Maioria dos brasileiros defende que Bolsonaro abandone candidatura em 2026
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (9), aponta que 76% dos brasileiros acreditam que Jair Bolsonaro (PL) deveria abrir mão de disputar a Presidência da República em 2026 e apoiar outro nome do campo conservador. Apenas 18% defendem sua candidatura, enquanto 6% não souberam ou preferiram não responder.
Os dados, divulgados pela CNN Brasil, indicam uma tendência de rejeição crescente ao ex-presidente, que segue inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte concluiu que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha de 2022 — decisão que foi mantida após recurso.
Rejeição a Bolsonaro cresce e apoio cai na série histórica
O levantamento mostra que o número de eleitores que preferem que Bolsonaro desista da corrida presidencial aumentou 11 pontos percentuais desde maio deste ano. No mesmo período, o grupo que ainda o apoia como candidato caiu oito pontos, evidenciando um movimento contínuo de perda de apoio popular.
Além das restrições impostas pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro enfrenta uma condenação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão, em processo que analisou sua participação na tentativa de golpe de Estado de 2022. O resultado do julgamento reforçou seu isolamento político e jurídico.
Direita busca novos nomes para 2026
Com o enfraquecimento de Bolsonaro, partidos e lideranças da direita começaram a discutir alternativas para representar o campo conservador na eleição de 2026. Entre os nomes mais citados estão os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.
Ambos se movimentam para atrair o eleitorado de direita e manter a base bolsonarista unida, mas reconhecem as dificuldades de substituir o ex-presidente no papel de principal líder conservador.
Fontes partidárias indicam que Caiado vem se consolidando como um nome de consenso entre parte do Centrão, enquanto Zema aposta em uma candidatura de perfil técnico e de gestão, buscando apoio empresarial e regional.
Inelegibilidade e impasse jurídico
Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 por decisão unânime do TSE, que entendeu que ele usou a estrutura da Presidência para atacar o sistema eleitoral e promover desinformação. Mesmo recorrendo da decisão, o ex-presidente não conseguiu reverter o quadro.
Além do processo eleitoral, enfrenta outras ações criminais no STF, relacionadas à tentativa de golpe, ao uso de dados sigilosos e ao financiamento de campanhas de desinformação.
Aliados próximos admitem que a situação jurídica de Bolsonaro inviabiliza sua candidatura, e o desafio agora é encontrar um nome capaz de manter o eleitorado conservador mobilizado sem dividir a base.
Cenário político e expectativas para a direita
O enfraquecimento de Bolsonaro abre espaço para reconfigurações na direita, que busca reconstruir sua identidade política após as derrotas eleitorais e as crises internas do bolsonarismo.
Analistas apontam que a direita brasileira caminha para duas vertentes: uma de perfil mais institucional, liderada por nomes como Caiado e Zema, e outra mais radicalizada, ainda centrada na figura do ex-presidente e em aliados como Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Mesmo sem poder disputar eleições, Bolsonaro ainda exerce influência sobre parte do eleitorado e pode tentar lançar um sucessor político, repetindo a estratégia de transferência de votos usada em 2022.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada presencialmente entre os dias 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistados de 16 anos ou mais em todo o território nacional. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Principais números:
- 🗳️ 76% dos brasileiros querem que Bolsonaro apoie outro candidato em 2026.
- ⚠️ 18% ainda defendem sua candidatura.
- 📉 Rejeição subiu 11 pontos desde maio; apoio caiu 8 pontos.
- 🚫 Bolsonaro está inelegível até 2030 e foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF.
- 🔄 Governadores Ronaldo Caiado e Romeu Zema surgem como alternativas viáveis na direita.
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