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O PT e os desafios da comunicação popular

Reproduzimos, do GGN, esse brilhante artigo do professor Marcos Dantas. Gostaria de acrescentar apenas que as analogias russas que Dantas utiliza poderiam perfeitamente ser feitas também com analogias norte-americanas, europeias, asiáticas… Houve governos progressistas e populares no mundo inteiro, e desde as eras mais antigas, e o problema de estabelecer uma comunicação efetiva entre a […]

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Orozco, muralista mexicano

Reproduzimos, do GGN, esse brilhante artigo do professor Marcos Dantas. Gostaria de acrescentar apenas que as analogias russas que Dantas utiliza poderiam perfeitamente ser feitas também com analogias norte-americanas, europeias, asiáticas… Houve governos progressistas e populares no mundo inteiro, e desde as eras mais antigas, e o problema de estabelecer uma comunicação efetiva entre a liderança política e a população mais pobre (e portanto menos instruída) sempre foi o desafio central de todas as democracias, desde seus primórdios. Infelizmente, há muita gente em nossos partidos de esquerda que não estudou nem as lições da história, nem as análises mais recentes sobre as emboscadas semióticas que nos esperam nas esquinas…

***

A lição de Lênin, por Marcos Dantas

SAB, 13/10/2018 – 09:09

Por Marcos Dantas

No início do século XX, os partidos social-democratas revolucionários europeus propunham-se a “nacionalizar a terra” quando chegassem ao poder. Coerentemente com o projeto de acabar com a propriedade privada dos meios de produção, tratava-se de tornar o solo agrícola um bem comum, a ser coletivamente aproveitado pelo conjunto dos trabalhadores rurais, ou camponeses.

O líder revolucionário russo Vladimir Lênin percebeu, no entanto, que essa palavra de ordem não era entendida e aceita pelo campesinato de seu país. Embora, na sua imensa maioria, não fossem proprietários, os camponeses sonhavam, algum dia, possuírem um pedaço de terra. Além do mais, eram quase todos analfabetos, incultos (no sentido iluminista da palavra), fervorosos religiosos, submissos à palavra dos padres de aldeia e à imagem quase divina do Czar. Não lhes era difícil acreditar que os “bolcheviques”, por baixo daquela palavra de ordem, queriam, na verdade, tomar ou roubar suas terras…

Lênin entendeu que seria necessário chegar junto da consciência real do campesinato ainda que, para ele, “atrasada”. E formulou uma nova palavra de ordem: “toda terra ao camponês”. Diante desse lema, os ouvidos camponeses se abriram à pregação bolchevique. Eles passaram a prestar atenção ao discurso urbano revolucionário, assim se forjando a aliança operário-camponesa que levaria à Revolução Russa.

Décadas depois, o sociólogo francês Lucien Goldman, influente em meados do século passado, quase esquecido (infelizmente) hoje em dia, formularia a hipótese da “consciência possível”: a compreensão da realidade por um grupo social, passa por um discurso que nasça das condições subjetivas determinadas por essa própria realidade. Assim, aos poucos, associando-se discursos e práticas políticas, eleva-se a consciência de si desse grupo até que compreenda a necessidade e possibilidade de modificar sua realidade, rompendo efetivamente com ela. Ou seja: se o discurso que se pretende “progressista” ou “avançado” não é aderente à realidade concreta de vida das pessoas, essas pessoas simplesmente não vão ouvi-lo, ou até mesmo reagirão negativamente a ele.

Lênin não era, por óbvio, um teórico de comunicação. No entanto, compreendeu intuitivamente uma lição básica que muitos teóricos, de Bakhtin a Paulo Freire, de Gregory Bateson a Umberto Eco, iriam desenvolver ao longo do restante do século: o significado de uma mensagem encontra-se na mediação dos interlocutores. A “verdade” não é aquela na cabeça do “falante” por melhores ou mais justos que sejam os seus argumentos, mas é aquela que pode ser manifestada se e quando “falante” e “ouvinte” conseguem se pôr de acordo sobre os termos da conversa. Sem esse acordo prévio, o “falante” vai ficar falando sozinho. Por isso, não raro, há que se “descer” à realidade do “ouvinte” para torná-lo, pelo menos, um “ouvinte” interessado. Aliás, é justo isto que costuma a fazer qualquer bom orador, ou qualquer professor competente.

As derrotas acachapantes das esquerdas nas últimas eleições municipais, em São Paulo e Rio de Janeiro, para ficarmos só nessas duas cidades, e, pior, derrotas por 7 a 1 para tipos medíocres como Dória ou Crivella, já deveriam ter acendido a luz amarela no PT, PSOL, PCdoB, demais partidos ou movimentos a eles ligados. Não é possível explicá-las, puerilmente, como tem feito, em entrevistas, Fernando Haddad, como resultado de uma “onda anti-petista”. Resultam de muitos fatores conjugados, inclusive do desastre dos governos Dilma Rousseff, do golpe judiciário da Lava Jato, das mobilizações de certos segmentos sempre golpistas da classe média contra “a corrupção” (os mesmos segmentos, com os mesmos argumentos, que apoiaram o golpe de 64, elegeram Collor em 1989 etc.), da campanha da grande imprensa contra o PT, de ações obscuras motivadas pelos interesses estratégicos dos Estados Unidos, mas nada disso poderia ter alcançado a força discursiva e simbólica, logo política e eleitoral, que alcançou se não encontrasse ouvidos abertos para escutar e aceitar suas mensagens. Os votos da classe média golpista não elegeriam, por si só, Dória ou Crivella. Eles foram eleitos pelo que se chama “periferia”: foram eleitos por esses que a Esquerda gosta de chamar “pobres e negros”. No Rio, claramente, Crivella, no 2º turno, só não venceu em alguns bairros de classe média, ou, como diria a própria Esquerda, bairros de “elite”: Laranjeiras, Botafogo, Copacabana, Tijuca, Jardim Botânico e avizinhados. Ganhou muito bem ganhado em todos os bairros onde vive a população de baixa renda, inclusive nas grandes favelas do Rio. Em São Paulo, com Dória, não foi diferente: até pior, pois Haddad foi derrotado, no 1º turno, em todas as zonas eleitorais, sem exceção.

