A operação policial realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, é avaliada como bem-sucedida por 57% dos moradores do Rio e da região metropolitana, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (31) pela Folha de S.Paulo. A ação, a mais letal da história do estado, resultou na morte de pelo menos 119 pessoas, incluindo quatro policiais.
O levantamento foi realizado por telefone com 626 eleitores, entre quinta (30) e sexta-feira (31), e tem margem de erro de quatro pontos percentuais.
Aprovação majoritária, mas dividida por perfil
Entre os entrevistados, 38% classificaram a operação como “totalmente bem-sucedida”, enquanto 18% a consideraram “parcialmente bem-sucedida”. Já 27% avaliaram como “totalmente mal-sucedida” e 12% a consideraram “parcialmente mal-sucedida”. Outros 5% não responderam.
A aprovação varia conforme gênero e idade:
GrupoAprovaçãoHomens68%Mulheres47%Jovens (16 a 24 anos)41%Classe média (5 a 10 salários mínimos)49%
A margem de erro dos subgrupos varia de 6 a 11 pontos percentuais.
Percepção sobre execução da operação
Quanto à condução da ação, 48% disseram que foi bem executada, 21% identificaram falhas e 24% reprovaram a operação.
Entre pessoas negras ouvidas, 43% avaliaram a operação como mal executada, dentro de margem de erro de nove pontos percentuais.
Mortes e perfil das vítimas
Sobre os mortos, metade dos entrevistados declarou acreditar que a maioria era criminosa; 31% afirmaram que todos eram criminosos e 4% disseram que a minoria era inocente.
Dados divulgados pelo governo do Rio apontam que 78 dos 119 mortos tinham antecedentes criminais.
Polarização política acompanha avaliação
A pesquisa mostra forte divisão entre eleitores dos principais líderes políticos nacionais:
EleitoradoAprovação da operaçãoEleitores de Bolsonaro83%Eleitores de Lula33%
No segundo turno de 2022, Jair Bolsonaro venceu o pleito no estado com 56,53% dos votos válidos; Lula obteve 43,47%.
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o resultado reflete apoio da população à estratégia adotada contra o Comando Vermelho, alvo da operação. O governo federal afirmou não ter sido informado previamente sobre a ação e enviou uma comitiva ao Rio após a repercussão.
Opiniões sobre segurança pública
A pesquisa também avaliou percepções mais amplas sobre violência:
51% concordam com a frase “bandido bom é bandido morto”
46% discordam
73% afirmam ser errado presumir que mortos em operações são sempre criminosos
77% defendem priorizar investigações em vez de ações com mortes
A operação abriu um novo capítulo no debate nacional sobre segurança pública e deve influenciar a tramitação de propostas legislativas, como o PL Antifacção enviado pelo governo federal à Câmara dos Deputados nesta semana.


Tiago Silva
02/11/2025 - 17h45
Se bandido bom fosse bandido morto, então teria que ter uma outra chacina na Faria Lima, Congresso Nacional, Prefeitos e Vereadores que desviam dinheiro público, além do empresariado que também desvia o dinheiro público quando sonega impostos ou até chefes do tráfico e milícias que moram em Camboriú, Barra da Tijuca ou em mansões espalhadas pelo Brasil e em Miami.
Ocorre que o que vale para o bandido rico, também deveria valer para os bandidos pobres… ou seja, a polícia deveria prender e a Justiça processar esses bandidos, pois senão apenas vão continuar a enxugar o gelo/sangue e a impunidade imperando para os bandidos ricos.