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Em artigo, Dirceu defende saída de Bolsonaro e formação de frente ampla

O ex-presidente do PT, José Dirceu, publicou um artigo nesta terça-feira, 5, defendendo a retirada de Jair Bolsonaro do poder e a formação de uma frente ampla para garantir a recuperação do país. Leia o texto na íntegra! Não podemos esperar até as eleições de 2022 Por José Dirceu Lá se foi 2020 e nada mudou. […]

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O ex-presidente do PT, José Dirceu, publicou um artigo nesta terça-feira, 5, defendendo a retirada de Jair Bolsonaro do poder e a formação de uma frente ampla para garantir a recuperação do país. Leia o texto na íntegra!

Não podemos esperar até as eleições de 2022

Por José Dirceu

Lá se foi 2020 e nada mudou. Ao contrário tudo se agravou. Os desafios do Brasil e de nosso povo ficaram ainda maiores. Tragicamente, não temos nenhum plano de vacinação e nem como enfrentar o agravamento da pandemia.

Nunca houve um governo criminoso e irresponsável como o atual, na realidade um governo militar, autoritário, de extrema direita, obscurantista e fundamentalista.

Um governo corrupto começando pela família do presidente e, também, corruptor ao capturar as instituições –como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Coaf, o Ministério Público– e colocá-las a serviço da impunidade para benefício do presidente, sua família e grupo de áulicos, dos policiais e militares agora acima da lei.

O governo de Bolsonaro foi ainda além ao estimular o armamento da população e apoiar as milícias, ao contrapor-se ao isolamento social e à vacinação universal pública e gratuita.

Enfim, uma terra arrasada onde grassa a violência e a barbárie, que incluem o desprezo pelo meio ambiente, pela cultura e ciência, pela liberdade e democracia.

Temos um governo que simplesmente nega o novo mundo que emerge na crise, com alinhamento total aos Estados Unidos de Trump e hostil à China e à União Europeia. Um governo que abandonou o Mercosul e a integração sul americana, nossa natural e necessária aliança geopolítica, solução e saída para o desenvolvimento nacional.

Dolorosa Herança

O ano que não acabou deixa uma herança de estagnação e aumento da pobreza, desemprego e desalento, precarização e sucateamento dos serviços públicos. Só austeridade –menos para as Forcas Armadas e seus oficiais–, privatização, mercado, especulação.

Sem crescimento e com aumento de desemprego, ainda enfrentamos um cenário de juros reais para o consumidor, as famílias e as pequenas e médias empresas, o que, ao lado da estrutura tributária, expropria a renda nacional e reduz o Brasil a um país de subconsumo, de alta concentração de renda, riqueza e propriedade.

Teto de gastos, regra de ouro, corte de salários e gasto (exceção fica por conta das elites militares e do Judiciário) são apresentados como solução para um dos maiores países do mundo que só cresceu historicamente quando rompeu com essa ortodoxia e se lançou aos desafios e sonhos visionários de seus líderes com Getúlio, JK e Lula.

Nossa história nos ensina que só com o Estado e o investimento público, com distribuição de renda e um projeto nacional será possível devolver ao país e seu povo autoestima, orgulho, confiança e coesão social.

À beira do precipício

Vivemos à beira de um precipício. Nossa democracia, Estado Nacional e de Bem Estar estão em risco de um colapso ou ruptura, de serem capturados de novo por uma ditadura depravada e decadente. É hora de dar um basta e encerrar o ano de 2020 derrotando de uma vez por todas , antes que seja tarde, a camarilha que assaltou o poder em Brasília.

Não há mais dúvidas. Bolsonaro e seu bando não podem e não devem continuar governando o Brasil. É preciso impedir a marcha acelerada do governo em direção ao suicídio nacional.

Não podemos esperar por 2022 para derrotar este desgoverno. Nossa tarefa principal, em 2021, é remover Bolsonaro do cargo de presidente, de forma legal e constitucional, e mobilizar o pais para a vacinação e para um plano de emergência que evite uma catástrofe social já às nossas portas com o aumento do desemprego, da pobreza, da inflação e fim do auxilio emergencial.

De imediato, devemos barrar todas suas iniciativas no Parlamento e recorrer ao Judiciário para obrigá-lo a vacinar a população e respeitar a Constituição, impedir que continue aparelhando as instituições e que venha a controlar a mesa das duas casas legislativas.

Para isso, é necessário unir todos os democratas, progressistas, nacionalistas na luta contra Bolsonaro e constituir, desde já, uma Frente Popular de esquerda para organizar a resistência popular, lutar pela vacinação pública e gratuita, pelo auxílio emergencial, por um plano de investimentos para criar empregos e renda e para disputar as eleições presidenciais em 2022.

Texto publicado originalmente no Poder360 em 5 de janeiro de 2021.

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Comentários

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Paulo

05/01/2021 - 21h20

Quem??
Esse cara devia estar preso. O filho dele tbm. Como é que ainda dão espaço pra ele??

    Batista

    06/01/2021 - 15h35

    A explicação está fora do alcance escancarado pelo vosso analfabetismo político.

      Paulo

      06/01/2021 - 20h26

      A explicação q vc teria para dar é nula.

        Batista

        07/01/2021 - 10h29

        Obrigado pelo ‘CQD’, atestando o analfabetismo político exposto.

Paulo

05/01/2021 - 20h07

Concordo “ipsis litteris”. Porém, Dirceu não tem autoridade moral para falar…


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