Há algo aí que não parece racional, ao menos à primeira vista. Afinal, segundo se dizia e até se provava com números, a vida das pessoas pobres teria melhorado muito nos governos Lula, tanto no Nordeste (que segue “lulista”) como no Sudeste e em todo o Brasil. Desnecessário relacionar aqui os muitos programas de largo alcance implementados por Lula e, também, Dilma que ampliaram a capacidade de consumo e a mobilidade social das camadas sociais de baixa renda. Esperava-se, pelo menos, gratidão dessa gente. Mas o que se viu foi o contrário. Mostraram-se ingratos nas eleições municipais de 2016 e confirmaram-se ingratos nesta eleição presidencial: os votos dos “pobres e negros” no Rio, São Paulo, outras grandes capitais, inclusive também Recife e a maioria das capitais do Nordeste e Norte, destinaram-se a Bolsonaro. Para piorar, alguns campeões da resistência ao golpe, como a própria Dilma Rousseff, Requião, Lindbergh, não conseguiram se eleger ou reeleger para o Senado. Em compensação, Janaína Paschoal obteve mais de 2 milhões de votos para deputada estadual em São Paulo. Tipos absolutamente rastaqueras (para dizer o mínimo), como Alexandre Frota e Kim Kataguiri, também se elegeram deputados. A “elite” tem tantos votos assim, em São Paulo?

Ora, é muito fácil constatar qual discurso foi ouvido por essa multidão que consagrou Bolsonaro e todos e todas que a ele se ligaram, nesta campanha eleitoral (“multidão”, aqui, no seu sentido semântico usual, milhões de pessoas, não no conceito pseudosociológico ilusionista que lhe deu Antonio Negri): foi o discurso moralista e comportamental. A “corrupção”, claro!, mas também o “gênero”, o “aborto”, o “gay” e temas similares. Bem o disse Ciro Gomes quando perguntado a respeito: “quero ser presidente da República, não fiscal de costumes”. Outro tema, importantíssimo, foi a “violência” – mas não a violência “contra a mulher” ou “contra a juventude negra”, não a violência que pretende identitariamente distinguir (num certo sentido bourdieuriano) as vítimas, mas a violência contra qualquer pessoa, a violência que atinge todos e todas indistintamente, a violência que é, sobretudo, sentida diretamente, cotidianamente, pelos mestiços moradores e moradoras das periferias de nossas grandes cidades, seja vinda da polícia, seja vinda do PCC, CV ou de alguma outra milícia.

Sobretudo, a violência do dia a dia, física e também subjetiva, aquela das horas perdidas num transporte público superlotado, do péssimo atendimento num hospital público, da escola que não ensina nem educa, sobretudo a violência do emprego precário em condições opressivas e sem perspectivas. Converse-se com o porteiro, com balconista da farmácia, loja de bairro ou de shopping center, com cabeleireiro(a), motorista de táxi, entregador de pizza, converse-se com toda essa arraia miúda, nas nossas grandes cidades, a imensa maioria não esconderá seu anti-petismo ou anti-lulismo. Falará da “corrupção”. Mas falará também do “casamento gay”, do “kit gay” – e decide seu voto para prefeito ou presidente por oposição a esses (supostos) valores. Não faltam, nas listas esquerdistas do WhatsApp, testemunhos perplexos ou atônitos dessa reação.

Não é um fenômeno brasileiro. Aliás, exatamente por não o ser e por já ter sido apontado por analistas no exterior, já teria sido possível neutralizá-lo por aqui. Em janeiro de 2017, a líder feminista estadunidense Nancy Fraser, num texto contundente, intitulado “O fim do neoliberalismo progressista” (https://www.dissentmagazine.org/online_articles/progressive-neoliberalis…, acesso em 11/10/2018), mostrava como as pautas identitárias ou comportamentais haviam muito contribuído para a derrota de Hillary Clinton diante de Trump. Do outro lado do espectro político e há mais tempo, Scott Maconnel, já detectara e até comemorava o mesmo fenômeno no artigo “Abandonados pela Esquerda” (https://www.theamericanconservative.com/articles/abandoned-by-the-left/, acesso em 11/10/2018). A classe operária, escreveu, em sua grande maioria constituída por homens brancos que vinham sendo pesadamente atingidos pela desindustrialização e empobrecimento dos Estados Unidos, sentia-se ainda ofendida por um discurso feminista que parecia fazer de todos os homens brancos, por definição, machistas misóginos desprezíveis. Ao substituir a luta por maior justiça social pelas causas identitárias, o partido Democrata parecia ter “perdido o seu caminho”. A vitória eleitoral de Trump, dois anos depois desse artigo, parece ter confirmado a tese como, aliás, atestou Nancy Fraser.

Mais recentemente, em março último, outro analista estadunidense, Mark Lilla, em entrevista para a Folha de S. Paulo, reforçou a hipótese: “Esquerda deve tirar foco da pauta identitária para ser eleita”, declarou (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/03/esquerda-deve-tirar-f…, acesso em 11/10/2018). Ao apresentá-lo as seus leitores, a Folha informou que Lilla já se tornara “o mais odiado dos pensadores de centro-esquerda”, ao criticar, em artigo no New York Times, logo após a vitória de Trump, o programa identitarista do Partido Democrata.

O que há de errado com essas políticas? Obviamente, em princípio, tratam de questões sérias e, de um ponto de vista progressista, justas. Mas não tratam dos problemas reais de milhões de pessoas, não importa o “gênero”, não importa a “raça”, pessoas massacradas pelas políticas neoliberais e pela globalização. Tratam de problemas que têm mais a ver com segmentos social e economicamente beneficiados pelas lógicas de produção e consumo do capitalismo “pós-fordista”, do que dos vivenciados pelos estratos que se percebem esmagados na base da pirâmide social. São agendas perfeitas na Dinamarca mas se, mesmo nos Estados Unidos já causam tanto desagrado, opondo a esvoaçante Califórnia ao Meio-Norte enferrujado, imagine-se num país como este Brasil, com sua mestiça periferia excluída e violentada! Essa periferia está respondendo ao seu abandono pela Esquerda, caindo nos braços do fundamentalismo vigarista evangélico e da direita virulenta bolsonazi.

