‘Um crime de lesa-pátria’, diz ministro sobre a privatização da Eletrobras

Imagem: Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, denunciou o modelo de privatização da Eletrobras como “um crime de lesa-pátria”. De acordo com ele, esse formato é resultado da política “entreguista” do governo Bolsonaro.

No mês de maio, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando partes da lei que permitiu a privatização. A contestação refere-se especificamente ao dispositivo que trata da diminuição da participação da União nas votações do conselho da empresa.

A legislação estabeleceu uma limitação, impedindo que um único acionista ou um grupo de acionistas possua mais de 10% das ações com direito a voto. A AGU avalia que essa norma prejudicou o governo federal, uma vez que ele possui aproximadamente 43% das ações ordinárias da empresa.

“Não há como o brasileiro não reconhecer o dano e o crime de lesa-pátria que foi o modelo de privatização da Eletrobras”, disse o ministro.

“É fácil de explicar isso: nós temos hoje acionistas que têm menos de 10% da empresa, mas que têm o controle da empresa. O povo brasileiro tem 44% da empresa e não tem nem representatividade no conselho. Uma desproporcionalidade gravíssima.”

No momento de apresentar a ação ao STF, a AGU enfatizou que sua intenção não é reestatizar a Eletrobras, mas sim proteger o interesse público e os direitos de propriedade da União.

Em junho de 2022, o processo de privatização da Eletrobras foi finalizado. A ideia de criar a empresa estatal foi originalmente proposta em 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas, e o projeto foi aprovado após sete anos.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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