Ibope: 62% das mulheres brasileiras acham Temer pior que Dilma

A última pesquisa Ibope, realizada entre os dias 7 e 10 de dezembro, mas cuja íntegra só foi divulgada agora, mostra que o choque de realidade fez os brasileiros acordarem, definitivamente, do transe em que a grande imprensa os colocou, segundo o qual as coisas melhorariam com o impeachment da presidenta Dilma.

A maioria esmagadora dos brasileiros sente saudades do governo Dilma, visto como “melhor” do que a atual gestão: segundo o Ibope, 59% dos brasileiros acha o governo Temer “pior” que o anterior, e apenas 10% o consideram “melhor”.

O machismo do golpe, que trouxe um governo feito exclusivamente por homens, também parece ter impactado na opinião pública: entre o eleitorado feminino (que é maioria da população), 62% acham o governo Temer pior que Dilma, e apenas 7% o consideram melhor.

No Nordeste, 75% da população acha o governo Temer pior que Dilma.

A imprensa nunca mais perguntou à população o que ela acha, hoje, do impeachment: se se arrepende de tê-lo apoiado, se acha que foi um golpe contra a democracia, se nunca o apoiou. Os números de aprovação do presidente Temer explicam o medo dos institutos em relação a possíveis respostas a essas questões.

É importante notar que o Ibope, assim como todos os institutos de pesquisa, tem forte tendência a apoiar o golpe e o neoliberalismo, como se pode perceber pelo título dado à matéria escrita pela assessoria de imprensa do Ibope.

Ora, tentar achar alguma coisa de positivo, para o governo, numa pesquisa em que 90% dizem “não confiar” no presidente, é forçar a barra!

É sempre importante lembrar que Dilma, apesar de ter passado por maus momentos em termos de popularidade, ganhou duas difíceis eleições presidenciais, derrotando as bolsas, o imperalismo, a Globo e a toda a grande mídia. Além disso, Dilma foi vítima de um massacre midiático sem paralelo na história do país, ao passo que o governo Temer e suas reformas são paparicados dia e noite pela grande imprensa.

A Globo não fala mais dos problemas nacionais. É como se tivéssemos voltado aos “gloriosos” tempos da ditadura. Da mesma forma que qualquer movimento das nuvens, na era Dilma, sera um mau presságio, hoje a mais sutil mudança dos ventos já é vista como uma vigorosa “recuperação econômica”. Tudo isso com ajuda dos mesmos agentes financeiros que estão, criminosamente, ganhando dinheiro com a crise.

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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