Um levantamento da Genial/Quest, divulgado nesta quarta-feira, 16, mostra que a maior parte da população brasileira avalia negativamente os conflitos entre o governo federal e o Congresso Nacional. Segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados acreditam que os embates entre os Poderes prejudicam o país. Apenas 12% enxergam benefícios nesses confrontos, enquanto 9% preferiram não opinar.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de julho, com 2.004 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Os dados revelam divergências entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os eleitores de Lula, 71% veem os atritos com o Congresso como negativos, 22% os consideram benéficos e 7% não responderam. Entre os bolsonaristas, 80% classificam os conflitos como prejudiciais, 11% enxergam algum benefício e 9% preferiram não opinar.
A pesquisa também investigou o grau de conhecimento da população sobre as tensões entre Executivo e Legislativo. No total, 51% afirmaram ter conhecimento do tema, enquanto 48% disseram desconhecê-lo. Outros 1% não responderam.
Entre os eleitores de Bolsonaro, 58% disseram estar cientes das disputas entre os Poderes. Já entre os apoiadores de Lula, 55% afirmaram não saber sobre os conflitos e 44% relataram estar informados.
Um dos casos citados na pesquisa envolve a tentativa do governo de manter, via Supremo Tribunal Federal (STF), um decreto que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida não teve consenso em uma reunião conduzida pelo STF e se tornou exemplo das disputas entre Executivo e Legislativo.
Sobre esse episódio, 53% dos entrevistados disseram não conhecer o caso. Outros 43% afirmaram saber do embate, enquanto 1% não respondeu.
Entre os que estavam informados sobre o episódio, a maioria defende uma solução negociada. Segundo os dados, 59% acreditam que o presidente Lula deveria buscar um acordo com o Congresso. Para 25%, o governo deveria manter a disputa, e 16% não se posicionaram.
A preferência por um acordo se repete tanto entre os apoiadores de Lula quanto entre os de Bolsonaro. Em ambos os grupos, 57% disseram que o presidente deveria ceder. No entanto, a disposição para manter o confronto varia: 33% dos eleitores de Lula defendem a continuidade da disputa, ante 26% entre os bolsonaristas.
A pesquisa sugere que, apesar da polarização política, há consenso na percepção de que o confronto entre Poderes impacta negativamente o país. O levantamento também aponta que o nível de informação sobre os conflitos está diretamente relacionado à preferência política do eleitorado.
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