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Lava Jato: Até onde vai o golpe contra empresas nacionais?

  Leio nos portais que a força-tarefa da Lava Jato, “comandada pelo juiz Sergio Moro”, irá investigar os contratos do pré-sal. Mais uma vez, a força-tarefa não tem a mínima preocupação em assegurar que as investigações serão conduzidas com prudência, para não prejudicar uma das atividades econômicas mais estratégicas do país. Além disso, você percebe […]

25 comentários
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Leio nos portais que a força-tarefa da Lava Jato, “comandada pelo juiz Sergio Moro”, irá investigar os contratos do pré-sal.

Mais uma vez, a força-tarefa não tem a mínima preocupação em assegurar que as investigações serão conduzidas com prudência, para não prejudicar uma das atividades econômicas mais estratégicas do país.

Além disso, você percebe rapidamente que tem alguma coisa de errado quando um juiz é descrito como “líder” de uma investigação. Sergio Moro está impondo, à força, uma coisa que não existe no Brasil: a figura do juiz de instrução, que é aquele que lidera uma investigação criminal.

Talvez devêssemos ter esta figura, que orienta os procuradores e delegados a agirem conforme à lei.

Só que, nos países onde existem juízes de instrução, não são eles que julgam os réus, justamente porque eles estão envolvidos demais com a lógica da acusação.

Segundo a doutrina democrática, quem investiga não julga.

Mas eu queria falar aqui de outra coisa.

Eu queria fazer um pedido aos procuradores, ao juiz Sergio Moro e aos delegados que conduzem a Lava Jato.

Sei que é ingênuo, mas vamos lá.

Mirem-se no exemplo dos investigadores da Operação Patriota, deflagrada há poucos dias, que investigam desvios que podem chegar a R$ 1 bilhão, em sonegação de impostos, feito por empresas da área de transporte e turismo.

Nem de longe são empresas estratégicas, como aquelas envolvidas na exploração do pré-sal; mesmo assim, os investigadores já anunciaram que terão o maior cuidado para não prejudicar o funcionamento das empresas, não quebrá-las de vez, não provocar a demissão de ninguém.

Trabalhou-se, desde o início, em prol de uma solução prudente: o Estado deverá nomear interventores, cuidando para que as empresas continuem funcionando e pagando seus impostos, não implicando em mais prejuízo ao erário.

Voltando à Lava Jato, a força-tarefa jamais teve esse cuidado, e estamos lidando com empresas realmente estratégicas para o país!

Se as empresas quebram, elas deixam de gerar empregos e pagar impostos. Ou seja, ao dano causado por uma suposta corrupção, somar-se-á um prejuízo muito maior!

Não adianta nada Sergio Moro divulgar que tal ou qual corrupto devolverá 100 milhões à Petrobrás, se o prejuízo causado por uma investigação destrambelhada causa demissão de dezenas de milhares de trabalhadores e quebra empresas que pagavam bilhões em tributos!

Até porque a gente sabe muito bem que se o corrupto devolve 100 milhões é porque guardou outros 100 milhões em outro lugar.

A Sete Brasil é um exemplo. A força-tarefa deve investigá-la, mas sem destruí-la. Quer dizer, se é que já não destruiu, porque os prejuízos impostos a todas as fornecedoras da Petrobrás, pela maneira irresponsável como a operação foi conduzida, tem sido enormes!

A Sete Brasil foi constituída no Brasil apenas para fornecer sondas à Petrobrás. Quebrá-la – o que os procuradores estão quase conseguindo – apenas irá completar o quadro de devastação que a Lava Jato parece querer impor ao setor brasileiro de petróleo.

A força-tarefa, em todas as suas etapas, vestiu trajes de cavaleiros do apocalipse, a ponto de a ex-namorada de Youssef, uma mulher visivelmente desequilibrada, elogiar o seu próprio carrasco, o juiz Sergio Moro, e afirmar que, se isso for preciso para acabar com a corrupção, não devemos hesitar em provocar “desemprego e recessão”.

Ora, desemprego e recessão ajudam a aumentar a corrupção, obviamente, porque a miséria econômica produz miséria moral!