Os perdedores da globalização, em todo o mundo capitalista ocidental, migraram para a direita. Não é um fenômeno novo. O mesmo aconteceu na Alemanha, nos anos 1930. A base social do nazismo, os soldados das SSAA, era o lumpemproletariado, os desempregados pela grande crise. E o líder máximo era, ele mesmo, um lúmpem. Aliás, intelectualmente, Hitler e Bolsonaro quase se equiparam embora aquele tivesse algum maior estofo intelectual. Chegou a escrever um livro e apreciava Wagner…

O problema dessa gente é de classe social, não é de “gênero”, “raça” ou “comportamentos”. Porém, como é sempre mais fácil, na cabeça ignorante, buscar algum “culpado” para as suas próprias frustrações – o inferno são os outros, dizia Sartre –, líderes populistas, explorando os seus complexos e preconceitos (a consciência real), conseguem mobilizá-los, apontando-lhes para a “causa”: os judeus, os mexicanos, os imigrantes… o PT corrupto. Noutros tempos, travando luta de classes, a Esquerda conseguia também mobilizar ao menos a parte trabalhadora da população, para enfrentar esse obscurantismo lúmpem, nem que fosse (e só podia ser) pela luta armada: Guerra Civil espanhola, Segunda Guerra mundial. Nestes novos tristes tempos em que vivemos, ditos “pós-modernos”, o populismo fascista passou a contar com a ajuda (involuntária?) da própria Esquerda, ou da parte hegemônica dela, que trocou a luta de classes por movimentos comportamentais e identitários.

O problema atual, porém, não reside apenas na superfície do “neoliberalismo” ou da “globalização”. Há que ir mais fundo. O capitalismo promoveu nesses últimos 30 anos, movido por sua lógica de acumulação, uma ampla reestruturação nos circuitos de produção e consumo, tendo por vetor a introdução de sistemas automatizados de trabalho que estão substituindo uma grande massa de trabalho humano de baixa qualificação por trabalho mecânico automatizado, trabalho de máquina “inteligente”. Uma grande parcela da população está, simplesmente, sendo excluída de qualquer possibilidade de conseguir algum emprego minimamente decente. Essa parcela deu origem, em todo o mundo capitalista avançado, incluindo o Brasil, a uma enorme camada social de subempregados urbanos que alguns já denominam “precariado”, nome elegante para o nosso velho “lumpemproletariado”…

O sociólogo estadunidense Benjamin Barber publicou, na década 1980, um livro antológico que deveria ser leitura obrigatória de todo esquerdista, ao invés de Bauman ou Negri: Jihad X McMundo. Nele, ele mostra como os excluídos da “globalização”, fossem muçulmanos, cristãos, hinduístas, não importa, vinham reagindo violentamente à opulência, cinismo e “liquidez” (a la Bauman) do capitalismo consumista (“McMundo”), pregando o retorno da humanidade a uma vida “encantada”, ao obscurantismo medieval, a um passado utopicamente descrito como “imóvel” ou “estável”. A penetração entre nós das seitas evangélicas, cuja capacidade de influência política anti-democrática já se tornou inquestionável, é apenas a expressão brasileira desse fenômeno mundial.

O tão badalado “projeto neoliberal” foi a proposta conservadora para a transição que o capital promovia. A Esquerda, por que também inserida no McMundo, preferiu responder aderindo à “luta por direitos”: substituiu seus antigos compromissos revolucionários pela ideologia liberal, no sentido “esquerdista” que esta palavra tem na política estadunidense: o contrário de conservador. Esse “discurso dos direitos apareceu como oposto a – no lugar de ser uma etapa no progresso até – modos alternativos de reparar a sujeição social que se expressa como identidade politizada”, acusou Wendy Brown em contundente “crítica dos direitos” (“O que se perde com os direitos”, em State of Injury). Não mais a luta para transformar a sociedade mas apenas para se ajustar a ela na melhor posição possível, função da capacidade de mobilização competitiva desse ou daquele movimento social. É a consagração da ideologia liberal burguesa.

O PT, ao longo de sua história, tornou-se, no Brasil, o partido dessa Esquerda liberal (ou “neoliberalismo progressista”, nos termos de Fraser). Ao substituir a luta de classes pela “pobretologia”, como ironizou a historiadora Virginia Fontes (https://www.youtube.com/watch?v=iFBce9vgDUE), uma “pobretologia” consumista que sonhava inserir-se no McMundo (de resto impossível como os tempos não demoraram a mostrar), o “lulismo” acabou viabilizando uma aliança entre uma classe média por si tradicionalmente reacionária com esse novo “precariado” ignorante, obscurantista, ressentido, não raro violento em suas atitudes individuais ou coletivas porque violentas, no nível da mais hobesiana competição, objetiva e subjetivamente, são suas condições de sobrevivência cotidianas. Suas demandas não são atendidas por um programa partidário que ora se dirige ao que resta do proletariado “fordista” (carteira de trabalho, 13º salário etc.), ora fala aos liberais de Esquerda. Ao incluir, por exemplo, num programa de governo para Presidente da República, “promover o direito à vida, ao emprego e à cidadania LGBTI+” e o que se segue nas linhas seguintes (https://drive.google.com/file/d/1oJ9hqF3Q4TsBtrffIxGHKVh2OTXXZCz8/view), como se esses e essas cidadãos, boa parte dos quais são pessoas bem situadas de classe média, devessem ter um tratamento distinto do de qualquer outra pessoa, o PT, com toda certeza, perdeu ou deixou de ganhar milhões de votos entre os assim ditos “pobres” – e crentes. Pior, mandou a maior parte deles para o seu adversário. Como também cresceu ainda mais a intenção de votos em Bolsonaro justo após a inequivocamente poderosa manifestação feminista #EleNão. Expliquem…

Gente situada à Esquerda, através dos Twitters e Facebooks da vida, começou a reclamar dos “pobres de direita”, dos “negros de direita”, dos “gays de direita”, como se qualquer dessas condições, por si só, gerasse alguma substância esquerdista. Não se dá conta de que há algo errado no discurso ou, melhor dizendo, na agenda. Insiste nas mesmas mensagens que já haviam derrotado Hillary Clinton; no Reino Unido ajudaram na vitória do Brexit; vêm asfaltando o caminho da Direita por toda a Europa, sem falar no desastre político e cultural que já produziram no Oriente Médio e adjacências. A “globalização” capitalista, carente de uma resposta política radicalmente transformadora, produziu, como seu oposto, um “precariado” também global, porém agarrado aos seus mitos adâmicos identitários ou religiosos.

