Documentos de Tacla Duran desmentem Lava Jato

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No dia 10 de agosto deste ano, um dos procuradores chefes da Lava Jato, o senhor Carlos Fernando dos Santos Lima, publicou o seguinte post no Facebook. O post ainda está no ar e é o seguinte:

Observe bem: Carlos Fernando dos Santos Lima chama um cidadão brasileiro não condenado, vivendo legalmente em outro país, de mentiroso.

Santos afirma, no texto, que o advogado Tacla Duran (Santos põe advogado entre aspas, como forma de atingir moralmente o profissional) “veio ao Ministério Público cheio de mentiras”.

Ora, como ele sabe que são mentiras antes mesmo de investigar? Que tipo de “procurador” é esse que não procura nada, e, sobretudo, não procura a justiça?

Em seguida, Santos Lima, ele sim, diz uma mentira ao afirmar que Tacla Duran foi “rechaçado” pelo Ministério Público.

Documentos vazados do Ministério Público Federal, e publicados com exclusividade pelo Cafezinho, mostram uma outra história.

Abaixo, vocês verão o email corporativo do Ministério Público Federal do Paraná, assinado por um dos procuradores da Lava Jato, o doutor Roberson Henrique Pozzobon, encaminhado também aos procuradores da mesma operação, Carlos Fernando Santos Lima e Julio Noronha.

O email era destinado ao doutor Leonardo Pantaleão, advogado de Rodrigo Tacla Duran, oferecendo um acordo a este.

O acordo foi rechaçado por Tacla Duran, não pelo MPF.

E foi rechaçado porque, segundo Tacla Duran, era um acordo irregular, que o acusava de crimes que ele entendia não ter cometido.

Detalhe importante: este “acordo” foi possível porque, segundo Duran, ele havia sinalizado que poderia aceitar pagar R$ 5 milhões “por fora” ao amigo de Sergio Moro, o doutor Carlos Zucolotto, o qual, possivelmente, repassaria o dinheiro para pessoas de dentro da Lava Jato.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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