Publico abaixo uma análise tranquila e lúcida do amigo Theo Rodrigues, cientista político e coordenador do Barão de Itararé no Rio de Janeiro.
Um ceticismo saudável acerca do segundo governo Dilma
Por Theófilo Rodrigues.
Eleições mexem com paixões. É o momento de defendemos programas que possuem início, meio e fim; grandes projetos estruturais que podem mudar a cara do país. Passadas as eleições, voltamos ao mundo real. E no mundo real são as contingências que imperam.
Nesta eleição a presidenta Dilma Rousseff (PT) foi reeleita prometendo mundos e fundos para seus eleitores. E tinha que ter sido assim mesmo. Contudo, a base eleita para o Congresso Nacional não parece ter seguido o mesmo caminho…
O partido da presidenta elegeu apenas 70 deputados federais, cerca de 12% da Câmara. O PDT elegeu 19 deputados (4%), o PCdoB 10 deputados (2%) e o PSOL 5 parlamentares (1%). Com essa bancada de esquerda que possui menos de 20% dos votos na Câmara dos Deputados é difícil de imaginar grandes projetos reformistas e democráticos sendo aprovados. A eleição para a nova presidência da Câmara em 1º. de fevereiro de 2015 já demonstra isso…
Reforma Política democrática? Não haverá. Tudo indica que o único consenso entre os grandes partidos no Congresso Nacional é pela aprovação do fim das coligações. Essa é uma agenda que une do PT ao PSDB, passando por PMDB e PSD. Aprovar voto proporcional em lista fechada com alternância de gênero está fora de cogitação, por exemplo. A maior – e melhor – reforma política será feita pelo STF que aprovará o fim do financiamento de empresas em campanhas eleitorais. Certamente, a parte majoritária e conservadora do Congresso tentará derrubar a decisão do STF aprovando uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permita o financiamento das empresas. Ocorre que a aprovação de uma PEC depende de uma votação de dois terços do Congresso. Ou seja, a ação da bancada de esquerda no segundo governo de Dilma não deverá ser na direção de aprovar uma reforma política, mas sim de impedir que a PEC dos conservadores seja aprovada. E, assim, deixar que fique valendo a decisão do STF já para a eleição de 2016.
Reforma da mídia? Também não contem com isso. Ainda que seja vontade da presidenta, a composição do novo Congresso Nacional dificilmente levará adiante a votação de um projeto de lei que trate da regulação econômica dos meios de comunicação. O máximo que o governo poderá fazer será redistribuir suas verbas oficiais de publicidade, reduzindo o montante dado para as empresas de televisão e aumentando o bolo da internet, dos jornais de bairro e das rádios e tvs comunitárias. Essa medida – que depende apenas de “canetadas” do poder executivo, ou seja, não passa pelo crivo do legislativo – já seria muita coisa. Quem sabe, aprovar alguns projetos como o do direito de resposta e o da regionalização da produção cultural.
Reforma econômica? Tampouco haverá. No atual cenário dificilmente o governo criará condições para os juros baixarem para muito menos de dois dígitos até 2018 e com isso conseguir algum crescimento do PIB. Se nos próximos quatro anos a equipe econômica de Dilma conseguir manter a inflação controlada dentro da meta do Banco Central, com o desemprego baixo entre 5% e 7% e com aumento real anual do salário mínimo já estará de parabéns. Pode até tentar forçar uma barra pela aprovação do Imposto das Grandes Fortunas, mas sua aprovação no Congresso é uma incógnita, pois dependerá da pressão popular.
Serão quatro anos turbulentos. A oposição no Congresso será certamente mais dura do que foi no primeiro governo de Dilma, potencializada por insatisfações na própria base do governo. Dependendo de quem for o próximo presidente da Câmara, Dilma correrá até mesmo o risco de não terminar seu mandato, tal qual ocorreu com Fernando Lugo no Paraguai. Risco pequeno, é verdade, já que aqui o STF não estaria disposto a entrar nessa canoa golpista. Agora é a hora da presidenta mobilizar toda a sua virtú para avançar no governo respondendo às demandas de seus eleitores, mas com habilidade para não mexer em muitos vespeiros ao mesmo tempo.
Theófilo Rodrigues é cientista político.
