lograr poucos milhares.

As caixas eram as mesmas utilizadas para transporte da Suécia, onde se fabrica as novas notas, demonstrando que o “Banco Occidental de Descuento” reservou uma remessa específica pra Tintori.

Caso se lance olhar, a escolha do banco não é contraditória. Revela uma ligação do mercado financeiro internacional em operar para uma força política oposicionista. O presidente da instituição é Victor Vargas, ligado a aristocracia espanhola crítica ao chavismo.

Maria Margarida Vargas Santaella, sua filha, é casada com o Duque Luis Afonso de Borbón, que é filho de Maria del Carmen Martinez y Franco, neta do ditador Franco e ligada a Isabel Preysler, esposa do anti-chavista e escritor Mario Vargas Llosa.

Afinal, o banco comercial estrangeiro transgrediu uma norma do Banco Central da Venezuela, e precisaria no mínimo de chancela dos acionistas.

Diante de demasiada adversidade, Tintori escolheu o ataque. A líder do partido de extrema direita “Voluntad Popular” declarou: não basta ter prendido Leopoldo López e agora atacam meus filhos(…) me impedem de sair do país para lutar pelo direitos humanos dos venezuelanos junto a França, Alemanha e Espanha.

Os recentes fatos podem revelar a forma pela qual algumas forças internacionais atuavam contra o governo bolivariano. No palco das questões internas, é verdade que a Venezuela tem problemas, mas não são maiores que da Colômbia, Peru, México ou Brasil, apenas a título de exemplificação. E nos mostram também, que ao reverenciar Tintori como líder dos “direitos humanos” no país caribenho, o conjunto de nações que pressionam a Venezuela não está interessado na condição de vida dos venezuelanos.

Fontes:

www.eluniversal.com/noticias/politica/tintori-fue-citada-calidad-imputada-por-tribunal-control_668379

www.eluniversal.com/noticias/politica/prohiben-salida-del-pais-lilian-tintori_668416

www.telesurtv.net

www.bcv.gob.ve (Câmbio Dipro)

Autor:

Tulio Ribeiro é graduado em economia,pós graduado em História Contemporânea,Mestre em História Social e doutorando

em Ciências para desenvolvimento estratégico pela UBV- Caracas.