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Maduro exibe arsenal de 5.000 mísseis russos e desafia presença militar dos EUA no Caribe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (22) que o país está “pronto para proteger sua soberania e garantir a paz regional”, destacando que as Forças Armadas venezuelanas contam com 5.000 mísseis antiaéreos russos Igla-S. A declaração foi feita em rede nacional de televisão, em meio à crescente tensão militar no Caribe provocada […]

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (22) que o país está “pronto para proteger sua soberania e garantir a paz regional”, destacando que as Forças Armadas venezuelanas contam com 5.000 mísseis antiaéreos russos Igla-S. A declaração foi feita em rede nacional de televisão, em meio à crescente tensão militar no Caribe provocada pelas operações dos Estados Unidos próximas ao território venezuelano.

As informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo, que ressaltou que o anúncio coincidiu com uma ofensiva norte-americana em águas internacionais do Pacífico, onde duas pessoas morreram, segundo o secretário da Guerra dos EUA, Pete Hegseth. O episódio elevou as preocupações de governos latino-americanos quanto ao avanço da presença militar dos EUA na região.

Defesa e dissuasão militar

Durante o pronunciamento, Maduro afirmou que a Venezuela possui um dos sistemas de defesa antiaérea mais robustos da América Latina, reforçado por armamentos de fabricação russa.

“Qualquer força militar no mundo conhece o poder do Igla-S, e a Venezuela possui nada menos que 5.000 Igla-S”, declarou.


Segundo o presidente, milhares de operadores venezuelanos estão posicionados em “pontos estratégicos de defesa antiaérea”, prontos para “garantir a estabilidade e a tranquilidade do povo”.

O Igla-S é um sistema portátil de mísseis superfície-ar desenvolvido pela Rússia para interceptar aeronaves, helicópteros e drones de baixa altitude. O equipamento, amplamente utilizado em exércitos de todo o mundo, é considerado uma arma de defesa de curto alcance, voltada à proteção de unidades terrestres e infraestrutura crítica.

Maduro destacou que os mísseis já foram empregados em treinamentos militares nacionais e integram a estratégia de dissuasão contra possíveis ameaças externas.

Escalada de tensão com os Estados Unidos

O pronunciamento ocorreu horas depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar novas operações militares na América Latina sob o argumento de combater o narcotráfico.

“Vamos atacá-los com muita força quando vierem por terra; eles ainda não experimentaram isso”, afirmou Trump, segundo agências internacionais.


Especialistas apontam que as recentes manobras dos EUA representam uma das campanhas mais agressivas da região nas últimas décadas, com operações conjuntas no Caribe e no Pacífico.

Em resposta, Maduro classificou a presença militar americana como “a ameaça mais letal já enfrentada pela Venezuela” e fez um apelo à comunidade internacional.

“Diga ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe e na América do Sul”, disse, encerrando seu discurso em inglês: “No war, please, please, please. Listen to me.”


O presidente insistiu que a política de defesa venezuelana é estritamente defensiva, voltada à proteção do território e da população, em conformidade com o direito internacional.

Condenação internacional às ações dos EUA

Três especialistas independentes do Conselho de Direitos Humanos da ONU condenaram publicamente as operações militares dos Estados Unidos, afirmando que elas “violam as obrigações internacionais fundamentais de não intervir nos assuntos internos de outro país”.

Em nota, os relatores alertaram que as ações americanas constituem uma escalada perigosa, com potencial para desestabilizar a paz e a segurança no Caribe.

A Comissão de Relações Exteriores da ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) também expressou apoio à Venezuela, pedindo que as Nações Unidas monitorem a situação e reforcem mecanismos diplomáticos de contenção.

“Não há justificativa para manobras militares em uma região que historicamente tem buscado o diálogo e a paz”, afirmou o comunicado.


Estratégia de resistência e soberania

A retórica de Maduro se insere em uma estratégia de resistência frente ao isolamento político e econômico imposto pelos Estados Unidos, que mantêm sanções sobre o setor petrolífero e financeiro venezuelano desde 2019.

O governo de Caracas tem aprofundado sua cooperação militar e energética com países aliados, como Rússia, China e Irã, buscando reduzir sua dependência do mercado ocidental.

“Nossa defesa é para proteger o país, não para atacar. A Venezuela quer paz, mas está pronta para defender sua soberania se for necessário”, disse o presidente.


De acordo com analistas do Centro Latino-Americano de Estudos Estratégicos (CLAE), a exibição dos mísseis Igla-S foi um gesto simbólico de demonstração de força, destinado tanto a dissuadir ameaças externas quanto a reforçar o discurso interno de resistência nacional.

Contexto regional e riscos de escalada

O aumento das tensões entre Venezuela e Estados Unidos ocorre em um cenário de instabilidade geopolítica mais ampla, marcado pela disputa de influência no Caribe e pela competição por rotas estratégicas de energia e comércio.

Nos últimos meses, o Pentágono ampliou a presença de navios de guerra e aeronaves de vigilância na região, enquanto a Venezuela realizou exercícios conjuntos com forças russas e cubanas.

Fontes diplomáticas em Caracas afirmam que o governo venezuelano mantém canais de diálogo com a ONU e países aliados da América do Sul, na tentativa de evitar que o impasse evolua para um conflito aberto.

“O que a Venezuela busca é respeito. Queremos coexistir em paz, sem interferência externa”, concluiu Maduro.


📊 Resumo da crise Venezuela–EUA:

Declaração: Maduro diz que a Venezuela tem 5.000 mísseis russos Igla-S.

Contexto: Operações militares dos EUA no Caribe e no Pacífico.

Reação internacional: ONU e ALBA condenam ações americanas.

Apelo: Maduro pede “paz e diálogo” e rejeita a guerra.

Risco: Escalada militar ameaça estabilidade da região caribenha.

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