Em julho, produção industrial cai pelo 3º mês consecutivo

Produção industrial cai 0,3% em julho, no terceiro mês negativo seguido

Por Eduardo Peret

03/09/2019 09h00 | Atualizado em 03/09/2019 09h00

Agência IBGE — A produção da indústria nacional caiu 0,3% em julho, na comparação com junho, acumulando -1,7% no ano. É o terceiro mês negativo seguido, após quedas em maio e junho. Frente a julho de 2018, o resultado foi de -2,5% e, em 12 meses, de -1,3%. Os resultados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje pelo IBGE.

Apesar de ser o terceiro resultado negativo seguido, o perfil de julho ficou diferente do que o observado em maio e junho, explica o gerente da pesquisa, André Macedo: “antes, o perfil de recuo era disseminado. Já em julho, 15 das 26 atividades estão positivas, indicando uma concentração de resultados negativos”.

Os destaques negativos na comparação com junho ficaram com outros produtos químicos (-2,6%), bebidas (-4%), alimentos (1%) e equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-3,3%). Por outro lado, a indústria extrativa cresceu 6%, terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando 18,5% em três meses e recuperando parte dos -24,5% acumulados nos quatro meses anteriores.

Na comparação com julho mês de 2018, o resultado de -2,5% foi menos intenso do que os -5,9% registrados em junho. A diferença pode ser explicada, em parte, por julho ter um dia útil a mais neste ano. Já o acumulado no ano (-1,7%) apresentou aceleração em relação ao resultado do primeiro semestre (-1,5%).

No quadro por grandes categorias econômicas, somente bens intermediários apresentaram queda, tanto na comparação com julho de 2018 (-5,4%), quanto no acumulado no ano (-3%). Em ambos os casos, a categoria sofreu pressão da indústria extrativa.

“São duas visões diferentes da mesma atividade. Na margem, observamos uma recuperação parcial da extração de minério de ferro, devido à reabertura gradativa de sítios de mineração, após um período de suspensão para fiscalização. Porém, frente a 2018, a base de comparação é alta e percebe-se claramente que ainda há muita influência do rompimento da barragem de Brumadinho”, conclui o gerente da pesquisa.

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