No Brasil, neste momento, esse neolumpensinato vai consagrar Bolsonaro. Viveremos uma nova longa noite, até porque a Esquerda liberal nos desarmou para os tempos duros e violentos que vêm pela frente. É claro que, a esta altura, é tarde para se gerar e difundir alguma forte mensagem que possa ser primeiro escutada, então entendida, pela consciência real dos novos “camponeses” desta nossa época, mensagem que poderia leva-los a acreditar na possibilidade de uma mudança para valer nas suas condições objetivas e subjetivas de vida. Para esses submetidos a um cotidiano de violências, a violência é da natureza do mundo. É possível que essa gente só possa vir a se sentir atraída para um novo projeto democrático de Esquerda, se chamada por um programa, discurso e prática jacobinos. Mas onde estão os jacobinos?

[1] Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Filipe

01/11/2018 - 12h40

Uma merda li mais não recomendo não fala nada da realidade só ilusão.

Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

16/10/2018 - 19h34

É um pouco complicado, mas é importante não enxergar apenas um partido no PT, ele é mais um balão de ensaio. Gosto da pureza do site, mas sendo só mais um pouquinho arrogante, o trabalhador real é aquele que não existe quando acaba o trabalho.

André Romero

16/10/2018 - 10h30

Essa petezada não aprende nem com os fatos estapeando a cara deles. Quanta arrogância, quanta imbecilidade.
Tudo isso foi antecipado, em vários lugares, por muita gente boa. Meses atrás. Xingaram vários leitores, xingaram o dono do site no próprio espaço dele, ainda que esse tivesse acertado na mosca. E ainda xingam.
Ainda acham que é aqui – patrulhando esse blog e seus leitores – que vão reverter a merda que fizeram.
Cretinos, na acepção da palavra.
Não tiveram honra, espírito público nem a grandeza que marca os grandes movimentos políticos no curso da história. Colocaram a população inteira como refém de seus interesses eleitorais mesquinhos. Manobraram, peitaram, conchavaram. Pagaram pra ver.
Previsões confirmadas, agora exigem um apoio que nunca deram. E ainda querem culpar os aliados que apunhalaram lá atrás. Fizeram isso a vida toda. Estão colhendo o resultado.
Vão perder para deixarem de ser estúpidos, fanáticos, mesquinhos e desonestos. Perderemos todos nós por conta dos erros deles. E só deles. Que vão para o Inferno.
Depois de Haddad – só lamento por ele não merecer isso – nunca mais na vida verão o meu voto para nada.

Francisco

16/10/2018 - 10h18

Parece que Jacques Wagner fez uma breve análise ontem, correto?

Pedro Cruz

16/10/2018 - 06h56

No final de uma campanha entre barbarie e civilização a canalha, a 5ª coluna, os renegados se prestam a esse papel. Os Coroneis Gomes, e as marinas da vez tentam cumprir seu papel, todos rasgam as fantasias, tiram as mascaras, mostram a bunda, traem, Canalhas!!!Canalhas!!1 Canalhas!!! São os piores.

Jader Martins

16/10/2018 - 06h42

O que Miguel tem a dizer sobre a fala de Cid ontem e a fuga de Ciro para Portugal?
http://www.tijolaco.com.br/blog/voce-mandou-seu-irmao-de-menino-de-recados-ciro/

    Nostradamus ( banquinho & bacia )

    16/10/2018 - 08h43

    Esse vai apanhar na cara no senado. É um c.u de encrenca muito pior que o mano.

degas

15/10/2018 - 19h54

sai o comentário ou não?

Manoel Castilho

15/10/2018 - 18h57

Depois que li até a parte que diz “golpe judiciário da lava jato”, não deu nem para continuar a lêr. Vai tomar no cú seus petralhas! Quer dizer então que o cara se gantazia de socialista/comunista e daí ele pide ter carta branca para roubar teilhões passando por cima do sistema judiciário e quando os juízes o condenam, isso passa a ser golpe do judiciário? Vai toma no meio do cú!

    Ruy Acquaviva

    15/10/2018 - 23h52

    Algum dos leitores do blog poderia me explicar essa fixação que a escumalha direitista tem em relação ao esfincter anal? Será que tem alguma relação com o excremento que lhes preenche a caixa craniana?

      Eu Mesmo

      16/10/2018 - 08h57

      Escumalha direitista?? Olha quem está falando….

      Jandui Tupinambás

      16/10/2018 - 10h52

      Acertou, Ruy. Todas evidências comportamentais levam a isso. Muitos cérebros por aqui precisam de um saneamento básico.

NeoTupi

15/10/2018 - 18h09

Acho que o artigo erra no diagnóstico ao traçar paralelos onde não existe.
O Brexit foi voto anti globalização, anti livre mercado, anti mercado financeiro internacional hegemônico, foi voto anti neoliberalismo. O voto em Trump também foi nisso, simbolizado no “America first”. Trump venceu ou foi bem votado em redutos industriais decadentes, antes democrata. Gente que é a favor do protecionismo e contra o livre comércio internacional. Contra contratação de serviços de telemarketing em países estrangeiros, até médicos na Índia fazerem laudos de exames de imagem para laboratórios e clínicas nos EUA. E contra imigrantes estrangeiros disputarem mercado de trabalho.
As causas identitárias mobilizam uma minoria do eleitorado, tanto prós como anti. Lá e aqui. Bolsonaro não se elege na base do ser anti “kit gay”, ele se elege por ser visto (erroneamente) como o mais anti-sistema político.
As fake news e campanha contra “kit gay”, contra corrupção, anti-PT, etc, servem como cortina de fumaça para esconder que Bolsonaro é continuação de Temer na economia e na perda de direitos, que Bozo votou contra o trabalhador, contra a emprega doméstica, contra direitos dos mais pobres.
O erro das esquerdas (não só do PT) na comunicação foi não fazer o que o MBL e a campanha do Bozo fizeram na mobilização via redes sociais com mensagens simples, curtas e direta e usando mais as ferramentas que o povo mais usa: whatsapp.

