Raisi, do Irã, diz que ‘genocídio’ está acontecendo em Gaza ao se encontrar com Putin, da Rússia

Alexandr Demyanchuk/Sputnik AFP

Putin recebe Raisi como parte de uma rodada rápida de diplomacia no Oriente Médio, após visitas aos Emirados Árabes Unidos e à Arábia Saudita.

Publicado em 07/12/2023

Al Jazeera — O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, condenou o ataque de Israel a Gaza ao se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, para conversações em Moscou.

Putin recebeu Raisi na quinta-feira como parte de uma rodada rápida de diplomacia no Oriente Médio que também incluiu visitas aos Emirados Árabes Unidos e à Arábia Saudita nos esforços para aumentar o perfil de Moscou como um intermediário poderoso na região.

Putin classificou a guerra entre Israel e Hamas em Gaza como um fracasso da diplomacia dos EUA e sugeriu que Moscou poderia ser um mediador no conflito israelo-palestino que já dura décadas.

Ao cumprimentar Raisi no Kremlin, Putin disse que era importante discutir a situação no Oriente Médio, especialmente nos territórios palestinos.

Raisi respondeu através de um tradutor: “O que está a acontecer na Palestina e em Gaza é, obviamente, um genocídio e um crime contra a humanidade”.

“Não é apenas uma questão regional, é uma questão de toda a humanidade”, disse ele a Putin, acrescentando que “é necessário encontrar uma solução rápida”.

O Irã apoia o grupo palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza. A Rússia tem relações com todos os principais intervenientes no Oriente Médio, incluindo o Hamas e Israel, este último que irritou ao acolher uma delegação do Hamas em Moscou, em outubro.

Alguns analistas afirmam que o conflito de Gaza beneficiou a Rússia ao desviar a atenção mundial da guerra na Ucrânia e ao permitir que Moscou se alinhasse com outros países em desenvolvimento em solidariedade com os palestinos.

Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma rara viagem relâmpago de um dia ao Oriente Médio, durante a qual visitou a Arábia Saudita após uma curta viagem aos Emirados Árabes Unidos.

A viagem de Putin à região é a primeira desde julho de 2022, quando se encontrou com o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, no Irã.

O líder russo fez poucas viagens internacionais depois que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra ele em março, acusando-o de deportar crianças ucranianas.

Tal como a Coreia do Norte, cujo líder Kim Jong Un realizou uma cimeira com Putin no extremo leste da Rússia em setembro, o Irã é um inimigo declarado dos Estados Unidos e tem a capacidade de fornecer a Moscou equipamento militar para a sua guerra na Ucrânia, onde a Rússia fez uso extensivo de drones iranianos.

Os EUA manifestaram forte preocupação com a crescente cooperação militar entre Moscou e Teerã e alertaram que o Irã pode estar a preparar-se para fornecer à Rússia mísseis balísticos avançados para utilização na guerra na Ucrânia.

O Kremlin disse no mês passado que a Rússia e o Irã estavam desenvolvendo as suas relações, “inclusive no campo da cooperação técnico-militar”, mas recusou-se a comentar o assunto.

Cláudia Beatriz:
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