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FMI alerta que dívida pública global pode superar o tamanho da economia mundial até 2029

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta quarta-feira (8) que a dívida pública mundial deve ultrapassar, até o fim desta década, o valor total do Produto Interno Bruto (PIB) global. O alerta foi feito em discurso em Washington, em meio a um cenário de baixo crescimento econômico e elevada incerteza internacional. […]

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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta quarta-feira (8) que a dívida pública mundial deve ultrapassar, até o fim desta década, o valor total do Produto Interno Bruto (PIB) global. O alerta foi feito em discurso em Washington, em meio a um cenário de baixo crescimento econômico e elevada incerteza internacional.

“Deixem-me começar com uma realidade dura: segundo as projeções, a dívida pública global ultrapassará 100% do PIB mundial até 2029”, declarou Georgieva. Ela destacou que o avanço do endividamento é impulsionado por economias avançadas e mercados emergentes, resultado dos gastos feitos durante a pandemia e de políticas de estímulo fiscal e subsídios adotadas desde então.

Segundo a dirigente, a expansão da dívida pode gerar efeitos em cadeia. “O crescimento da dívida leva a um aumento nos pagamentos de juros, pressiona o custo do empréstimo, limita outros tipos de gastos e reduz a capacidade dos governos de reagir a choques econômicos”, alertou.

Crescimento econômico mundial segue abaixo do pré-pandemia

O FMI prevê que a economia global crescerá em torno de 3% ao ano no médio prazo — ritmo inferior ao registrado antes da crise sanitária de 2020. De acordo com Georgieva, o desempenho mais fraco reflete uma combinação de fatores estruturais, como baixo investimento, envelhecimento populacional e tensões geopolíticas que afetam cadeias produtivas e fluxos comerciais.

A diretora-gerente afirmou ainda que o nível de incerteza econômica permanecerá elevado nos próximos anos, o que exige prudência fiscal por parte dos governos e maior cooperação multilateral. Para o FMI, a coordenação entre países será fundamental para enfrentar choques externos e evitar crises de dívida.

Críticas às tarifas impostas pelos Estados Unidos

No mesmo discurso, Georgieva criticou as tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos. Segundo ela, as medidas vêm prejudicando a abertura comercial global e elevando os custos de produção. “A abertura do comércio mundial foi significativamente afetada pelas tarifas norte-americanas, e o efeito total dessas medidas ainda não foi totalmente sentido”, afirmou.

O FMI estima que as tarifas podem gerar pressões inflacionárias internas nos EUA, obrigando o Federal Reserve (Fed) a manter juros elevados por mais tempo. Além disso, produtos originalmente destinados ao mercado norte-americano tendem a ser redirecionados para outros países, o que pode provocar uma nova onda de tarifas em diferentes regiões do mundo.

Dívida global já se aproxima de recorde histórico

O alerta do FMI ocorre em um momento em que o endividamento público global já está em patamar elevado. Segundo dados recentes da instituição, a dívida mundial alcançou 93% do PIB global em 2024, equivalente a cerca de US$ 97 trilhões. Caso a tendência continue, o planeta chegará a um nível de endividamento inédito na história moderna.

Para economistas, o principal desafio será equilibrar responsabilidade fiscal com a necessidade de manter investimentos públicos que sustentem o crescimento econômico. Países emergentes, em especial, enfrentam dificuldade para reduzir déficits sem comprometer áreas como infraestrutura e programas sociais, ao mesmo tempo em que precisam lidar com custos mais altos de financiamento.

Cenário exige reformas e cooperação internacional

Especialistas ouvidos pelo FMI defendem que governos adotem estratégias para conter o avanço da dívida e melhorar a eficiência do gasto público. Reformas fiscais, revisão de subsídios e controle mais rigoroso sobre despesas não essenciais estão entre as recomendações. Ao mesmo tempo, instituições multilaterais devem fortalecer mecanismos de apoio a países vulneráveis.

Georgieva destacou que o equilíbrio fiscal precisa ser alcançado sem sufocar o crescimento econômico. Ela defendeu que os países preservem investimentos em inovação e infraestrutura, fundamentais para elevar a produtividade, enquanto buscam estabilizar suas contas públicas.

Impacto nos mercados e no custo do crédito

O aumento do endividamento global pode ter reflexos diretos sobre os mercados financeiros. Juros mais altos para compensar o risco de crédito tendem a encarecer o financiamento para empresas e consumidores. Além disso, a volatilidade cambial pode crescer, afetando países com grande dependência de capital externo.

No caso das economias emergentes, o cenário é particularmente delicado. O aumento do custo de captação em dólares pressiona moedas locais e eleva o peso das dívidas indexadas à moeda norte-americana. Isso pode reduzir a capacidade de reação em crises econômicas e aumentar o risco de recessões prolongadas.

Comércio internacional em transformação

O FMI também apontou que o aumento das tarifas, especialmente dos Estados Unidos, vem alterando o fluxo de comércio global. Produtos que antes eram exportados para o mercado norte-americano têm sido redirecionados para outras regiões, criando desequilíbrios e estimulando novos ciclos de protecionismo.

Para Georgieva, esse movimento pode enfraquecer o crescimento econômico mundial e dificultar a recuperação de países que dependem do comércio exterior para sustentar suas economias. “O protecionismo aumenta custos, reduz a competitividade e afeta negativamente a produtividade global”, disse.

Desafios para a próxima década

O FMI alerta que o mundo entra em uma década de riscos elevados, marcada por endividamento crescente, tensões comerciais e crescimento econômico modesto. Segundo a instituição, será fundamental reforçar a cooperação internacional e adotar políticas fiscais responsáveis para evitar crises financeiras de grandes proporções.

Georgieva concluiu seu discurso pedindo ação coordenada entre governos e instituições multilaterais. Para ela, enfrentar o desafio do endividamento global e do baixo crescimento exige diálogo, reformas e compromisso com a estabilidade financeira.


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