O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a anulação do decreto presidencial que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida derrubada pelo Congresso Nacional. A iniciativa ocorreu após reunião com o advogado-geral da União, Jorge Messias, na noite de quinta-feira (27), em Brasília, segundo informou a colunista Renata Agostini, do jornal O Globo.
A conversa entre Lula e Messias foi iniciada ainda durante o voo entre São Paulo e a capital federal e se estendeu no Palácio da Alvorada. O entendimento firmado é que a decisão do Congresso violaria a separação dos Poderes ao interferir em prerrogativa exclusiva do Executivo. Para o governo, ao suspender um decreto sobre alíquotas de imposto, o Legislativo teria ultrapassado os limites estabelecidos pela Constituição.
Caberá à Advocacia-Geral da União (AGU), sob liderança de Messias, formular a ação que será apresentada ao STF. O principal argumento jurídico da petição será a tese de que houve invasão de competência constitucional do Poder Executivo. A base dessa argumentação será o artigo 153 da Constituição Federal, que atribui à União — e, por consequência, ao chefe do Executivo — a prerrogativa de instituir e modificar alíquotas de impostos como o IOF, por meio de decreto presidencial.
Apesar da hesitação inicial da AGU em judicializar o tema, a decisão de avançar com a ação foi reforçada após pressão de ministros do núcleo político e econômico do governo. Entre os defensores da judicialização estão Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais).
O grupo argumenta que a suspensão do aumento do IOF, aprovado de forma rápida pelo Congresso, tem natureza política e pode sinalizar o início de articulações eleitorais visando 2026. Segundo integrantes da equipe ministerial, há movimentos no Parlamento para enfraquecer a condução econômica do governo e desgastar a imagem do presidente.
Durante o encontro com Jorge Messias, Lula demonstrou apoio à estratégia de apresentar a ação e indicou que o Executivo deve adotar postura mais incisiva diante do Legislativo. A intenção é reforçar a narrativa de que o governo federal busca uma agenda voltada à tributação de setores com elevado poder financeiro, como os chamados “super-ricos”, casas de apostas e grupos econômicos que concentram grande volume de capital.
O decreto que previa a elevação da alíquota do IOF impactaria operações financeiras como crédito, câmbio, seguro e movimentação de valores mobiliários. A revogação aprovada pelo Congresso representa uma perda estimada em R$ 10 bilhões na arrecadação federal, segundo cálculos da equipe econômica. Para os ministros que pressionaram pela ação, essa medida compromete não apenas o caixa da União, mas também a capacidade de financiar programas estratégicos do governo.
A tramitação da revogação no Congresso foi vista como uma demonstração de força política por parte da base oposicionista, que conseguiu mobilizar apoio suficiente para derrubar o decreto presidencial. O governo avalia que esse movimento faz parte de uma estratégia mais ampla para limitar a autonomia do Executivo em matérias tributárias e orçamentárias.
O recurso ao STF também busca estabelecer um precedente institucional sobre os limites da atuação do Congresso em relação a instrumentos legais de gestão tributária utilizados pelo Executivo. A AGU pretende sustentar que decretos presidenciais que tratam de impostos com função regulatória não podem ser objeto de sustação por meio de decreto legislativo, sob pena de desequilíbrio entre os Poderes.
Nos bastidores do Planalto, a decisão de levar o caso ao Supremo também reflete uma tentativa de reforçar a autoridade presidencial sobre temas fiscais, considerados centrais para o equilíbrio econômico e o cumprimento das metas fiscais do governo. A equipe de Haddad tem reiterado que a capacidade de ajustar alíquotas de forma ágil, sem necessidade de tramitação legislativa, é um instrumento essencial de política econômica.
Com a judicialização, o governo espera reverter a decisão do Congresso e recuperar o poder de regular o IOF por decreto. A expectativa é que o STF analise o caso sob o prisma da separação de poderes e das competências constitucionais definidas na Carta de 1988.