Em tempo: a extrema direita européia, via de regra, também não é neoliberal como a latino americana. É ultra nacionalista, defende o protecionismo e o trabalhador nacional, é contra o sistema financeiro internacionalizado. Tudo isso é muito diferente da extrema direita colonizada latino americana que Bozo representa.

André Romero

15/10/2018 - 18h04

As “críticas” que o Miguel vem recebendo (xingamentos baratos e rasteiros) são uma síntese da intolerância à crítica honesta e o bitolamento petista. E elas explicam bem porque vocês nos meteram nesse buraco e vão perder essas eleições, para a infelicidade de todos nós.
Com uma militância como essa na Internet, o PT não precisa de nenhum inimigo.

Pedro Cruz

15/10/2018 - 17h20

Miguel voce nunca chegara a Arnaldo Jabor. é muito menor

Pedro Cruz

15/10/2018 - 17h11

Toda 5ª coluna é uma escória canalha. Esse blog é uma 5ª coluna, é a marina silva da vez.

    Aliança Nacional Libertadora

    15/10/2018 - 18h41

    Faz parte do jogo sujo…a direita dizendo que é esquerda….e o Lula preso sem crime ou provas….só para os inimigos usarem a palavra presidiário….

      Paulo

      15/10/2018 - 22h13

      Aliança, gostei do disjuntivo “sem crime OU provas”! Já é um avanço. Mas não quero melindrá-lo…

Jota One

15/10/2018 - 16h09

Afinal, alguém pode dizer de que lado este blog está? Haddad ou Bolsonaro?

    Serg1o Se7e

    15/10/2018 - 16h32

    Ciro.
    Que Lupi vai lançar em 2022 como candidato a presidente!
    Resultado em 2022 nas urnas: 10-12%.

      Jader Martins

      16/10/2018 - 06h45

      Vai ser pior. Depois da traição vai ser igual a Marina. Vide as palavras de Cid gomes ontem.

        Adecio

        16/10/2018 - 08h09

        E o Haddad, hein… 59 a 41.

        PT nunca mais!!!

          Mané

          16/10/2018 - 11h04

          Burrico. O PT disputou oito das oito eleições,ganhou treis ,e chegou à final nas oito. Se ganhar a quarta ,ótimo,caso perca , o que me parece ,muito melhor. Vai assistir o incêndio do incendiário !!! O u você queria que o terceiro colocado o VACILÃO, ocupasse o lugar do segundo ???!!!

Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

15/10/2018 - 14h22

Aos eleitores de Bolsonaro eu recomendo o conhecimento do pensamento socrático. Falsidade e mentira são etapas diferentes de uma falácia. Como fazer para criticar projetos de vida sem enlamear as intenções? Eu não sei o que a esquerda deveria ter lido, mas sei que o cemitério está cheio de boas intenções. Penso que Lula jamais será visto como um herói por essa gente, porque isto é a Democracia, mas só visando efeitos eleitorais, a lava jato não tem relação com o militarismo.

André Romero

15/10/2018 - 14h20

Concordo com o texto, ainda que com algumas pequenas ressalvas, pois me escapam algumas das referências usadas pelo autor e por ter visto pouca ênfase do autor na esmagadora influência do discurso populista neo pentecostal nesse processo.
Somente um petista fanático pode ser contra o texto, apenas porque esse faz críticas ao comportamento do partido, que na verdade tanto o partido quanto a militância que o defende já se descolaram há muito da realidade da sociedade e das próprias classes mais pobres que dizem representar. A verdade é que essas classes há muito não se veem mais representadas nem pelo partido, nem pelas esquerdas de um modo geral.
Não canso de repetir: da mesma forma que o PT roubou das mãos do PSDB o discurso e a prática social-democrata (que aparecia no PSDB apenas no nome), principalmente nos anos Lula, o PT e as próprias esquerdas perderam a sua base eleitoral de sustentação – as classes mais pobres – para as igrejas e os líderes evangélicos.
Enquanto o PT e as esquerdas davam ênfase e se prendiam à pautas de minorias – que merecem todo o respeito mas que são insignificantes sob o ponto de vista eleitoral – elas desprezaram uma vez mais a força eleitoral do discurso moralista religioso, conservador e oportunista que tomou conta de uma parcela significativa da população. O texto é preciso quando ele afirma que aos olhos da população em geral, as esquerdas trataram as minorias como se essas fossem o foco principal e devessem ter alguma forma de regalia do Estado. Isso entrou em franco conflito com o pensamento do eleitor de vários extratos sociais, ainda mais com o pensamento do eleitor pobre, evangélico e conservador, que passou a interpretar que a pauta dessas minorias para essas forças valia mais do que a representação dele, enquanto cidadão.
Os anos a malfadada experiência do PT no Poder causaram um profundo descrédito e desmoralização das esquerdas junto ao grande eleitorado em geral.
Aos olhos da sociedade, o exercício do Poder pelo partido foi mais marcado pela corrupção e pela crise econômica a partir de 2013 do que pelos benefícios que tentou deixar. Dessa forma, há muito as esquerdas foram acossadas e espremidas entre o discurso evangélico e moralista que capturou as classes pobres (de um lado) e o discurso que associava as esquerdas ao atraso, incompetência e principalmente à corrupção que se alastrou pela classe média (do outro). Essa percepção é claramente visível nas ruas, nas discussões entre amigos e dentro até das próprias famílias.
Esses erros estratégicos há muito vem sendo discutidos no meio progressista. Muitos pensadores acionaram todos os alarmes também há tempos para essa conjuntura. Em função dessa perda acelerada de apoio popular, esse cenário deveria ter forçado as esquerdas a um passo atrás, em busca de uma união a qualquer custo do campo progressista, em torno de um nome competitivo. Mas em função de interesses eleitorais menores, os líderes do maior partido que representa esse campo – que deveria ter tomado a iniciativa desse pacto – se recusaram a entender (ou entenderam mas ignoraram), subestimaram as forças contrárias e apostaram uma vez mais na divisão.
O resultado já está formado e será conhecido daqui a duas semanas.

