O Ibope de Pernambuco, apurado entre os dias 2 e 4 de setembro, ou seja, já após o início do horário eleitoral, mostra uma tendência curiosa que vemos notando em outras pesquisas do mesmo período.
Nesse primeiro momento, Ciro e Haddad estão crescendo juntos, por motivos diferentes.
Ciro herda uma parte do lulismo, mas se beneficia também dos eleitores que estão abandonando Marina e Bolsonaro, além dos indecisos.
O crescimento de Haddad é mais dependente do lulismo, que é uma potência.
Na comparação com o último dia 20, Ciro avançou 4 pontos em Pernambuco, atingindo 21% dos votos válidos. Na contra-mão, Marina perdeu 5 pontos, saindo de 29 para 24 pontos. Ainda lidera em Pernambuco, no cenário sem Lula, mas está caindo. Bolsonaro também caiu, de 22% para 19% dos votos válidos.
Haddad, por sua vez, dobrou de tamanho em Pernambuco, saindo de 8% dos votos válidos em 20 de agosto, para 16% agora.
No gráfico que computa todos os votos, e não apenas os válidos, o crescimento de Haddad é ainda mais expressivo: ele sai de 4% para 10% dos votos.
Os votos brancos e nulos, por sua vez, caíram 10 pontos, de 37% para 27%, num cenário sem Lula, mostrando que os eleitores, aos poucos, vão se adaptando à ausência do líder nas pesquisas e distribuindo seus votos para outros candidatos.
Os candidatos da direita estão estagnados ou em queda em Pernambuco. Bolsonaro e Alckmin não se mexeram. Marina caiu. Alvaro Dias caiu de 2% para 1%.