A história da Sete Brasil traz um detalhe irônico: ela é controlada pelo BTG, cujo proprietário é o super-tucano Andre Esteves, o mesmo que bancou a lua de mel de Aécio Neves em Nova York.

Não quero nem pensar o que a imprensa diria se Esteves tivesse bancado a lua de mel de um petista… Provavelmente, a mídia produziria manchetes como: “Petrolão banca farra de petista e esposa em Nova York”, ou algo parecido.

Deixa pra lá.

Andre Esteves, como bom tucano bilionário, tem muitos outros ovos na cesta. Se a Sete Brasil ruir, quem será prejudicado serão seus centenas de pequenos fornecedores, e dezenas de milhares de trabalhadores.

Esteves continuará bilionário, pagando viagens para seus amigos tucanos.

O prejuízo será do Brasil.

Com a entrada dos chineses, esse espírito destruidor da Lava Jato se tornou simplesmente patético. O objetivo era destruir a economia do petróleo para derrubar Dilma. Esse plano foi enterrado pela conjuntura: o lucro da Petrobrás e a entrada dos chineses. Não vão mais conseguir derrubar ninguém.

Os chineses já garantiram: se destruírem as fornecedoras da Petrobrás, a China as substituirá imediatamente, e ainda nos dará o dinheiro necessário para estabelecê-las aqui.

Então acabou a palhaçada. O golpe morreu. É hora de botar a viola no saco e cuidar da tocar a luta contra a corrupção de maneira inteligente e responsável, sem espetáculos midiáticos cujo único resultado é produzir crises políticas, paralisar a economia e gerar demissões em massa.

As delações já entraram em colapso. Cada delator diz uma coisa oposta ao outro. Youssef fala uma coisa, Paulo Roberto nega. A tal “Lista do Janot” se mostrou um apanhado ridículo de acusações sem prova contra vários políticos. E a última “denúncia” da força-tarefa contra políticos trouxe acusações completamente desvinculadas dos esquemas da Petrobrás: André Vargas, ex-deputado pelo PT, é acusado de usar sua “influência” na Caixa para conseguir contratos para um irmão, que tinha uma agência de publicidade. E um deputado do PP é acusado de incluir sua empregada doméstica na folha de pagamento de seu gabinete.

E agora um dos delatores inocentou a senadora Gleisi Hoffmann, cuja inclusão na “Lista de Janot”, aliás, também foi surreal, por ter sido baseada numa delação completamente destituída de provas ou mesmo indícios.

Ninguém apresenta nenhuma prova. A única coisa que ficou provado é que as delações foram arrancadas, em sua maioria, de executivos corruptos e desesperados para se livrarem da Guantanamo de Sergio Moro.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Agamenon de Moura Arruda

05/03/2017 - 22h45

O Sr. Dr. Sérgio Moro, agiu de acordo com o matador de carrapatos, só que, ao invés de matar os carrapatos, matou a VACA e daí Dr. o que fazer com a vaca morta? O povo brasileiro pensa que o desemprego veio da má administração do governo federal do PT e nem sequer imagina que a causa de tanta miséria que ainda está pra vir muito mais foi causada pelas investigações e punições da Lava Jato via mídia bufenta e desejosa do capital estrangeiro não aquele que vem de lá pra cá mas o que vai de graça daqui pra lá. Continuo dizendo: em 1964 “eles” usaram a ameaça comunista para justificarem o golpe, agora, simplesmente, o desemprego, a miséria, a fome e a quebradeira da indústria pesada brasileira. Tudo isso e muito mais. E o povo que elege um TIRIRICA, um Bolsanaro, um Agripino Maia, um Romero Jucá, etc, etc, até que merece o que está acontecendo neste Brasil de todos os povos.

Angélica Cirino

27/05/2015 - 11h47

Dilma 13

Flavio Ataliba Abreu Netto

26/05/2015 - 12h52

acho triste uma investigação descambar para o perigoso terreno da galhofa: outras já houveram, à socapa arquivadas, premiando outros bandidos (porque os investigados o são) e tudo parece indicar que a vaca segue o mesmo atalho…

Jair Corgozinho Corgozinho

26/05/2015 - 12h30

#globogolpista #EsplicaMoroporquesopt #PSDBteupassadotecondena

Lilian Cardilli

26/05/2015 - 12h20

Para os tucaninhos de plantão: O JUIZ DEVE SER IMPARCIAL PARA QUE SUA ATUAÇÃO SEJA JUSTA E DIGNA!!!! O fulano tem a esposinha que trabalha para o psdbosta, que tem muito corrupto também e muitos oportunistas que, no congresso têm votado em medidas contra o povo! Portanto meus caros, esta operação, investigação ou qquer outro nome que se dê, não deve continuar nas mãos deste juiz que já é mais do que SUSPEITO!!!!!