André Romero

15/10/2018 - 14h16

Concordo com o texto, ainda que com algumas pequenas ressalvas, pois me escapam algumas das referências usadas pelo autor e por ter visto pouca ênfase do autor na esmagadora influência do discurso populista neo pentecostal nesse processo.
Somente um petista fanático pode ser contra o texto, apenas porque esse faz críticas ao comportamento do partido, que na verdade tanto o partido quanto sua militância já se descolaram há muito da realidade da sociedade e das próprias classes mais pobres que dizem representar. A verdade é que essas classes há muito não se veem mais representadas nem pelo partido, nem pelas esquerdas de um modo geral.
Não canso de repetir: da mesma forma que o PT roubou das mãos do PSDB o discurso e a prática social-democrata (que aparecia no PSDB apenas no nome), principalmente nos anos Lula, o PT e as próprias esquerdas perderam a sua base eleitoral de sustentação – as classes mais pobres – para as igrejas e os líderes evangélicos.
Enquanto o PT e as esquerdas davam ênfase e se prendiam à pautas de minorias – que merecem todo o respeito mas que são insignificantes sob o ponto de vista eleitoral – elas desprezaram uma vez mais a força eleitoral do discurso moralista religioso, conservador e oportunista que tomou conta de uma parcela significativa da população. O texto é preciso quando ele afirma que aos olhos da população em geral, as esquerdas trataram as minorias como se essas fossem o foco principal e devessem ter alguma forma de regalia do Estado. Isso entrou em franco conflito com o pensamento do eleitor de vários extratos sociais, ainda mais com o pensamento do eleitor pobre, evangélico e conservador, que passou a encarar que a pauta dessas minorias valia mais do que a representação dele, enquanto cidadão.
Os anos a malfadada experiência do PT no Poder causaram um profundo descrédito e desmoralização das esquerdas de uma forma geral junto ao grande eleitorado em geral.
Aos olhos da sociedade, o exercício do Poder pelo partido foi mais marcado pela corrupção e pela crise econômica a partir de 2013 do que pelos benefícios que tentou deixar. Dessa forma, há muito as esquerdas foram acossadas e espremidas entre o discurso evangélico e moralista que capturou as classes pobres (de um lado) e o discurso que associava as esquerdas ao atraso, incompetência e principalmente à corrupção que se alastrou pela classe média (do outro). Essa percepção é claramente visível nas ruas, nas discussões entre amigos e dentro até das próprias famílias.
Esses erros estratégicos há muito vem sendo discutidos no meio progressista. Muitos pensadores acionaram todos os alarmes também há tempos para essa conjuntura. Em função dessa perda acelerada de apoio popular, esse cenário deveria ter forçado as esquerdas a um passo atrás, em busca de uma união a qualquer custo do campo progressista, em torno de um nome competitivo. Mas em função de interesses eleitorais menores, os líderes do maior partido que representa esse campo – que deveria ter tomado a iniciativa desse pacto – se recusaram a entender (ou entenderam mas ignoraram), subestimaram as forças contrárias e apostaram uma vez mais na divisão.
O resultado já está formado e será conhecido daqui a duas semanas.

JULIO FELIPE MONTEIRO DE BEM

15/10/2018 - 11h20

O TIJOLACO, que virou assessoria do PT, não permite um único comentário discordando da linha editorial imposta pelo PT lá. Mesmo com opiniões baseadas em fatos, vc que nao reza amem pro PT e pro Lula, é censurado. E ainda o Brito, que sou leitor a muitos anos, fala da globo e outros veículos de mídia. Querem por a culpa dessa tatica ridícula e egoísta do PT só no PIG.

    Francisco

    15/10/2018 - 13h15

    O Tijolaço do Brito, como eu e milhões pelo Brasil, está prioritariamente concentrado na luta para impedir que o fascismo vença, daqui a dois domingos, e assuma o poder no Brasil.

    Já você pelo que narra, vai lá, como linha auxiliar do fascismo mesmo achando não ser e sem compreende-lo, tenta atrapalha-lo nessa luta, em que os que se dizem democratas não podem furtar-se.

    Tudo tem a sua hora e se açodadamente insiste em ser inconveniente, persistir não respeitando o momento, não querendo aguardar, não há como não considera-lo linha auxiliar do fascismo, sabendo e insistindo em ignorar o óbvio.

      JULIO FELIPE MONTEIRO DE BEM

      15/10/2018 - 23h26

      Vc é um adepto da seita. O fascismo que é favorito na eleição do dia 28 tem um partido culpado e uma pessoa culpada. É o PT e Lula. E agora “engajado” contra o fascismo faltando uma semana, nao adianta mais. Vc e seu puxa saquismo com Lula e sua “brilhante tatica de se manter candidato até os 45 do segundo” São os eleitores que o fascista adora, pq trazem mais e mais eleitores pra ele. Vc realmente achou que com 3 bilhetinhos escritos a mão, Lula iria por Haddad no topo? Como os PTistas são ridículos e infantis, com esse grande ego. Jogaram o Brasil e o povo que diz amar no inferno por 4 anos. O PT não ama os pobres e os brasileiros, o PT ama o poder.

      Adecio

      16/10/2018 - 08h11

      Ei cara, vcs vao perder porque n souberam fazer as alianças certas! 59 x 41… acabou! PT nunca mais!!!

    degas

    15/10/2018 - 19h10

    Imagino que o brito precisava de dinheiro e aceitou a oferta, mas podia ter mantido uma certa dignidade. Virou outro 171.

      JULIO FELIPE MONTEIRO DE BEM

      15/10/2018 - 23h31

      É só ler lá. Da uma tristeza ver. Ele que sempre evoca o Brizola pra ele, aposto que o velho tá se revirando no túmulo.

Verner

15/10/2018 - 08h41

Foi marcado o julgamento do recurso do Palocci para 24/10/18. A lava jato nao alivia para o PT, mas o PT é muito amoroso com esse picareta de Curitiba. Se nao bater forte nessa m. de lava jato o pt vai perder. Claramente o Moro e seus suditos procuradores estao com medo que o PT ganhe, pois ai a casa deles vai cair. Seria possivel ate fazer uma auditoria na lava jato, por a corregedoria em cima etc.
Vao descobrir os podres da lava jato. Ve-se claramente que eles estao com medo.

