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Democratas podem retomar Miami após quase 30 anos; eleição vira teste para Trump

Miami chega ao segundo turno das eleições municipais desta terça-feira em meio a um cenário inédito: pela primeira vez em quase três décadas, o Partido Democrata aparece como favorito para assumir o comando da cidade. O desempenho no pleito, que ganhou contornos nacionais após vitórias democratas em outras regiões do país, é acompanhado de perto […]

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Imagem: Skowronski/Miami Herald/Tribune News Service

Miami chega ao segundo turno das eleições municipais desta terça-feira em meio a um cenário inédito: pela primeira vez em quase três décadas, o Partido Democrata aparece como favorito para assumir o comando da cidade. O desempenho no pleito, que ganhou contornos nacionais após vitórias democratas em outras regiões do país, é acompanhado de perto pelo presidente Donald Trump, cujo governo completa dez meses.

Quem está à frente da disputa é Eileen Higgins, que terminou o primeiro turno, no início de novembro, com aproximadamente 36% dos votos. Ela deixou para trás o republicano Emilio Gonzalez — ex-administrador municipal, que alcançou 19% — e o também democrata Ken Russell, terceiro colocado com 18%. A última vez que o partido venceu em Miami foi em 1997, quando Xavier Suarez, pai do atual prefeito, Francis Suarez, que é republicano, foi eleito pela segunda vez.

A cidade, localizada em um condado onde cerca de 70% da população é de origem hispânica ou latina, representa um microcosmo das mudanças de humor eleitoral nos Estados Unidos. Em 2024, esse eleitorado majoritário hispânico surpreendeu ao dar 55% dos votos a Trump. Agora, Higgins tenta recuperar o terreno tradicionalmente democrata, em uma campanha marcada por temas sensíveis como acessibilidade e imigração — este último, uma bandeira central do trumpismo.

O favoritismo democrata em Miami faz eco ao que ocorreu em outras disputas recentes. Em Nova York, o socialista Zorhan Mamdani venceu com um discurso direcionado a jovens e imigrantes. Na Virgínia, Mikie Sherrill assumiu o governo estadual, enquanto, em Nova Jersey, Abigail Spanberger tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Juntas, essas vitórias começam a compor um retrato da renovação política do país às vésperas das eleições legislativas de 2026.

A corrida ganhou ainda mais peso quando Trump interveio de forma direta, cerca de dez dias após o primeiro turno. Em sua rede social, o presidente apelou aos eleitores: “Saiam e votem em Emilio, ele nunca decepcionará vocês”. O gesto, na avaliação do analista político Mike Madrid, mudou o significado da disputa. Em entrevista ao Miami Herald, ele afirmou que o presidente “basicamente a transformou em um referendo sobre ele mesmo em seu próprio quintal, com seu próprio partido, com um eleitorado ao qual ele vinha reivindicando como a nova parte do MAGA”.

Assim, o resultado desta terça-feira não apenas definirá o futuro político de Miami, como também servirá como medida da força eleitoral de Trump em um território onde, até pouco tempo, o republicano acreditava ter solidificado sua base.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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