Um teste inédito do programa espacial brasileiro terminou em fracasso na noite de segunda-feira (23), quando um foguete sul-coreano explodiu pouco depois de deixar o solo na Base de Alcântara, no Maranhão. O lançamento marcava o primeiro voo comercial de um veículo espacial a partir de território brasileiro e envolvia uma parceria internacional com participação do governo federal.
O foguete HANBIT-Nano, desenvolvido pela empresa sul-coreana Innospace, decolou às 22h13, mas não completou a missão prevista. Segundo comunicado da Força Aérea Brasileira (FAB), o veículo sofreu uma “anomalia que o fez colidir com o solo” minutos após a decolagem. O foguete não era tripulado.
Após o incidente, equipes da FAB e do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para a área de impacto com o objetivo de avaliar a situação e analisar os destroços. A Innospace informou que iniciou procedimentos internos para identificar as causas da falha ocorrida durante o voo.
O lançamento fazia parte de um acordo entre o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e a Innospace, com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A missão vinha sendo aguardada como um marco para a Base de Alcântara, considerada estratégica por sua localização próxima à linha do Equador.
Antes da tentativa frustrada, o voo havia sido adiado diversas vezes. Inicialmente previsto para novembro, o lançamento foi remarcado para 17 de dezembro após ajustes técnicos. Uma nova anomalia levou à transferência da data para 19 de dezembro, e outro problema fez com que a operação fosse novamente postergada para a noite de segunda-feira (22).
Com 21,8 metros de comprimento e cerca de 20 toneladas, o HANBIT-Nano transportava cargas destinadas à órbita terrestre. Ao todo, o foguete levava oito cargas úteis: cinco pequenos satélites e três dispositivos experimentais desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. A explosão interrompeu a missão antes que o veículo atingisse a trajetória prevista.
As autoridades não divulgaram informações sobre danos à base ou feridos, e novas atualizações devem ser apresentadas após a conclusão das análises técnicas sobre o acidente.


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