Deodoro Oliveira

15/10/2018 - 07h05

https://www.youtube.com/watch?v=7nLVCaYdLRA

Tamosai

15/10/2018 - 04h05

Concordo que só as causas identitárias não ganham eleições. Faltou dizer que nos últimos 8 anos houve uma política consistente da mídia de demonizar a esquerda (em particular o PT) e de desmoralizar a política. Além disso, a mídia aliviou para pessoas de comportamento fascista e até deu publicidade gratuita para elas. Isso explica melhor por que votam no Doria, Crivella, Janaína, Kinta Katiguria, o ator pornô e outros. Um fenômeno parecido com esse aconteceu na Itália e culminou com a eleição do Berlusconi e os danos permanecem ainda hoje.

Sebastião

15/10/2018 - 00h50

Não canso de dizer que essa eleição está lembrando a de Crivela X Freixo. Por mais que todos tenham conhecidos os governos petistas, de que não houve nada do que os conservadores dizem que haverá, caso Haddad seja eleito. O Coiso se auto denomina conservador e religioso, e levanta essa bandeira contra a esquerda representada por Haddad. Aí, vão explorar a liberação da maconha, a maioridade penal, o casamento gay, os direitos humanos, que dizem que só presta pra defender bandidos, as cotas que dizem que geram divisões… Ainda bem, que Haddad não entrou na polêmica dos vídeos que Alckmin exibiam, porque Bolsonaro iria justificar como uma reação. Haddad precisa focar, no conservadorismo, como dizer que pretender gerar mudanças no código penal, e ser rigoroso com o crime. Só notar, que quando há linchamentos, a maioria da população aprova. É nesse tema, que Bolsonaro levou uma parte do eleitores lulistas, quando dizem: A VIOLÊNCIA TÁ DEMAIS. O marqueteiro, que infelizmente de todos da campanha petista, tem deixado a desejar, precisa trabalhar esses temas. Até o áudio de Haddad, está saindo como se houvesse delay.

Francisco

15/10/2018 - 00h37

Até onde fui, apenas outra análise expressa que junta e mistura no liquidificador político-sociológico, ora muito utilizado, e que atende e supre o momento em horas, as vezes dias, mais ou menos, com o amontoado de ‘coisas’ liquidificadas para resultar em ‘suco tese’ do autor.

Em relação as eleições municipais de 2016, é no minimo brincadeira afirmar que, “Não é possível explicá-las, puerilmente, como tem feito, em entrevistas, Fernando Haddad, como resultado de uma “onda anti-petista”” e prosseguir explicando, exatamente com o conteúdo de tal ‘onda’, que, “Resultam de muitos fatores conjugados, inclusive do desastre dos governos Dilma Rousseff, do golpe judiciário da Lava Jato, das mobilizações de certos segmentos sempre golpistas da classe média contra “a corrupção”…, da campanha da grande imprensa contra o PT, de ações obscuras motivadas pelos interesses estratégicos dos Estados Unidos…”, para concluir com, “…mas nada disso poderia ter alcançado a força discursiva e simbólica, logo política e eleitoral, que alcançou se não encontrasse ouvidos abertos para escutar e aceitar suas mensagens.”, mostrando desconhecer completamente como atuou o monopólio da mídia na cidade de São Paulo, contra Haddad, durante os quatro anos do governo, somado a todos os demais pontos citados e partes da tal “Onda anti-petista”, citada por Haddad como causa da derrota.

Que partido resistiria a overdose nacional contra o PT via Lava Jato e no caso da cidade de São Paulo adicionando-se a mídia em missão local de destruição do prefeito, como incompetente, com criticas diárias, volumosas e permanentes por todos os meios de comunicação.
Parei de ler exatamente aí, afinal que partido no mundo, a qualquer tempo, resistiria a tamanha razia de uma direção só, por tanto tempo e em tal intensidade e seletivamente, e ainda conseguiria eleger a maior bancada federal nas eleições de 2018 e colocar seu candidato no segundo turno, justamente o prefeito derrotado em São Paulo em 2016, se não tivesse plantado sementes profundas ao menos em um entre cinco brasileiros, portanto fazendo-se entender além do possível?

Tô de saco cheio de gente ‘pesada’ flanando insustentáveis teses Leves & Ligeiras no ar.

    Adecio

    16/10/2018 - 08h13

    Saca essa tese ligueira: PT Nunca mais!!! 59 x 41… Acabou a hegemonia do PT!!!

Jorge

14/10/2018 - 23h42

Vou votar no Bolsonaro.
Mas sei reconhecer um bom artigo
Parabéns, análise lucida e bem fundamentada.
Li com prazer
Concordo com você

    Tamosai

    15/10/2018 - 04h06

    Concorda com o autor do texto e vai votar no Coiso?
    Isso diz bastante sobre você.

    Mandarim

    15/10/2018 - 23h23

    A aceitacao da propria estupidez e o primeiro passo para adquirir algum conhecimento, Jorgi.
    Parabens.

Paulo

14/10/2018 - 20h02

Que decepção! Um texto que começou excelente, de auto-crítica tempestiva às políticas identitárias de esquerda (ainda que não pelo conteúdo, mas pelo resultado eleitoral, meramente), porém que, após falar da violência que acomete o “precariado”, finaliza por propor uma “violência jacobina”, ou, quando menos, a lamentar sua ausência…

Arnon

14/10/2018 - 19h48

O problema é que a esquerda fica pisando em ovos para falar as coisas.
A lava jato deveria ser implodida, a globo tb.
Se o PT e o Haddad não aumentarem o tom, vai ser muito difícil ganhar.
E a classe média forma a opinião dos mais pobres. Há pessoas que repetem igual tá escrito no jornal.
O artigo é bom, mas o PT acha que o discurso paz e amor sempre vai ganhar a eleição.