Humberto Rocha
16/11/2014 - 08h18
valeu
enganado
14/11/2014 - 18h39
Esta foto é Antológica! Cara Presidente, estou com a senhora em tudo e não abro! O que mais dói no PSDB/DEM/Clube Militar/GAFE+rede bunderantes/banca internacional anglo sionista/cel. Telhada/… enfim TODA vagabundagem da Direita começando até pelo fdp do Merdal,”É A SUA MORAL/HONESTIDADE/LIZURA/…, ou seja, a Senhora é Ilibada e a Direita não consegue lhe acusar de NADA! As acusações não passam de fanfarras só para encher paginas de jornais safados (GAFE). Todo meu carinho e respeito. enganado
Izabel Miquelotti
13/11/2014 - 07h19
Calma ! Tudo vai acontecer a seu tempo, na hora exata! Não se apressa os rios!
tielo
12/11/2014 - 21h21
Show de bola a analise do Theo,pena que nem todos que leram,conseguiram entender. Cafezinho,ate que enfim um post de responsa neste site
Leonardo
12/11/2014 - 16h43
Miguel, e se Dilma cortar em torno de 90% da verba publicitária do pig e, em rede nacional de rádio e tv, dizer que com este dinheiro, fará um reajuste de 15% na tabela do IR e criar uma nova faixa para o MCMV para quem ganha acima de 5 mil, aproveitando para falar das nossas reservas e das obras e programas e dizendo que já que o pig não divulga e, quando o faz, usa de manipulação e distorção ela estaria deixando de investir no pig para investir nos ganhos do povo como um todo, notadamente a classe média – já beneficiada indiretamente com os programas sociais – agora beneficiada de forma direta?! Não seria um gol de placa? Não esvaziaria o ódio irracional inoculado pelo pig, uma vez que a população (principalmente a classe média) veria que não apenas no reajuste da tabela do IR em 15%, mas também nas centenas de obras e programas sociais, estariam sendo aplicados seus impostos?
Como pude perceber, ainda que não se faça uma regulamentação da mídia, medidas como esvaziar a grana do pig e reverter esse montante para agradar a população seria, a meu ver, de grande valia. Um verdadeiro golaço de Dilma.
Armand de Brignac
12/11/2014 - 18h52
Se cortar a verba publicitária, a DILMA cai na semana seguinte ! Deixe de ser inocente !
enganado
15/11/2014 - 10h48
Concordo em gênero/número/grau. O BRASIL tem DONO: EUA.
Maria Regina Novaes
12/11/2014 - 16h47
Tbém acredito!
Maria Regina Novaes
12/11/2014 - 16h47
Tbém acredito!
Juba
12/11/2014 - 12h22
Acredito que será um mandato melhor que o primeiro.
Desastre mesmo seria o Aécio.
Não se deve deixar de lado a situação mundial atual.
Principalmente na Europa e nos E.U.
O povo tem de se informar que o panorama internacional é sombrio.
Otalice Cavalcante
12/11/2014 - 13h17
Espero que a oposição não atrapalhe …
José Carvalho
12/11/2014 - 11h29
Dilma!… Eu acredito.
Armand de Brignac
12/11/2014 - 09h27
Ceticismo saudável ??? O Min. Gilberto Carvalho, aquele que é tratado por Gilbertinho pelo Lula, disse que, para o Governo Dilma, “faltou competência e clareza”….Já para a ex-Ministra Martha Suplicy torce para que um novo nome à frente da Pasta da Fazenda possa “resgatar” a credibilidade junto ao mercado …Pelo jeito, os próprios petistas estão a “desconstruir” a Dilma !
Vicente
12/11/2014 - 08h21
Eu concordo com o artigo. Fiquei feliz pela reeleição de Dilma principalmente por algumas razões: pela Petrobras, que cresce a cada dia e não será privatizada; pelos programas sociais e de inclusão, que serão mantidos; pelo avanço do BRICS e pelos investimentos em educação.
O resto é incerteza. Discordo daqueles que consideraram o artigo pessimista. Eu o entendo como realista. É só olhar pro Congresso eleito.
A parcela conservadora da população está muito ativa e tentando sabotar o governo de todas as formas.
Talvez, com a usina de Belo Monte, com a refinaria de Abreu e Lima, a transposição do São Francisco e outras obras o Brasil até avance economicamente. No meu entendimento, se Dilma conseguir manter as coisas do jeito que estão, manter os avanços já conquistados, será ótimo, em vista da crise econômica que a Europa e os EUA enfrentam e dos efeitos que essa crise causa aqui.
Edi Silva
12/11/2014 - 09h20
Mais uma vez, estamos sendo pautados pela grande imprensa. Agora, pelo pessimismo deles.
Leo Oliveira
12/11/2014 - 05h06
A Dilma começa muito mal o segundo mandato.
Tem um mês quase da sua eleição e ainda não definiu o ministro da fazenda, o que é muito estranho, já que o Mantega é demissionário. Passa a impressão de falta de rumo.
Houvesse já deixado claro quem seria o ministro, tudo seria mais simples…
Tomara que a presidente não queira ser novamente a presidente do BC, ministra da fazenda, do planejamento; e dê autonomia aos subordinados e escolha uma equipe competente.
