Humor: uma análise do bizarro filme sobre o plano real

(Cães de Aluguel + Matrix = Real – O Plano por Trás da História)

Por Pedro Breier

As grandes armas da direita na luta política são duas: o capital internacional, este ente misterioso e poderoso que coage, mundo afora, os governos nacionais a desregularem as suas economias para que não haja limite para os lucros advindos da especulação e da exploração do trabalho; e os conglomerados de mídia, que têm a missão de garantir que a ideologia dos trabalhadores, a classe dominada, seja igualzinha a da classe dominante.

Aproveitando este momento de alta no Brasil e no mundo, a direita busca ampliar seu arsenal imiscuindo-se em campos com os quais não tem nenhuma intimidade.

O MBL, por exemplo, foi uma tentativa de emplacar um movimento de rua conservador. Deu certo enquanto foi inflado justamente pela mídia e pelo capital, quando as pessoas ainda acreditavam na balela da luta contra a corrupção. Depois do golpe, o apoio ao impoluto governo Temer e a filiação de seus representantes a partidos virtuosos como DEM e PSDB fizeram com que a máscara caísse e o MBL murchasse gloriosamente.

O filme Real – O Plano por Trás da História, lançado em maio, foi a tentativa de ganhar, por meio da arte, os corações e mentes dos brasileiros contando a eletrizante história da criação do plano real.

Obviamente, não funcionou. Até o início deste mês, o filme tinha arrecadado, em bilheteria, 10% do seu orçamento, ou seja, deu um enorme prejuízo.

Sem o dinheiro e o controle da informação a direita estaria em maus lençóis. Os movimentos de rua e a arte não combinam com os ideais conservadores do individualismo e da competição insana por grandes besteiras como status e itens de luxo; têm tudo a ver, isso sim, com a busca eterna do ser humano por liberdade, a qual só será plena quando houver justiça social e todos tiverem o direito de viver dignamente.

Minha ideia era assistir esta obra de arte e fazer uma crítica para os leitores do Cafezinho, mas pensei melhor e desisti porque seria um desperdício irrecuperável de duas horas da minha vida.

Entretanto, de maneira alguma iria deixar as nossas leitoras e leitores ao léu, sem uma análise sobre este clássico instantâneo do cinema nacional.

Compartilho com vocês, assim, um debate sobre o filme feito no Choque de Cultura, um programa cultural “com os maiores nomes do transporte alternativo”, do incrível canal de humor TV Quase, onde classificaram o filme no gênero merecido: comédia.

Primeira parte:

Segunda parte:

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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