Eloisa Elena Abreu

26/05/2015 - 03h35

Quem governa o Brasil, hoje, e o meretrissimo juiz Sergio Moro!

Marcelo Bruno

26/05/2015 - 00h41

Se incomoda e prende vagabundo petista, é o meu herói!

Edson Junior

25/05/2015 - 23h12

Investigação virou golpe? Quem não deve não teme, enquanto tiver empresas sustentando a corja política, haverá corrupção, só prendendo os envolvidos pra chegar nos cabeças.

Melry Silva

25/05/2015 - 22h18

vocés não imagina o que a justiça no paraná não quera investigar .concerteza não tera um final feliz sor deus sabe o q se passa

Marcelo Viegas Barbosa

25/05/2015 - 21h26

A recuperação de ativos, no Brasil e no exterior, com vistas a recompor o dano ao patrimônio público e a devolver o dinheiro à sociedade, está entre as principais preocupações do MPF. Somente em 2015 – tomando como exemplo alguns casos de atuação das Procuradorias da República –, já foram arrecadados aos cofres públicos R$ 60 milhões do ex-magistrado Rocha Mattos, repatriados da Suíça, mais R$ 579 milhões devolvidos por atuação da força-tarefa Lava Jato.

Joel Julio Thurler

25/05/2015 - 20h07

Mas, existem órgãos superior ao do Juiz. Porque não se posicionam e dão um basta nessa situação? O Juiz já rasgou a Constituição há muito tempo.

Vitor

25/05/2015 - 15h26

Eu não acho nada legal o BTG pagar viagem para Aécio, mesmo em esquema de palestra… Agora não vi o você reclamar da Qualicorp bancando as “farras da família Lula”… E lá nem tem palestra nem nada, é tudo “dado” mesmo… Aí pode?

Marcelo Lemos

25/05/2015 - 17h33

Mas tchê, alguém me explica como um juiz do Paraná tem tanto poder, que ninguém consegue barrar? Como?

    Eliana Beatriz Sartoretto Matte

    25/05/2015 - 18h07

    É corporativismo, todos se protegem, um não “desautoriza” o outro.

    Fatima Campos

    25/05/2015 - 19h50

    Mas pra que existe lei?

    Dilton Marinho Dos Santos Filho

    25/05/2015 - 20h40

    Taí Marcelo, isso é o que me impressiona! O Paraná é o peido do cavalo do bandido, que nem entrou na edição do filme, e de repente… SINIIIIIIIIIIIIIISSSSSTRO!

    Maria Sena

    26/05/2015 - 00h52

    Só haverá justiça no Brasil quando houver justiça na justiça

Antonio Henrique Siqueira

25/05/2015 - 17h30

Esse Moro esta sendo irresponsavel.

Marcos A. P. Pecci

25/05/2015 - 17h30

Moro, o juiz tucano a cada dia mais desMOROlizado!

Alice Reis

25/05/2015 - 17h27

Ta mais que claro,não conseguiram da o Golpee Na Presidenta e entregar a Petrobras e o Pr-sal pros Americanos,…,agora partem pra quebrar as impresas Brasileiras e dar lugar, ás mesmas, estrangeiras…

Lili Batisa

25/05/2015 - 17h22

Ate onde eles nao encontrarem resistencia por parte dos orgaos que tem o dever de fiscaliza-los como o CNJ

Kika Zanon

25/05/2015 - 17h20

urgente saber com quem foi feito esse compromisso de vebda da estatal, afinal, de um jeito ou de outro, estamos perdendo nossas reservas!!!! sera que i psdb e seus socios realmente levarão a melhor??? vamosvoltar no tempo…2001, compra da falida repsol por fhc / henri phillipe…psdb….espanhois….


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