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Ataque à embaixada do México é a israelização da política internacional

A invasão da Embaixada do México no Equador pelo regime de Daniel Noboa, para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, marca um precedente alarmante na política internacional. A invasão da Embaixada do México no Equador pelo governo de Daniel Noboa, com a intenção de capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, marca um ponto de inflexão preocupante nas […]

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Foto: AFP/Alberto Suarez

A invasão da Embaixada do México no Equador pelo regime de Daniel Noboa, para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, marca um precedente alarmante na política internacional.

A invasão da Embaixada do México no Equador pelo governo de Daniel Noboa, com a intenção de capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, marca um ponto de inflexão preocupante nas relações internacionais. Este ato não só viola a sacralidade das missões diplomáticas, garantida por convenções internacionais, mas também sinaliza um possível declínio no respeito pelas normas globais que mantêm a paz e a ordem mundial.

Este incidente reflete uma tendência mais ampla que alguns especialistas chamam de “israelização” da política global, uma referência à percepção de Israel por seus críticos de agir com pouca consideração pelas regras internacionais. Ao falhar em reprimir esses comportamentos anteriormente, a comunidade internacional pode ter inadvertidamente encorajado um sentimento de impunidade em outras nações.

A reação do México, cortando laços diplomáticos com o Equador, sublinha a gravidade da situação e o potencial de escalada em conflitos diplomáticos futuros. Nem mesmo Augusto Pinochet no Chile ousou invadir embaixadas de outros países.

O episódio no Equador serve como um alerta para o mundo sobre os perigos da erosão das normas diplomáticas. Se as embaixadas, tradicionalmente vistas como territórios invioláveis, agora podem ser violadas, isso coloca em questão a segurança e a soberania de todas as nações no cenário mundial.

Portanto, a comunidade internacional está diante de um desafio crítico: reafirmar o valor das leis e convenções que governam as relações internacionais. A falha em fazê-lo não apenas mina a diplomacia como ferramenta de resolução de conflitos, mas também ameaça a estabilidade global, abrindo portas para mais violações das normas internacionais.

Entenda o caso

Autoridades equatorianas prenderam o ex-vice-presidente Jorge Glas na noite de sexta-feira, sequestrando-o da embaixada mexicana e levando o México a suspender as relações bilaterais.

Glas, condenado duas vezes por corrupção, estava escondido na embaixada em Quito desde que pediu asilo político em dezembro, pedido que o México atendeu na sexta-feira.

A polícia entrou à força na embaixada do México em Quito antes de fazer a prisão, postou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, no X.

O gabinete da presidência equatoriana informou em comunicado que prendeu Glas, que foi vice-presidente do governo esquerdista de Rafael Correa entre 2013 e 2017.

Houve forte presença militar no tribunal de magistrados da capital andina, para onde o ex-vice-presidente foi levado.

A prisão encerra uma semana de escalada de tensões entre o México e o Equador, que na quinta-feira declarou o embaixador do México em Quito persona non grata, citando comentários “infelizes” do presidente esquerdista López Obrador.

O Equador afirma que a oferta de asilo do México foi ilegal.

Num comunicado, a presidência do Equador acusou o México de “ter abusado das imunidades e privilégios concedidos à missão diplomática que albergava o ex-vice-presidente e de conceder asilo diplomático contrário ao quadro jurídico convencional”.

López Obrador disse ter instruído a ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Barcena, a suspender as relações diplomáticas com o Equador, classificando a prisão como um ato “autoritário” e uma violação do direito internacional e da soberania mexicana.

Barcena anunciou a suspensão “imediata” dos laços diplomáticos com a nação sul-americana logo depois, no X.

As autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada e prender Glas, que foi condenado a seis anos de prisão em 2017, depois de ter sido considerado culpado de receber subornos da construtora brasileira Odebrecht em troca de lhe conceder contratos governamentais.

Glas, que tem um mandado de prisão preventiva emitido por outro caso de corrupção, queixou-se de estar sendo perseguido por sua filiação política, o que o governo do Equador nega.

As autoridades equatorianas ficaram indignadas esta semana com os comentários de López Obrador sobre as sangrentas eleições do país sul-americano no ano passado, nas quais um candidato presidencial foi assassinado.

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, assumiu o cargo no final do ano passado e rapidamente enfrentou um conflito crescente com gangues de traficantes, o que o levou a declarar um estado de emergência nacional no início deste ano, que ele estendeu no mês passado.

Com informações da Reuters em 06.04/2024 – 8h58

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