Notas internacionais. Por Ana Prestes

The Paraguayan flag is seen next to other members of the Mercosur during the XLIII Mercosur presidential summit in Mendoza, 1050 Km west of Buenos Aires, Argentina on June 29, 2012. AFP PHOTO / Juan Mabromata

*Notas internacionais (por Ana Prestes) 07/06/18*

– Líder dos caminhoneiros argentinos, Pablo Moyano, convocou paralização “até as últimas consequências” para o próximo 14 de junho. No dia de ontem (6), caminhoneiros cortaram os principais acessos à cidade de Buenos Aires em protesto contra as políticas de ajuste de Mauricio Macri. Atividades são apoiadas pela CGT argentina. 

– Pela primeira vez em sua história, a Espanha terá um governo composto na sua maioria por mulheres. O gabinete do primeiro-ministro Pedro Sánchez foi nomeado nesta quarta (7). As nomeações são principalmente de quadros do PSOE. Ele negou espaço para o Podemos, apoiador-chave na moção de desconfiança contra Rajoy. Segundo Sánchez, o novo gabinete é “pró-igualdade de gênero, intergeracional, aberto ao mundo, mas ancorado na União Europeia”.

– Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está nos EUA. Vai conversar com Trump antes da cúpula dos EUA com a Coreia do Norte. O líder japonês é cético quanto às possibilidades de avanço na relação com a Coreia do Norte. Defende uma política de pressão máxima sobre o governo de Kim Jong-un.

– Ministro das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, teve reunião com seu homologo iraniano, Javad Zarif, e anunciou que só reconhece sanções a países aprovadas pela ONU e que continuará a relação comercial com o Irã. A Índia continuará a comprar óleo do Irã. Em artigo aprofundado sobre a Índia, o articulista Pepe Escobar cita que a Índia pode crescer 7% em 2018 e alcançou um PIB maior do que da França, Itália, Brasil e Rússia, portanto precisa muito de energia e comprar energia iraniana é questão de segurança nacional. A relação Irã e Índia também desafia os EUA por ser feita em rúpias e rials, sem passar pelo dólar americano.

– Artigo na revista Foreign Policy, do ex-USAID (2001-2009), José R. Cárdenas, argumenta que é impossível saber quanto tempo Maduro ainda ficará no poder na Venezuela e que há uma crescente dissensão entre os militares venezuelanos. Objetivo do artigo é difundir uma justificável tese para uma ação de força dos militares “nacionalistas”, dizendo que diálogo e diplomacia não “resolverão a questão”. Segundo ele, Maduro já teria dado um golpe com a assembleia constituinte e que facção das Forças Armadas podem depor o atual regime e “restaurar a democracia”.

– Pesquisa da Yanhaas mostra o candidato presidencial uribista Iván Duque com 52% das intenções de votos e o candidato da centro-esquerda Gustavo Petro aparece com 34%.

– Gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe informou que está preparando um programa de cursos sobre comportamentos reprováveis para o alto escalão do governo. Foco é na questão do assédio sexual. O propósito é “criar as condições para o florescimento de uma sociedade onde brilhem todas as mulheres”, segundo os jornais japoneses. Recentemente o vice-ministro das Finanças renunciou após ser acusado de assédio sexual.

– Depois de aprovado pelo Senado, governo do premier italiano Giuseppe Conte está aprovado também pela Câmara dos Deputados do país.

– Número de casos de ebola aumentou nos últimos dias na República Democrática do Congo, conforme divulgado pela Organização Mundial do Comércio (OMS).

– Dirigente da Confederação Nacional da Indústria brasileira, CNI, defendeu esta semana uma aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Segundo a CNI, cerca de 19 dos 25 principais setores industriais exportadores brasileiros perderam participação no comércio exterior com países que hoje são membros da Aliança do Pacífico. Países como Chile, Colômbia, Peru e México têm importado mais da China, EUA e União Europeia do que do Brasil.

– No Peru, ministro e vice-ministro da economia renunciaram a seus cargos após grandes protestos contra as modificações tributárias no país.

– No México, a organização de jornalistas Artículo 19, denuncia que só em 2018 houve mais de 200 agressões contra jornalistas, sendo 6 assassinatos, e cerca de 60 delas foram realizadas no contexto eleitora. O México tem eleições marcadas para o próximo 1º. de julho.

– A derrota dos EUA na OEA na tentativa de suspender a Venezuela foi um fato importante desta semana.  Na verdade, os norte-americanos não conseguiram ampliar para além do Grupo de Lima os apoios para suspender a Venezuela. Uma nova assembleia específica deve ocorrer com a finalidade, mas é bastante clara a frustração dos EUA que contavam com 24 votos para aprovar a suspensão.

– Já a Venezuela anunciou ontem (6) através de seu chanceler´, Jorge Arreaza, que o país se retirará da OEA por considerar que a organização tem uma postura de ingerência sobre o país. Arreaza citou Fidel Castro ao dizer que a OEA segue sendo um “ministério das colônias dos EUA”.

– Vice-presidente do MAS boliviano, Gerardo Garcia, e o líder da bancada do MAS na Câmara dos Deputados, David Ramos, denunciaram esta semana que o presidente Evo Morales vem recebendo ameaças que atentam contra sua integridade física.

– A Guatemala, um país que possui 38 vulcões, está sofrendo com a última erupção do vulcão Fuego que já deixou 99 mortos, aproximadamente 200 desaparecidos e 3000 deslocados.

– Um ex-economista do Banco Mundial, Omar Al Razaz, é o novo primeiro ministro da Jordânia, após renuncia do anterior sob protestos. Sua primeira medida foi retirar a reforma fiscal que provocou os protestos.

– Norte-americanos continuam sendo retirados de seus postos diplomáticos na China sob a alegação de que estariam sofrendo ataques sônicos no país. Situação semelhante ocorreu com  a retirada de diplomatas dos EUA de Cuba no ano passado.

– Jeremy Corbin, líder do Partido Trabalhista britânico, propôs uma emenda à lei de saída do RU da UE em que pede ao governo para negociar um novo “acordo de mercado interno”. Se trataria de uma nova relação e bastante próxima com a UE, sem pertencer a ela. A tentativa de Corbin é evitar uma rebelião de cerca de 60 deputados trabalhistas que pretendem se abster. A alternativa para esses deputados seria o pertencimento ao Espaço Econômico Europeu, grupo de países que estão fora da UE, como a Noruega, mas dentro do mercado único, possibilitando comércio não tarifado e livre circulação de pessoas. Fato é que vai ficando cada vez mais distante um Brexit de ruptura radical defendido por Thereza May.

– Plotado com as imagens de divulgação da Copa do Mundo de Futebol da Rússia 2018, decolou nesta quarta (6), do Cazaquistão, a nave espacial russa Soyuz, com um russo, uma norte-americana e um alemão a bordo. O destino é a Estação Espacial Internacional (16 países participam). A missão durará aproximadamente 5 meses e se chama “Horizons”.

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