A interceptação de petroleiros venezuelanos pelos Estados Unidos provocou reação imediata da China, que classificou a ação como uma grave violação do direito internacional. Em declaração feita nesta segunda-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que a apreensão de navios de outros países em águas internacionais é arbitrária e não possui respaldo jurídico.
Segundo o porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, a Venezuela tem o direito soberano de manter relações comerciais com outros países, e Pequim se opõe a sanções unilaterais que não sejam autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. “A detenção arbitrária de embarcações de outras nações pelos Estados Unidos constitui uma grave violação do direito internacional”, afirmou Jian durante coletiva diária, acrescentando que a China rejeita sanções “ilegais e unilaterais”.
A manifestação ocorre após a Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptar, no sábado (20), um segundo petroleiro em águas internacionais próximas à costa da Venezuela. A apreensão aconteceu poucos dias depois de o presidente Donald Trump anunciar um “bloqueio” a todos os navios sancionados que entram ou saem do país sul-americano.
De acordo com documentos citados por fontes, o navio Centuries havia carregado petróleo na Venezuela utilizando o nome falso “Crag” e transportava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo bruto do campo de Merey com destino à China. A carga teria sido adquirida pela Satau Tijana Oil Trading, uma das intermediárias envolvidas nas vendas da estatal petrolífera venezuelana PDVSA a refinarias independentes chinesas.
A Casa Branca afirmou, por meio de um porta-voz, que a embarcação utilizava bandeira falsa, transportava petróleo sujeito a sanções e integrava a chamada frota paralela da Venezuela. Já o governo venezuelano reagiu classificando a ação como um “grave ato de pirataria internacional” e denunciou o que considera ataques deliberados contra seus petroleiros.
A China é atualmente o maior comprador de petróleo bruto venezuelano, respondendo por cerca de 4% de suas importações totais, o que confere peso econômico e diplomático adicional à reação de Pequim diante das ações adotadas por Washington.


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