Se vier a cometer os mesmos erros dos primeiros quatro anos, vai entrar para a história como uma espécie de FHC de saia, o que seria fatal para o PT, que não tem a proteção da mídia e é odiado por parte da classe média.
Juba
12/11/2014 - 12h25
Discordo no quesito honestidade.
Nilson Rodrigues
12/11/2014 - 00h44
Que horror!
Jorge Silva
12/11/2014 - 00h40
Pelo menos agora admitem que a economia não anda bem! Não votei na Dilma, mas já que ela é a presidente, espero que ela acerte a casa, pois todos somos afetados!
Yacov
17/11/2014 - 18h59
E que economia do mundo anda bem, companheiro !?! Esses tucanos são um PORRE !!
“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”
Manu
11/11/2014 - 21h12
Não se governa no sistema presidencial sem maioria no congresso, não tem jeito, como um partido que esta no poder a 12 anos não consegue eleger mais deputados que o psdb. O Pt tem que ter um projeto de partido, não pode ficar dependendo da boa vontade do pmdb, chega de terceirizar a eleição de deputado, tem que descobrir novas lideranças senão o partido vai acabar, vai ficar igual o psdb, restrito a quatro lideranças. Tem que parar de reclamar da mídia, vai ser assim, sempre foi assim, tem dinheiro então paga a propaganda, vai inaugurar obra, vai visitar obra em andamento, senão vai acontecer de novo, prefeito e governador apoderam das obras feitas com o governo federal e simplesmente omitem a participação federal. Tem que mudar de atitude, senão o resultado vai ser o mesmo, o sufoco vai ser o mesmo que foi esse ano.
Temos que parar de pensar pequeno, chega de mimi por que não foi a festa de revista, pelo amor de deus, 99,9% da população nem sabe que a carta capital existe.
João Batista
14/11/2014 - 13h28
Concordo com Manu. Deixemos a choradeira com o Aécio e seus pares. Mãos à obra.
A mídia vai ferrar nós sempre, independente se cortar a verba publicitaria ou não. A saída é investir em outdoor, busdoor, tótem, etc.
Ps.: O PSDB elegeu mais deputados que o Governo porque compra votos. Simples assim.
Ricardo G. Ramos
11/11/2014 - 22h57
Saudável? Pessimismo puro. Como disse o PM: se aproxima pra lá!
Vitor
11/11/2014 - 19h20
As verbas precisam ser redistribuídas? Não podem ser simplesmente muito reduzidas?? É um absurdo o tanto de dinheiro do povo que os Governos (todos eles) gastam, em sua maioria, pra fazer propaganda de si mesmo, que pouco agrega à população…
Enfim, acho que outra coisa que Dilma tem que seguir em frente é o seu processo contra a Veja — Alguém sabe em que pé está isso, aliás??
Não pode recuar após ter prometido para todo o país, ficaria totalmente desmoralizada…
Sandra Francesca de Almeida
11/11/2014 - 21h12
Eu diria um pessimismo cruel, mas absolutamente real.
#DevolveGilmar
marco
11/11/2014 - 18h59
Além da demonstração pelo que se lê, ser um cientista inteligente,o sr.Theófilo além disso,é prudente.Acho que prudência,não deixa ninguém a pé,como se diz aqui no sul,contudo acho que tem razão sobre as dificuldades que a Presidenta terá.Cabe contudo um álibi que a Presidenta tem,a sociedade organizada que ajudou a elege-la,e esta se bem organizada,pode levar a sucesssos nunca antes conseguidos.Quanto à distribuição das verbas da SECOM,acho que é o mais certo,e já venho de tempos,nas minha conexões com os blogs que acesso,propondo isso.Atenção SECOM,verbas publicitárias aos Blogs,os sujos preferencialmente e aos jornais e rádios do interior do país.
Helio Balde
11/11/2014 - 20h52
Nao gostei que ela nao tenha ido ao evento da carta capital se continuar assim vai ficar claro que nao aprendeu nada com as dificuldades e que continua tao arrogante como antes.
Juba
12/11/2014 - 12h28
Esta agenda é feita com antecedência de pelo menos um ano.
Acredito que o Carta sabia e sua grandeza de caráter vai superar essa paranóia que estão criando.
Carlos
11/11/2014 - 17h53
A Regulamentação da mídia não passa no congresso, mas a Dilma tem o dever de mandar o projeto ao congresso e após isso falar abertamente que o mesmo não sai porque o congresso não quer ou não deixa.
O que não pode é tudo ficar como está e em 2018 o PT voltar a apanhar e muito da mídia golpista novamente.