Abear afirma que o fim do PPI pode resultar em queda no preço do querosene de aviação

Jurema Monteiro, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), revela que os gastos das companhias aéreas com querosene de aviação aumentaram em 121% nos últimos quatro anos.
A recente eliminação do Preço de Paridade de Importação (PPI), que era adotado pela Petrobras como política de formação dos preços dos combustíveis, traz otimismo ao setor aéreo quanto a possibilidade de redução no preço do querosene de aviação, assim como ocorreu com a gasolina e o diesel. Jurema Monteiro, presidente da Abear, destaca a intenção de “manter um diálogo” com o governo e a Petrobras sobre esse assunto.

Monteiro afirma: “Considerando que 90% do querosene de aviação utilizado pelas empresas aéreas brasileiras é produzido no Brasil (…) também vale para o querosene de aviação”.

AEROPORTOS DO RIO
Ao abordar as mudanças nos aeroportos do Galeão e Santos Dumont, Monteiro ressalta que o governo deveria ter consultado as empresas aéreas. Até o momento, a Abear não foi envolvida nas discussões, conforme declara a presidente da associação.

Além das questões entre o governo federal e a gestão autônoma, sobre a relicitação ou não do aeroporto do Galeão, já é certo que ocorrerá uma transferência de voos do Santos Dumont para o terminal internacional do Rio de Janeiro.

Isso se deve ao fato de que o Galeão não atendeu às expectativas de passageiros desde o leilão realizado em 2013. Com a pandemia, a situação se agravou e a administradora solicitou a devolução do ativo para a União. Agora, estão tentando reverter a situação e permanecer na gestão do aeroporto.

Monteiro afirma: “Essa transferência de voos de um aeroporto para outro deve levar em consideração a opinião e a posição das companhias aéreas. Um aeroporto só existe com companhias aéreas. Portanto, as companhias aéreas devem participar dessas discussões (…) nesse contexto dos aeroportos [Santos Dumont e Galeão], não fomos envolvidos”.

AUMENTO DAS PASSAGENS
Um tema recorrente entre os passageiros aéreos é o aumento dos preços das passagens, que aumentaram cerca de 26% entre 2019 e 2023. No entanto, segundo Monteiro, esse valor é significativamente menor em comparação com o aumento dos custos das companhias aéreas.

“Dado o ambiente de liberdade em que vivemos, não apenas no Brasil, houve um aumento de cerca de 26% no preço das passagens aéreas entre 2019 e 2023. Isso é infinitamente menor em comparação com o aumento dos custos que o setor enfrentou no mesmo período. Apenas no caso do querosene de aviação, tivemos um aumento acumulado de 121%”, afirma Monteiro.

Em consonância com o aumento dos custos do setor, o legislativo em 2023 teve seu primeiro texto de interesse aprovado no Congresso Nacional nesta semana: a Medida Provisória 1.147/2022. O texto estabelece uma isenção de PIS/Cofins para o setor aéreo, com um impacto previsto de R$ 500 milhões por ano. Essa medida busca amenizar os desafios financeiros enfrentados pelas companhias aéreas e contribuir para a estabilização dos preços das passagens.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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