Veículo voador totalmente elétrico conta com modos automático e manual, baixos níveis de ruído e sistemas avançados de segurança operacional
O que antes habitava apenas as páginas da ficção científica e os sonhos de futuristas, agora corta os céus do deserto. Na última quarta-feira, o “Land Aircraft Carrier”, uma impressionante criação da empresa chinesa XPENG AEROHT, recebeu uma autorização especial de voo em Ras Al Khaimah, marcando não apenas um avanço tecnológico, mas o florescer de uma nova era de cooperação Sul-Sul que desafia os tradicionais centros de poder do Ocidente.
A cerimônia foi muito mais que um evento burocrático; foi um ato político e simbólico de grande peso. A presença do xeque Saud bin Saqr Al Qasimi, governante do emirado, ao lado de Zhang Yiming, embaixador chinês, e outras altas autoridades, selou com prestígio a aliança estratégica. A entrega da autorização a Zhao Deli, fundador da XPENG AEROHT, não foi apenas uma permissão, mas um convite para que a inovação chinesa fincasse raízes no “ambiente de inovação aberta dos Emirados Árabes Unidos”, construindo juntos uma plataforma para o futuro da mobilidade.
Este pacto vai além de um único veículo. Durante o evento, foi assinado um memorando de entendimento estratégico entre a Autoridade de Transporte de Ras Al Khaimah e a empresa chinesa. O acordo estabelece uma colaboração profunda, não para criar um brinquedo para bilionários, mas para integrar os carros voadores em áreas que servem ao bem público, como “transporte governamental, turismo e resgate de emergência”. A tecnologia, nesta visão, torna-se uma ferramenta para o povo.
Nas palavras de Esmaeel Al Blooshi, diretor da autoridade de transportes, esta parceria “melhora a posição dos Emirados Árabes Unidos na mobilidade inteligente global e no transporte de baixo carbono”. Ele enxerga o projeto como uma “demonstração para o Oriente Médio”, um farol que ilumina um caminho de desenvolvimento soberano e sustentável, onde nações da região podem colaborar e liderar, em vez de apenas consumir tecnologia importada do Norte Global.
E a máquina em si é um manifesto desse futuro. O “Porta-Aviões Terrestre” é uma aeronave “totalmente elétrica”, um contraponto silencioso e limpo à era dos combustíveis fósseis. Seu design centrado no ser humano é evidente no “grande display inteligente” e no intuitivo “sistema de controle de alavanca única”, que permite modos de operação automático e manual, democratizando o acesso a uma tecnologia tão avançada. A segurança é reforçada por um sistema de controle de voo de ponta, enquanto seus “baixos níveis de ruído” e “características ecologicamente corretas” o tornam um candidato ideal para revolucionar a vida nas cidades sem agredi-las.
A iniciativa dos Emirados Árabes Unidos de promover ativamente uma “economia de baixas altitudes”, atraindo empresas globais de transporte inteligente, encontra na expertise chinesa o parceiro perfeito. O que testemunhamos em Ras Al Khaimah é a materialização de um mundo multipolar, onde a inovação, o capital e a visão de futuro fluem por novas rotas, conectando nações que partilham o desejo de construir um amanhã mais equitativo, sustentável e, agora, surpreendentemente voador.
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