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A luta contra a corrupção passa por uma verdadeira reforma política 

Publico abaixo o texto da deputada federal Jandira Feghali (pcdb rj), que me representa.  Eu acrescentaria algumas coisas como: estender as campanhas para períodos maiores, e regulamentar os debates eleitorais.  Por que não há debate entre candidatos ao legislativo na tv, em horário nobre? O voto não é o fundamento da democracia? Por que os […]

11 comentários
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Publico abaixo o texto da deputada federal Jandira Feghali (pcdb rj), que me representa. 

Eu acrescentaria algumas coisas como: estender as campanhas para períodos maiores, e regulamentar os debates eleitorais. 

Por que não há debate entre candidatos ao legislativo na tv, em horário nobre?

O voto não é o fundamento da democracia? Por que os debates presidenciais são exibidos em horários não amigáveis?

*

É agora

Por Jandira Feghali

O Brasil gasta, em média, mais de R$ 1 milhão para eleger um representante da Câmara Federal. Se for um senador, essa quantia chega a R$ 4,5 mi, e governador, o valor sobe para mais de R$ 23 mi. O total do custo das campanhas em 2014 passou de R$ 5 bilhões – maior que o PIB de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Porto Alegre e Curitiba somados.
Estima-se que 90% destas doações foram feitas pelo setor empresarial, de acordo com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Um dado revelador é que essas contribuições vieram de um grupo pequeno, lideradas por três empresas cabeças (JBS, OAS e Ambev), que não representa nem 1% do total das empresas no país.

Este tipo de relação empresarial movimenta as campanhas no país há três décadas e vem firmando o peso do poder econômico nas decisões do poder público. Bancadas parlamentares chegam a ter suas campanhas inteiras financiadas pelo dinheiro de empresários. Os comportamentos aéticos de muitos têm relação direta com esses interesses.

A realidade é que campanhas no Brasil são caras. E para manter esses custos, as disputas tornaram-se hollywoodianas. As chances são mínimas para candidatos sem apoio de máquinas públicas, com menos recursos, ou que não sejam celebridades com intensa exposição midiática. Neste jogo, lideranças políticas com base social estão, cada vez mais, marginalizadas.

O resultado disso tudo é a baixa representatividade popular e as distorções que revelam um Congresso com 10% de mulheres, 4% de afrodescendentes e somente um parlamentar homossexual declarado. Essa Legislatura não reflete verdadeiramente o rosto de nossa sociedade.
Na eminência de apreciar a reforma política na Câmara dos Deputados, só há saída deste grave cenário com a aprovação de quatro pilares: defesa do sistema proporcional, eliminar o financiamento empresarial, garantia de mecanismos de participação popular e estabelecimento de limite para gastos nas campanhas.

É preciso também modificar a Lei Eleitoral para garantir ao menos a cota de 30% das vagas pra mulheres. Não há como construir uma sociedade justa se mais da metade da população na sua representação política nacional não é realmente refletida. Essa distorção precisa ser combatida por todos nós.

O único projeto de lei que concentra essas regras é o apoiado pela Coalizão pela Reforma Políticas Democrática e Eleições Limpas, grupo formado por mais de 100 entidades nacionais, a exemplo da OAB e CNBB.
Está em nossas mãos, deputados e deputadas, levar à frente a votação de uma reforma política democrática. Não se faz o futuro de uma nação sem a coragem de extirpar das eleições a mão do poder econômico e estabelecer regras claras para uma melhor representatividade. A contagem regressiva já acabou.

É agora.

¹Médica, deputada federal (RJ) e líder do PCdoB

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Cláudio Pereira

27/05/2015 - 04h32

Jandira te representa? Então, você e o povo brasileiro estão mesmo muito mal representados. Votar pelo “sim” no “distritão” abala qualquer biografia, para sempre, para todo o sempre. Não adianta alegar perda momentânea de consciência: se queimou forever.

José Henrique Gonçalves

27/05/2015 - 04h03

Jandira votou no Distritão. Dá pra explicar?

JC

27/05/2015 - 00h37

No Brasil existem cerca de 60.ooo vereadores, cada um ganha em média 8.000 reais de salario.
cada um destes 60.000 vereadores tem de 2 a 5 aspones que recebem em media 4.000 reais.
Cada um deste vereadores gastam com verba de gabinete 100.000 reais com impressoras, eletricidade, carros, cafezinho e gasolina, então façam as contas:
60.0000x 8.000×20.000×100.000=50bilhões de reais para nada!

    Vitor

    27/05/2015 - 09h07

    Caro JC, da próxima vez sonhe com Gauss, Euclides ou Descartes ao invés de Lula… E peça umas aulas…

JC

26/05/2015 - 23h55

No Reino Unido e EUA o imposto sobre heranças chega a 40%, porque nesta merda de Brasil onde um governo de esqueda governa a mais de 12 anos não se faz nada?
Você acha que a lava a jato não é uma forma de destruir este governa de merda que não esta de acordo com a nova ordem mundial?
A nova ordem mundial é contra as grandes fortunas, a favor da meritocracia, e contra as grandes heranças!
O que um homem conquistouem vida, após sua morte deve ser compartilhado com o resto da humanidade!

JC

26/05/2015 - 23h33

Miguel, o PT se perdeu no campo de papoulas do poder, no grande campo das ilusões do poder eterno!
Um sonho impossivel!
Cadê o imposto sobre as grandes heranças que destroem este sonho maligno de renascer como filho de seu proprio poder imaginario?
Que o PT pare de pensar como Hitler e ponha os pés no chão e que pense não em seu próprio poder etreno mas sim no povo e na humanidade!
Sonhei com Lula está noite, brigavamos, ele tinha a barba negra, mas seus olhos tinham perdido o brilho, lhe falei sobre a lei de heranças, e ele meio que envergonhado saiu pela tangente meio que dizendo que tudo estava perdido e que não tinha mais força para nada.
Nos abraçamos e fizemos as pazes e ele me disse que seria seu ultimo desafio!

Vitor

26/05/2015 - 23h04

Meu Deus! Alguém por favor explica pra Jandira o que é PIB. E talvez a diferença entre estados e cidades. Não deu nem pra passar do primeiro parágrafo do texto!

Henrique Pedro

26/05/2015 - 23h44

Ok, qual seria a mágica para criar um debate entre candidatos do legislativo, de uma maneira justa, quando temos milhares de candidatos ?

    Miguel

    26/05/2015 - 23h55

    Solução é limitar números de candidatos, os partidos que façam prévias internas antes da eleição e apresentem um número limitado e racional. Do jeito que tá é irracional com candidatos se apresentando em 1 segundo na Tv

      Vitor

      27/05/2015 - 09h01

      Perfeito…


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