Juros despencam Cachoeira abaixo

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(Ilustração na capa: Madonna, de Giotto).

A mídia corporativa já está conformada, pelo jeito, e agora só lhe resta fingir satisfação, como se pode constar pela coluna do Merval Pereira (onde, porém, inicia dando loas à CPI mas acaba desviando o assunto, como era de se esperar, para o “mensalão”).

Um rápido clipping das principais notícias relacionadas ao tema CPI do Cachoeira:

Lula e Sarney orientam blindagem – O Globo.

Bem, é normal que as lideranças governistas se preocupem com a estabilidade política do governo. A administração federal tem à sua frente desafios descomunais. Precisa focar toda a sua energia política na superação dos gargalos do desenvolvimento nacional. Será lastimável que o Congresso atrapalhe em vez de ajudar. Mas a corrupção é também um desses principais gargalos. O conluio entre máfia e imprensa, idem. Então a CPI pode ajudar, muito, o desenvolvimento do país, ao combater essas duas pragas.

Imprensa livre é imprensa transparente – Estadão.

Nesse artigo, Bucci aplica um ultraelegante, suave, revestido com veludo duplo, tapinha na imprensa brasileira. Mas, por isso mesmo, eficaz.  Reproduzo o final do texto:

Muitos defensores da imprensa livre afirmam – com razão – que ela não pode ser pautada pelo Estado. Pela mesma razão, deveriam também afirmar que ninguém, em nome da liberdade de imprensa, deve pretender pautar o que os militantes políticos dizem ou deixam de dizer. Se dirigentes partidários lançam mão de palpites infelizes sobre a função dos jornais, o papel dos defensores da liberdade é desmontar esses palpites, mostrando que eles são infelizes. Insistir na mera desqualificação pessoal do autor do palpite é dar curso a um procedimento discursivo igualmente autoritário, que não contribui para que o público entenda melhor o jornalismo.

Uma imprensa que não se antecipa a compartilhar com a sociedade os seus critérios editoriais, os seus métodos e as suas condutas operacionais tem menos chances de ser defendida ativamente pelo seu próprio leitor. É ele, o público leitor, que tem direito à imprensa livre – é, portanto, a ele que a imprensa livre deve prestar contas. O cidadão tem mais apreço pelo jornalismo quando é convidado a compreendê-lo, a fiscalizá-lo e a sustentá-lo.

No mais, uma imprensa que não pratica a transparência tem menos autoridade para cobrá-la do Estado.

Perillo teria pedido reunião com Cachoeira – Estadão.

Governador de Tocantins também conheceu Cachoeira – O Globo

A matéria não traz nenhuma denúncia concreta que possa prejudicar o governador de Tocantins, José Wilson (PSDB). Cito-a aqui apenas como prova de que é preciso separar muito bem o joio do trigo nesse festival de “denúncias”. A notícia indica, porém, que Cachoeira tentou (não se sabe até que ponto conseguiu) expandir seu esquema para toda a região centro-oeste.

Há uma série de denúncias relacionando Delta, o esquema Cachoeira e campanhas demotucanas em Goiás, sobretudo a de Marconi Perillo e Demóstenes Torres. Folha e Estadão deram destaque à informação. O Globo não. A Folha deu uma capa forte contra Perillo (manchete na metade inferior):

Vale observar, aliás, que os jornais de hoje deram grande destaque à vitória da presidente Dilma em sua luta contra os spreads e os juros extorsivos dos bancos. Essa capa da Folha, por exemplo, explica porque a popularidade da presidenta cresce enquanto a oposição definha.

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Vejamos as capas de outros jornais:

O noticiário econômico de hoje, aliás, é só alegria. Os bancos privados, após suas bravatas, cederam à queda-de-braço e reduziram juros. Não fizeram isso, certamente, por generosidade, mas porque detectaram movimentos de migração em massa de seus clientes para os bancos públicos. Não consegui link para essa notícia, então reproduzo uma fotografia do jornal impresso:

Leia essa matéria do Globo:

Bancos privados jogam a toalha

Onde se relata a derrota política dos grandes banqueiros, que tentaram (risivelmente) arrancar reduções de imposto do governo em troca de redução do spread e juros. Outra nota que relata essa derrota, está no Estadão:

 

Outras notícias econômicas relevantes:

Banco do Brasil volta a reduz juros – Folha.

Compare as taxas entre os bancos (site da Folha).

Dólar sobe a R$ 1,88 – Globo.

A sinalização do Ministério da Fazenda, de que procurará manter o dólar mais próximo de R$ 1,90, deve ter causado um forte suspiro de alívio para os exportadores.

Finalizando com chave de ouro: Com a decisão do BC de reduzir o juro básico de 9,75% para 9%, o Brasil atinge a menor taxa de juro real de sua história: descontada a inflação, o juro real brasileiro está em 3,3% ao ano. Em julho de 2009, apesar da taxa Selic ter chegado a 8,75%, o juro real foi de 3,9%.

Abaixo, um lindo infográfico publicado no jornal O Globo de hoje:

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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