Humor: Estudantes fazem competição de “cuspe ao alvo” contra Bolsonaro em Brasília

Estudantes fazem “cuspe ao alvo” contra Bolsonaro em Brasília

Bolsonaro vira mira de cusparadas de jovens da UnB inspirados em um dos episódios que marcaram a votação do impeachment na Câmara. Na ocasião, Jean Wyllys cuspiu no desafeto

por Gabriel Pontes, no Congresso em Foco

Alunos da Universidade de Brasília (UnB) se inspiraram na atitude do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara, no último dia 17, e criaram um ato que tem como mote central o “cuspe ao alvo”. A brincadeira aconteceu há uma semana, durante o Circuito Universitário de Cultura e Arte, e teve como alvo de fato uma foto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) – que, na sessão do impeachment, recebeu uma cusparada do deputado adversário.

A ação contou com uma estrutura simples: uma foto de Bolsonaro – impressa em tamanho A3 colada na lateral de uma escada – e uma caixa de som que reproduzia em looping o discurso dele ao anunciar o voto “sim”, contra Dilma. Na ocasião, o deputado do PSC homenageou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pela condução dos trabalhos de votação e dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Doi-Codi de São Paulo entre 1971 e 1974 – um dos mais sangrentos centros de tortura do regime militar brasileiro. Ustra é o primeiro agente da ditadura formalmente apontado como torturador pela Justiça brasileira.

No calor dos acontecimentos, por meio de sua página no Facebook, Jean Wyllys admitiu ter cuspido em Bolsonaro e explicou que foi insultado pelo parlamentar do PSC. “O deputado fascista viúva da ditadura me insultou, gritando ‘veado’, ‘queima-rosca’, ‘boiola’ e outras ofensas homofóbicas e tentou agarrar meu braço violentamente na saída”, contou. Jean Wyllys disse que não se envergonha do que fez e que não saiu do “armário” para ficar quieto ou com medo desse “canalha”. Segundo ele, Bolsonaro cospe o tempo todo na democracia e nos direitos humanos.

Já Bolsonaro, afirmou que Jean “perdeu a noção” e “precisa se submeter a um tratamento psicológico”. O parlamentar ainda divulgou um vídeo com a história de Carlos Brilhante e voltou a elogiar o ex-chefe do Doi-Codi. “Nunca me orgulhei tanto ao citá-lo no último domingo (17). O que está em jogo não é nossa vida, é a nossa liberdade”, escreveu.

Por ter homenageado Ustra em seu discurso, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, pedir a cassação do mandato de Bolsonaro. A OAB-RJ aponta, entre outras questões, incitação ao crime de tortura.

 

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