O Palácio do Planalto ainda não divulgou a data em que a ação será protocolada, mas fontes próximas ao governo indicam que a AGU trabalha para apresentar o pedido ao STF nos próximos dias. A medida é considerada prioritária e integra a estratégia de Lula para enfrentar a crescente tensão com o Congresso e proteger a condução de sua política econômica.
Bernardo
28/06/2025 - 09h27
Esse atual Congresso é o pior parlamento que o Brasil já teve desde o Império. A qualificação dos digníssimos deputados e senadores é abaixo da crítica, com as honrosas exceções de sempre. O despreparo intelectual associado à falta de caráter, de dignidade e de empatia só piora a situação esse é um processo que acelerou a partir dos últimos 10 anos com o processo que culminou no golpe legislativo-midiático de 2016 e consegui ser piorado nos governos do traíra e do inelegível. É preciso trabalhar para renovar no mínimo uns 50% das duas casas legislativas. O governo Lula faz milagres para conviver com essa raça ruim, mas não podemos nos esquecer que essa trlha foi colocada lá pelo voto popular e, portanto, o povo tem grande parcela de culpa. E os comandantes atuais das casas são 2 palermas ou coniventes com as maracutaias, fugiram do debate com o Ministro Dino e como isso emitiram atestado de culpa quanto as falcatruas nas emendas parlamentares.
Helena
27/06/2025 - 15h29
Os congressistas vivem reclamando que o Judiciário vive interferindo nos assuntos do Legislativo. Inclusive o Huguinho Marmota e o Alcolumbre fugiram de um debate que teve hoje no STF sobre as tais emendas impositivas. Eles iriam defender as emendas, mas mandaram os advogados da Câmara e do Senado. Agora, nessa derrubada do decreto presidencial sobre IOF, estamos vendo o Legislativo “invadindo” competência do Executivo. Não é um contrassenso?
tony
27/06/2025 - 13h18
Vai Lula….kkkkk https://clickpetroleoegas.com.br/embraer-perde-contrato-bilionario-para-airbus-e-geopolitica-tem-papel-importante-afch/
Marco Paulo Valeriano de Brito
27/06/2025 - 12h13
NÃO PRECISAMOS DE GLO NO RIO DE JANEIRO
AO EXMº PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SRº LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Prezado Excelentíssimo Presidente do Brasil
Com os meus cumprimentos,
O Estado do Rio de Janeiro tem a responsabilidade constitucional de garantir a segurança pública em seu território federativo.
O RJ tem a Polícia Civil e a Polícia Militar, ambas instituições centenárias com policiais formados, agentes, detetives, investigadores, técnicos e delegados, na polícia civil, e praças e oficiais, na polícia militar.
Ambas as instituições policiais fluminenses têm academias e escolas de formação, cursos de aperfeiçoamentos, equipes treinadas, forças especiais, equipamentos e veículos adequados à atuação preventiva e ostensiva na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro.
A Secretaria de Segurança Pública tem a competência de gerir os comandos da polícia civil e militar e toda a infraestrutura e logística, bem como a parceria institucional com a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, onde ocorrerá o evento da cúpula do Brics+, de 4 a 7 de Julho de 2025, devendo buscar cooperação com os órgãos federais policiais correlatos, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, órgão diplomático, SUS, Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro, e a participação da Força Nacional de Polícia, que a União Federal deverá oferecer para maior suporte integrado e promover ainda mais eficiência na segurança pública e específica dos locais do evento, no translado e hospedagem das autoridades participantes.
O governador do Estado do Rio de Janeiro tem que assumir a sua responsabilidade republicana e não pode se eximir na garantia da lei e da ordem no território federativo fluminense.
Portanto, Exmº Srº Presidente da República, não se faz necessária a presença ostensiva das Forças Armadas, numa GLO, durante a cúpula do Brics+, na cidade do Rio de Janeiro, devendo tão somente manter os efetivos da Marinha, Exército e Aeronáutica de plantão nos seus respectivos quartéis.
Sem mais, Exmº Srº Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, envio o meu apreço e estima.
Atenciosamente,
Marco Paulo Valeriano de Brito
Enfermeiro-Sanitarista, Professor e Gestor Público
Rio de Janeiro, 27 de Junho de 2025.