Reginaldo Gomes

14/10/2018 - 19h43

Mudei meu paradigma. E o artigo reforça essa minha decisão, pois mostra vários fatos de uma realidade perversa , por exemplo:
– a esquerda foi sonoramente derrotada pela direita nas eleições municipais no Rio e SP;
– o santo poder judiciário querendo derrotar o corrupto poder político.
– classe média lutando contra o povo.pobre;
– direita virtuosa contra a esquerda comunista; etc….
Existe uma dualidade doente que é induzida nas pessoas artificialmente.
Como assim????
Percebe que todo mundo que tá lutando , brigando, se agredindo é brasileiro????
Dois brasileiros , por mais diferentes que sejam , tem somente uma meia dúzia de divergências e MILHARES de objetivos comuns!!!!! Nunca deveriam lutar entre si , porque não dá tempo !!!! Tem muita afinidade em comum para ser colocada em prática na nação .
A causa-raíz do problema é essa. Passamos a vida toda brigando por bobagens e desprezando o que realmente tem valor. Vivemos num hospício.
É necessário um entendimento pacífico, generoso e fraterno entre todas as forças brasileiras.
Esse é o novo paradigma.

Diego Cardoso

14/10/2018 - 19h04

Por conta desses fatores, reverter o voto de alguém cogitou votar no bozo pra votar no PT está uma missão quase impossível. A desistência do Haddad, permitindo a convocação do Ciro para o segundo turno seria ao meu ver a forma mais simples de se derrotar o fascismo hoje, não fossem os caprichos na disputa pelo poder.

Wilton Cardoso

14/10/2018 - 18h09

Caro Miguel,
Como descrição do mundo atual, o artigo é muito bom, inclusive na parte que diz respeito à substituição de trabalho humano por tecnologia, que está realmente acabando com milhões de postos de trabalho. No mais, há várias contradições na leitura crítica do autor.

Primeiro, o PT nunca priorizou pautas identitárias em campanhas e nem nas comunicações governamentais, evitando, inclusive enviar projetos de lei ao Congresso sobre estes temas. O PT sempre priorizou, em seu discurso, a inclusão pela via do emprego e do consumo dos pobres na classe média. Aliás, este sempre foi o discurso principal da social democracia europeia e é pura balela a crítica que o PT tenha falhado ao não conscientizar o trabalhador/povo, deixando que nele penetrasse a ideologia burguesa. O projeto de toda social democracia (PT incluso) foi sempre a democratização do capitalismo via distribuição de renda e nunca a preparação para qualquer tipo de socialismo.
O fracasso do PT, como bem apontaram Ciro, Nassif e Bresser, foi não constituir, na bonança dos anos 2000, uma base industrial forte que permitisse o país manter a inclusão consumista das massas, mesmo nos tempos de vacas magras, como podem fazer os países fortemente industriais, como Alemanha, EUA, Japão, Coreia do Sul e a China (para a sua classe média).
E, faça-se justiça, quando o PT tentou construir uma forte indústria naval e petroquímica, a partir da política de conteúdo nacional para exploração do pré-sal, além de expandir sua indústria de construção civil com as grandes empreiteiras, foi sabotado pelos EUA e seus quinta colunas da lava-jato, com Supremo e com tudo.
A outra questão é que, mesmo nas nações fortemente industriais, as pessoas estão ficando supérfluas para o capitalismo, por conta da crise do trabalho, que está ficando obsoleto por conta da tecnologia.
O fato das esquerdas democráticas terem se tornado, no mundo todo, regimes de administração de crise, aliadas, em última instância do neoliberalismo, não decorre de erros políticos, tais como opções por pautas identitárias. É que as esquerdas sociais democratas (como o PT, o PDT e o Psol, pois as ditas revolucionárias são insignificantes) ficaram literalmente sem a possibilidade de oferecer o que sempre ofereceram: renda, emprego e serviços sociais para a maioria, inserindo-as e mantendo-as nas classes médias.
Estas inserção não é mais possível por conta da crise estrutural do capitalismo atual, que já não pode oferecer bons empregos para a esmagadora maioria da população, inclusive nos países centrais. A realidade está aí para quem quiser ver. E a causa não é a má vontade política das elites nem a ganância da banca globalizada: é a dinâmica cega do capitalismo que nos trouxe a situação caótica de agora.
A solução é lógica e simples. Se as máquinas fazem quase tudo e resta pouco “trabalho” para os humanos, por que não colocar as máquinas para trabalhar por nós, dividindo a riqueza material de acordo com as necessidades da cada um? E o pouco trabalho humano que restar seria dividido de forma a não sobrecarregar ninguém. Num mundo assim, não precisaria haver trabalho assalariado.
Mas isto exigiria a saída do capitalismo, aliás exigiria um tipo de comunismo não baseado no trabalho e no trabalhador (bem diverso, portanto do socialismo real da URSS e China do Mao). As pessoas não estão preparadas nem pra ouvir uma proposta dessas e chamariam quem tem esse tipo de conversa de maluco, porque a normalidade está no trabalho duro e no mérito pessoal.
O que as esquerdas tem a dizer sobre isso? O que Ciro tem a dizer? O que fazer? Industrializar para dar empregos? Sabemos que não virão…
Nunca os marxistas forma tão imprescindíveis como agora. Se quiserem entender o mundo, leiam Robert Kurz e Moishe Postone. Se não oferecem soluções, pelo menos fazem o diagnóstico correto do que estamos passando. O Pt não errou tanto assim, nem uma ótima comunicação nem Ciro salvam, caro Miguel…

Manuel Feijó

14/10/2018 - 16h08

Excelente artigo! Diz tudo sem papas na língua. Explica o que nos levou a esse desastre.
Tempos duros à frente…

IVANISE GONZAGA ALVES

14/10/2018 - 14h46

É um texto medíocre por deixar de analisar varíaveis importantes como a falta de democracia dos meios de comunicação. A internet recebe uma torrente de noticias fakes manipulando a opinião pública, sem contar que as igrejas principalmente evangelicas que tem uma corrente própria de comunicação e valores forjados na hipocrisia.Além domais os movimentos politicos vão além da dicotomia esquerda/direita.

    Gabriel

    14/10/2018 - 16h16

    Discordo de que o texto seja medíocre. É brilhante. O que ele explica ilumina porque tanta gente estava com olhos e ouvidos abertos a tanta fake news. Os métodos são imundos, mas a verdade é que a esquerda deixou de dar uma resposta prática para a luta de classes e procurou outras lutas. E abandonou o povo real que é conservador, subempregado, religioso.


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