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PIB cairá 9,8% em relação a trimestre anterior

Projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o 2° trimestre de 2020 apontam um tombo de 9,8% do PIB em relação ao primeiro trimestre, a maior queda já registrada na economia em 40 anos nessa base de comparação, segundo o Monitor do PIB-FGV, e um forte prenúncio sobre a crise em que o Brasil mergulha. […]

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Foto: Reuters.

Projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o 2° trimestre de 2020 apontam um tombo de 9,8% do PIB em relação ao primeiro trimestre, a maior queda já registrada na economia em 40 anos nessa base de comparação, segundo o Monitor do PIB-FGV, e um forte prenúncio sobre a crise em que o Brasil mergulha.

Até então, a maior queda da economia na comparação contra um trimestre imediatamente anterior havia sido de 4,7% no 4° trimestre de 1990.

A situação era de amplo desgate econômico após sucessivos planos de estabilização malsucedidos, que por um longo período falharam em promover o equilíbrio da atividade econômica e o controle da hiperinflação.

Esse cenário de queda profunda do PIB e recuperação lenta é inédito entre as recessões curtas já experimentadas pelo país desde a década de 80.

A Tabela 1 exibe a cronologia do ciclo de negócios do Brasil desde a década de 80, com base na datação feita pelo CODACE (com exceção do período atual, em vermelho, cuja datação não é oficial).

Estima-se que a crise gerada pela pandemia de COVID-19 será a mais severa das últimas 40 décadas.

Em termos setoriais, das 12 atividades que compõem o PIB pela ótica da produção, espera-se recorde de retração em cinco delas no 2º trimestre, sendo quatro no setor de serviços.

A transformação é a única atividade industrial que registrará recorde de retração no 2º trimestre com queda de 21,0%. A menor variação da atividade anteriormente havia sido de -17,8% no 2º trimestre de 1990.

As quatro atividades com recorde de retração no setor de serviços representam 53% do setor.

A atividade de outros serviços apresenta a maior retração do setor no 2º trimestre, com queda de 20,9%, muito influenciada pela retração dos serviços prestados às famílias, com destaque para alojamento e alimentação que foram muito impactados pelas medidas de isolamento social.

A maior queda anteriormente registrada nesta atividade havia sido de -14,6% no 2º trimestre de 1991.

O transporte e o comércio também foram muito afetados, a expectativa de retração é de 16,8% e 16,0%, respectivamente. Anteriormente as maiores retrações registradas nestas atividades haviam sido de -12,0% no 2º trimestre de 1990 e -9,5% no 2º trimestre de 1991, respectivamente.

A atividade de informação e comunicação que tem retração esperada de 4,8% para o 2º trimestre deste ano, havia registrado sua maior queda no 4º trimestre de 2016 (-3,7%).

Com esses resultados, o setor de serviços também atingirá seu recorde de queda no 2º trimestre de 2020. A retração esperada de 8,3% neste trimestre é praticamente o dobro da menor variação registrada até então (-4,6% no 2º trimestre de 1991).

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo (investimentos), que correspondem a 80% do PIB, também atingirão o recorde negativo no 2º trimestre deste ano.

O consumo das famílias, principal componente responsável pelo crescimento do PIB do último ano, cairá 11,1% no 2º trimestre, de acordo com as projeções do FGV IBRE.

A retração esperada para este componente, além de ser a maior em 40 anos, superando a queda de 7,9% registrada no 2º trimestre de 1990, é maior, inclusive, que as perdas acumuladas registradas neste componente em cada um dos nove períodos recessivos da economia brasileira desde 1980.

Sem dúvida, a recessão atual deixará rastros de destruição tanto em termos econômicos quanto sociais.

Até a data de hoje, mais de 51 mil pessoas perderam a vida em decorrência da COVID-19 no Brasil.

Estimam-se efeitos devastadores no mercado de trabalho, com forte aumento da taxa de desemprego (18,7% na média do ano) e colapso da massa ampliada de rendimentos (contração de 9%), já considerando todas as políticas adotadas para amenizar a queda de renda das famílias.

Essa piora aguda na atividade econômica em conjunto com o intenso aumento dos gastos públicos aumenta a probabilidade de um cenário de grave crise fiscal, diante da difícil tarefa de reverter o impressionante aumento do déficit primário.

Nossos problemas não acabam com o surgimento de uma vacina, teremos ainda um doloroso período de crise econômica pela frente.

O relatório completo aqui.

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